quinta-feira, 17 de março de 2011

E se for uma tangerina?

Noite de verão em Búzios - RN, décimo nono dia de janeiro de 2011, ao fundo a música do chiclete com banana que dizia "... tudo, tudo vai dar pé. Tudo, tudo vai dar pé..." e então meu primeiro beijo aconteceu. Desde aí, não parei mais, romances e mais romances – e mais.
 

E é claro que a como passei a infância vendo os filmes da Disney eu aprendi que a cada romance desse eu tinha a grande chance de achar meu príncipe encantado e ter com ele o típico final "felizes para sempre". Então eu cresci, deixei os desenhos de lado (nem tanto) e fui assistir as novelas da Globo e ficou muito claro pra mim que era óbvio que assim como a Jade, a Serena, a Helena,  um dia na minha vida iria chegar alguém que após um beijo iria me fazer sentir como se eu já o conhecesse há anos e que nascemos um para o outro e que iríamos andar à beira da praia correndo um atrás do outro. E de quebra, claro, ele seria um bonitão bem sucedido e inteligente.  ;)
 

        E depois de muitos desenhos, muitas novelas, muito tudo que nos reafirma que no universo existe a nossa alma gêmea, somados aos muitos e muitos romances falidos, vem a pergunta: - cadê a porra desta minha metade da laranja?  Desisto.  Minha alma gêmea deve ter morrido de parto.
 

        Só que um dia eu conheci um amigo (tá bom, era um romance também) que me fez a seguinte pergunta: e se a nossa vida amorosa não for uma laranja, que tem uma metade. Mas se ela for uma tangerina como várias partes?
 

        Uma tangerina? U.m.a t.a.n.g.e.r.i.n.a? A Disney estava errada? E aí eu fui pensando que é, existiram romances que ao meu lado fizeram, por um determinado tempo, um bom par para o meu coração, e que não foi só um que encaixou bem, outros mais também, mas não duraram para sempre - alguns não duraram nem 1 mês que dirá 'para sempre'. Só que para sempre não é uma medida de tempo né? Não é medido no relógio, não é contado no calendário. Aliás, quanto de tempo mesmo é 'para sempre'?
 

         E no meio dos bagos da minha vida amorosa cítrica tiveram uns sim que se pareciam bastante com uma laranja, mas não porque formavam comigo uma metade, mas porque foram um verdadeiro bagaço.
 

Muitos romances, tantas decepções. Algumas geradas sim pelas minhas ilusões, mas muitas também pelo envolvimento impensado com pessoas que absolutamente não possuíam valores. Porque tudo bem se eu te acho o Príncipe e você não é, mas você não precisa ser também o Fred da minha Passione.  
 

        Neste momento que dei um tempo de romances (e já faz um tempo que dei este tempo ein!), em que até pra beijar alguém, por mais muita vontade que eu sinta, eu pense nos prós e contras, as situações amorosas passadas vão ficando mais claras e aquela lavagem cerebral que a Disney e Globo fizeram na minha cabeça vão dando lugar à realidade. O "para sempre" vai sendo substituído pelo "até que dure". E o meu atual "desisto" vai virando apenas um "agora não".  

       

        No entanto, como o futuro pertence mesmo só é a Deus, por hora eu prefiro ficar realmente com a conclusão da conversa que tive essa semana sobre esse assunto com uns colegas...


Talvez a vida não seja uma laranja... E se a vida for uma tangerina?"

- Tem problema não, a gente mistura com cachaça e bebe.


 
P.S: sempre gostei mais de tangerina mesmo ;)

sábado, 12 de março de 2011

1 ano por aqui


1 ano! Engraçado, como é realmente importante pra mim comemorar esses 12 meses que se passaram desde que cheguei na empresa. É como se fosse uma vitória, poder dizer que "sobrevivi". Não, não imaginem que aqui é ruim. Pelo contrário, aqui é muito bom. Tão bom que eu posso dizer que meu atual emprego é como um divisor de águas na minha vida. Sou o antes e o depois daqui.


Absolutamente, 12 de março de 2010 eu era outra pessoa. Ultimamente eu vivo brincando com meus amigos o bordão "eu amadureci", geralmente essa expressão vem depois de ultra mega leseira. Mas brincadeiras a parte, eu realmente me sinto mais madura. E devo muito às experiências que passei na empresa.


E não porque um ano se passou e o natural é que a cada ano que você vive traga com ele mais maturidade. Não foi pelo tempo... o tempo faz muitas coisas, mas não é absolutamente ele que te amadurece. As experiências sim, tem esse poder. E ainda assim, a maturidade não é consequência, é escolha. Ou será que você não conhece ninguém que vive escorregando nas mesmas cascas de bananas?


Aqui eu percebi que eu tenho meus medos, mas na maior parte do tempo eu sou corajosa. Eu realmente sou capaz de largar meu conforto, minha casa, minha família e vir inaugurar uma loja linda do outro lado do rio. Porque quem disse que a gente deve agarrar as oportunidades que nos aparecem devia saber o que estava dizendo...


    Por aqui, eu vi que pessoas, sejam elas clientes, colegas, amigos, podem sempre te trazer algo de bom. Podem te ensinar a ser mais compreensiva do ponto de vista da liderança, ou te tornar mais gentis sobre a ótica da satisfação do cliente. E a satisfação de ser assim é  tão boa que vale a pena levar essas características para sua vida pessoal e ser gentil também com quem está passando na rua e mais compreensiva com as pessoas que fazem parte da outra parte da sua vida.


    Aí eu tive uma absoluta certeza. Nem se eu chegar em um lugar com o manto de freira as pessoas vão ter a impressão inicial da pessoa legal que eu sou (eu sou sim). Elas sempre vão me achar metidas, arrogante e um monte de coisa equivocada a um primeiro impacto. E apesar de eu já não sofrer mais com isso (só um pouco), é uma sensação muito boa quando encontro pessoas que me deram e se deram a chance de conhecer quem eu realmente sou. E a alegria só aumenta quando você vê que essas pessoas passaram a ter até um carinho por você e você por elas.


    E eu ainda podia dizer muito mais coisa, mas isso seria contraditório, porque o que eu mais aprendi por aqui é pensar um pouco antes de vomitar minha opinião e falar só se minhas palavras puderem melhorar o silêncio.  Mas pra falante e sempre cheia de opiniões Aline, essa ainda parte ainda está em obras...
 
Sabe, no fim, -  que não é fim, é só o começo -  eu fico imensamente grata à vida, às pessoas que me disseram sim e às que me disseram não, aos processos, às instruções de trabalho, aos idoc's, às mudanças de lojas que tanto doem, aos chefes, aos clientes, ao primeiro ano, porque a primeira vez sempre é a mais difícil.  

   

Pode até parecer meio sentimentalóide pra quem já tem mil anos de empresa como muitos, porque realmente aqui é um bom lugar pra se estar,  mas pra mim, particularmente pra mim, pra chegar até aqui fiz concessões tão dolorosas, tantas escolhas e tantas renúncias. Escolhas de posturas, renúncias de pessoas. E confessando, meu período de adaptação inicial não foi assim o mais fácil possível, mas, sinceramente, que bom que não foi, porque não me daria esse ar de satisfação de poder dizer - FELIZ - 1 ano por aqui: sobrevivi!  


Que venham muitos outros...

terça-feira, 1 de março de 2011

Não é o que vale?

Muita dedicação ao trabalho. Assim posso definir esse primeiro bimestre do ano.

Absolutamente NADA na minha vida foi tão importante quanto aprender na prática [ e porque não dizer um pouco na porrada ] os processos da minha nova experiência.

Então no meio do caminho da minha exigência comigo mesma e do meu perfeccionismo profissional, existia uma data.  Uma data que jamais poderia ser esquecida, pois ignorá-la é ser extremamente ingrata à vida. Mas foi...

E após o processo de culpa e a vontade de se jogar no rio que tem na frente do meu local de trabalho, foi hora de pensar e pesar: o que realmente vale a pena na minha vida?

Claro que meu trabalho vale muito a pena e tudo que eu tenho aprendido m.u.i.t.o nesta inversão de ampolhieta que minha vida sofreu. E isso é uma conclusão.

Mas tudo deixa de fazer sentido quando eu mato a minha juventude em pról do trabalho. Quando eu mato a convivência com as pessoas que eu amo e me acompanharam sempre pra pensar única e exclusivamente em meu trabalho.

E não é a distância a culpada disso, é o desequilíbrio. É, novamente, o lado ruim da minha exigência e perfeccionismo.

Nada na natureza funciona desequilibradamente. Não seria eu a única peça que iria dar conta do recado. E se eu não aprender a equilibrar desde o começo da minha carreira profissional, talvez fique muito tarde para aprender. O tempo não regride.

Após esquecer a data importante, a vivência deste final de semana foi extremamente importante para elaborar essa linha de raciocínio e comparar.

Ver que vale a pena a minha dedicação profissional, tão quanto aproveitar o carnaval com a amiga que quer conquistar o mundo porque está solteira.  

Que vale a pena falar de papos maduros, mas como é legal falar besteira e rir delas.

E é ótimo pensar mil vezes antes de agir, mas aceitar um convite por sms no impulso também pode te fazer acordar com um sorriso meio leso no rosto.  

Que auxiliar as pessoas a se desenvolverem é muito satisfatório, porém estar ao lado de quem a vida toda segurou a sua mão na hora de atravessar a rua pode ser um momento imensamente gigante inesquecível.

Que sim, é preciso dar atenção aos relatórios de venda e estoque, mas escrever em meu blog me faz tão bem.

E por fim, que o elogio do meu chefe vale muito a pena. É recompensador. Mas compartilhar o abraço, as experiência, as dores e as alegrias, a minha vida com minha família, meus amigos e com os meus 24 anos tem um preço incalculável.

Só a soma de prazeres pessoais e profissionais é que podem trazer realização à vida. E a realização está intimamente ligada à tal da sonhada felicidade.

E ser feliz não é o que vale a pena?