quarta-feira, 31 de março de 2010

Até mais ver, Governador.

Hoje é o último dia de Eduardo Braga à frente do Governo do Amazonas, depois de oito anos de gestão. E neste último dia, digam o que disserem dele, eu quero pronunciar neste espaço os meus pensamentos sobre o futuro ex-Governador ( ou seria futuro Senador?) .
Considero Braga um homem extremamente inteligente, e sinceramente penso que até quem é opositor a sua pessoa deve acreditar nisto também. Mas minha admiração maior, talvez pelo fato de eu ser Bacharel em Comunicação, é a grande capacidade de oratória do homem.
Há quem diga que isso é natural de político, mas eu discordo. Tem muitos por aí que se forem ouvir a si próprios nem se entenderiam. Eduardo se destaca bastante no cenário local, fala de seus assuntos com segurança, com altivez e não utiliza palavras que nos fariam consultar o Aurélio para nos confundir. Quando ele discursa é realmente brilhante. Se é verdade ou não o que ele diz, não tenho competência nenhuma para julgar.
E ninguém nunca vai estar satisfeito, mas eu fico bastante contente quando vejo os parques do Prosamim dando mais beleza à cidade. E gosto muito de jogar na cara de quem diz que Manaus é uma oca que na cidade dele não vai ter Copa do Mundo, mas aqui na oca vai. Gosto de ver os Indicadores do Governo disponibilizados até por sms e os serviços oferecidos virtualmente no amazonas.am.gov.br . Talvez, se tivéssemos um governador desinformado sobre tecnologia (vide o prefeito) provavelmente não alcançaríamos essas ferramentas. E sim, a ponte do Rio Negro está ficando muito bonita e avenida das Torres está quase pronta. E a imagem atrelada à sustentabilidade e preservação que o Amazonas tem hoje na visão mundial é creditada a este Governo. E não me questionem sobre os valores destas obras, pois trabalho com comunicação, não sou auditora.
Jamais poderia falar mal da gestão de Eduardo, não só porque ele tem um ótimo gosto para futebol e torce para o meu Fluminense, mas porque, afinal, durante 4 anos do seu governo, vivi experiências profissionais e pessoais maravilhosas na Secretaria de Estado de Planejamento e Desenvolvimento Econômico, um dos órgãos com a reputação mais íntegra da administração Braga.
E mesmo que eu tenha ouvido muitas histórias durante minha passagem pelo Governo, não tenho do que reclamar. Ainda lembro quando, ainda estagiária, me pediram para interromper a reunião dele para chamar um homem que achavam que estava lá dentro. A estagiária foi lá interromper, o homem não estava. Eu quis me suicidar e ao pedir desculpas pelo erro, o governador sorriu, me indicou onde estava o procurado e disse que não havia problema pois eu era "muito simpática e muito bonita". E relembrar o fato é como se eu estivesse vendo como fiquei tricolor de alívio de não ter sido esculhambada na frente de todo mundo.
E para quem ache que eu estou puxando saco demais, mesmo que eu não precise disto pois não trabalho mais no Governo e não tenho vínculo nenhum com o citado, eu tenho sim uma reclamação: os inúmeros e prolongados atrasos do, então, Governador nas reuniões do Conselho de Desenvolvimento do Amazonas (Codam).
Sei que muitos que estão lendo isso aqui devem achar que eu sou apaixonada pelo "gove", mas apesar de não ser paixão, envolve sentimento, sim. Analisem, para mim, a saída do Governador encerra, definitivamente, a minha passagem pelo Governo do Estado. Eu sempre vou lembrar (e com um carinho imenso) que fazia parte da equipe da Seplan na Gestão de Eduardo Braga.
Por fim, faço meus votos de uma boa campanha para ele e uma gestão competente para o (ex-vice) Governador Omar Aziz, que assume a missão de continuar os projetos a partir de agora.
Para os meus colegas que ficam no Governo: Boa-sorte.
Para os que ingressam: Bem-vindos.
Para os que vão ou foram (como eu): Até mais ver.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Eu prefiro, eu preciso ir.

Cheguei na nova estrada.
Mudei de caminho e agora vejo um longo percurso na minha frente.
Toda mudança gera medo?
Quem se joga ao desconhecido sem sentir, ao menos, algum temor?
Tenho emoções, estou temerosa.
Mas não aquele medo que te faz dar um passo para trás.
Aquele que te faz respirar fundo antes de dar o passo pra frente.
E isso é bom.
O medo deixa nossos sentidos mais alertas.
Estou mais atenta, mais exigente comigo mesma nesta nova caminhada.
Já sou muito exigente sempre, mas estou um pouco mais.
Simultâneo ao medo existe a vontade de ter encontrado o caminho, de crescer durante a caminhada.
Nessas duas últimas semanas, desde que fiquei frente a frente com a nova estrada, sinto-me ter crescido 10 anos.
Dei um passo pra frente daqueles que você estica a perna toda e quase se desequilibra.
Quase caí, mas fiquei em pé.
Estou em uma trilha que consigo enxergar que existe muita estrada para andar.
A perspectiva que de não haver mais caminho me angustiava demais.
O ponto no qual eu estava era muito pequeno pra mim.
Gosto de andar.
E sabe, mudar de caminho é bom. Fácil não é. Mas é bom.
Já cheguei até aqui. E aqui é tão longe de onde eu estava. É tão diferente também.
O lugar para onde quero ir também é bem distante de onde estou agora,
mas de certo, de onde eu estava era muito mais.
Aos que deixei no antigo rumo, saudade.
Aos que encontrarei no novo destino, bem-vindos.
Entre voltar e ir, eu prefiro... eu preciso ir.
Adeus ;*

quinta-feira, 18 de março de 2010

O exemplo das crianças

Eu fiz uma coisa que me desagradou bastante.
Tenho uma priminha linda que tem como proporção a sua beleza, a tolice.
E eu sempre tento ensiná-la valores.
Tenho esta liberdade pela diferença de idade. Sou 19 anos mais velha que ela. Poderia ser sua mãe.
Mas não sou, apesar de treinar bastante meu lado materno com a pequena.
Nesta tentativa de corrigi-la, acabei me excedendo e fazendo-a chorar.
Seria normal, pois ela, assim como eu, é bem mimada pela nossa avó e chora por tudo.
Só que ao confrontar com a minha prima, acabei realmente perdendo o equilíbrio e fazendo-a chorar magoadamente. Quem tem criança em casa consegue identificar os choros.
Minha avó, sabiamente, levou-a do mesmo local que eu.
Ela não parou de chorar.
Dois segundos após ela não estar mais no mesmo recinto que eu, voltei ao meu estado normal de maturidade.
Eu tinha menos idade que ela há dois segundos.
Não tinha sido nem um pouco amorosa com minha priminha, tampouco assumido um estado maternal.
Tinha sido a pura e simples prima implicante e cruel.
E que vergonha pra mim, sendo eu mulher feita e ela uma pequena.
Falamos por aí que devemos respeito para todo mundo, mas todo mundo inclui também as crianças.
Ensinamos o respeito para elas, mas não as respeitamos.
Achamos que podemos mandar e desmandar, dizer e desdizer só porque estamos em posição superior.
Deve ser por isso que Jesus disse que para entramos no Reino dos Céus devemos ser como crianças. Por essa pureza, essa cristalinidade que elas carregam.
As crianças não guardam mágoas, nos perdoam com a facilidade que o vento leva uma folha.
Então, arrependida demais da minha tolice, fui ao quarto onde minha prima ainda chorava, soluçando por sinal.
Fiquei do tamanho dela, me curvando, e pedi desculpas.
É isso mesmo, desculpas.
As crianças merecem nossos pedidos de desculpas. Não basta ensinar que elas se arrependam e se desculpem por seus erros, que elas digam obrigada, que elas respeitem os demais.
É preciso respeitá-las, agradecê-las e também pedir que elas nos desculpem.
A melhor forma de ensinar é dando o exemplo.
Eu a magoei. Eu, a prima "ismã" dela. Que ela venera, que ela calça os sapatos, que ela chama de "niiineee".
Eu a magoei porque não sou tão nobre quanto uma criança. E num gesto de grande pureza, ao pedir desculpas e colocá-la no colo, ela logo parou de chorar. Já havia me perdoado.
Quanto tempo eu demoro para perdoar as pessoas que me magoam?
O exemplo não sou eu. Estou longe de sê-lo.
O exemplo é ela. As crianças são o exemplo.


segunda-feira, 15 de março de 2010

Menor ou grande, ainda um grão.

700 currículos, 9 vagas. 6 meses de provas, uma etapa de cada vez e estou em uma delas.
Sou Trainee da Bemol.
A vitória já seria imensa, mas para mim ainda é maior. Das 8 vagas, apenas 3 foram preenchidas por selecionados externos, as restantes foram preenchidas por colaboradores internos (mais que merecido).
Mas ainda dá pra extender a dimensão desta vitória. Dos 3 externos, eu sou a única mulher e a mais nova.
Não tem como eu me fingir de modesta e não ficar orgulhosa de mim. Me sinto bastante vitoriosa. Me sinto muito orgulhosa de mim mesma.
E me sinto no direito de sentir isto, afinal passei cada provinha desta seleção por meu puro e simples esforço.
Deixei a Seplan pela porta da frente, entraria em qualquer outro lugar pela porta da frente também.
Fazendo uma breve regressão deste últimos meses, deixei a Seplan no último dia do ano passado. Foi a última meta que eu disse que ía cumprir em 2009 e a cumpri.
Foi muito doloroso deixar um emprego que me sustentava razoalmente, uma equipe composta por pessoas que eram mais que colega de trabalhos, eram e ainda são meus amigos. E uma acomodação que de tão confortável chegou a me incomodar.
E a incomodação tinha motivos, na Secretaria eu não tinha para onde crescer...
Deixar a Seplan foi como deixar aqueles relacionamentos onde você ainda gosta do parceiro mas não acredita que possa dar mais certo. E quão doloroso foi...


E daí vieram os meses do ócio... Janeiro, fevereiro. Dois meses que mais me pareceram a eternidade. O ócio tem o total poder de enlouquecer uma pessoa. Já me sentia meio louca.


E enfim, depois da chuva, o sol.
"Alô, Aline? Você foi aprovada na seleção de Trainee de Loja da Bemol"
O que pode parecer vaidade exarcebada pra quem leu até aqui, na verdade é apenas felicidade.
Estou realmente muito feliz. Feliz por uma série de motivos.
Por não estar mais desempregada, claro. Por não enlouquecer mais com o ócio porque "abelha atarefada não tem tempo para tristeza". E trabalho é o que não me faltará.
E por estar na Bemol, uma empresa que dispensa comentários, porque se é o que é faz por onde.
Toda a energia que estava retida na Seplan, agora tem onde ser aplicada.
Tem como ser valorizada. Só depende de mim e da minha competência crescer profissionalmente. E sei bem o que estou dizendo, pois um dia, uma aline de 16 anos foi menor-aprendiz da loja Bemol Avenida. ;)
Finalizando, tenho que ressaltar que apesar de todas estas narcisistas declarações nada, absolutamente nada, teria acontecido se eu não tivesse entregado o total e completo domínio da minha vida para o meu Gerente Mor: DEUS. Ele é o grande responsável por esta vitória.
Volto para Bemol com a consciência que um dia eu fui menor e que no futuro, com competência e esforço, talvez eu possa ser grande, mas sob o grande amoroso poder de Deus eu ainda serei um minúsculo grão.


"Tudo é do pai
Toda honra e toda glória
É dEle a vitória
Alcançada em minha vida
Tudo é do pai
Se sou fraco e pecador
Bem mais forte é o meu Senhor
Que me cura por amor "







segunda-feira, 8 de março de 2010

'Fale Conosco' ao fabricante do meu coração novo

Caros,
Venho por meio deste 'Fale Conosco' deixar clara a minha insatisfação com o produto de vocês.
Depois de muitos insucessos com os corações dos concorrentes, resolvi gastar um preço alto comprando o coração oferecido. Comprei um coração novo para 2010.
O produto dos senhores prometia atender as seguintes características:
Ser produzido com um material mais sólido. Revestido de matéria prima rochosa. Alta resistência a grandes impactos.
Ou seja, não seria qualquer porradinha que faria meu coração novo quebrar ou se sensibilizar.
E ele vinha apresentando bom rendimento durante este inicio de ano.
Esteve exposto a diversas situações de risco, mas manteve seu aspecto rígido.
Estava bastante satisfeita, mas parece que cantei vitória antes da hora.
Depois do último final de semana, quando meu coração foi exposto a uma imensa dose de carinho, sintonia perfeita e uma química inexplicável, ele passou a apresentar defeito.
Passou a apresentar sintomas que diagnosticam saudade.
Claro que saudade é um defeito pequeno e eu posso continuar convivendo com este coração, sem precisar submetê-lo a assistência técnica da empresa ou pedir meu dinheiro de volta.
Porém, conheço bem este defeito, apesar de pequeno ele oferece um risco maior no futuro.
Foi justamente este risco que me fez optar pelo seu produto, senhor fabricante.
A saudade era o primeiro sinal de avaria que o coração produzido pelos concorrentes exibiam antes de apresentarem o defeito fatal: a paixão.
Gostaria de avisá-los que não vou tolerar este defeito novamente, ainda mais depois do preço que paguei para ter o coração fabricado por vocês.
Dou 15 dias para vocês me apresentarem uma solução.
Enquanto isso não irei expor o produto à situações que possam causar danos maiores.
Aviso que não aceitarei desculpas, apenas soluções ou tomarei medidas judiciais.
Resolvam esta pequena avaria antes que ela me faça jogar este coração no lixo.
Quero ter o coração de pedra que foi prometido na embalagem.
Sem mais,
Aline Postigo.

FELIZ Dia Internacional da Mulher

Hoje é dias das mulheres e eu dou um 'feliz' para mulheres mais que especiais.
Mulheres que não gostam de usar rosa.
Que não precisam de outra pessoa de qualquer sexo para tomar suas decisões, mulheres seguras, mesmo com suas inseguranças.
Para as que não reprimem seu desejo e não estão nem aí com o que vão pensar se "derem" no primeiro encontro.
E o meu 'muito feliz' vai para mulheres que colocaram a carreira em primeiro lugar e disseram "te fode" para o namorado incompreensivo, mesmo que isso tenha sido doloroso.
Para todas que precisam provar que podem ser bonitas e inteligentes todos os dias.
Para as que cresceram profissionalmente sem precisar dar pro chefe.
Um 'imenso feliz' para as que sabem e entendem porque o atacante está impedido no futebol.
Para as que sabem trocar um pneu, mesmo que não recusem a ajuda masculina nesta hora.
E as que usam e abusam do cartão de crédito com bolsas e sapatos, mas pagam com seu próprio dinheiro.
Parabenizo as mulheres que sentem o preço de serem taxadas de "safada" ou de "sapatão" só porque não seguem o padrão "mulherzinha" de ser.
Como mulheres, talvez, déssemos ótimos homens.
Mas não somos menos mulheres que as outras mais convencionais.
Uma 'ôla' para cada mulher que abandonou os paradigmas da sociedade e foi viver do jeito que realmente importa: o jeito que nos faz feliz.
FELIZ Dia Internacional da Mulher!

sábado, 6 de março de 2010

Voltei a enlouquecer

Um tempo destes eu estava olhando minhas fotos de uns dois, três anos atrás e me admirei:
-Pôxa, como eu estava magrinha.
Quase que simultaneamente então me veio a seguinte constatação: na época daquelas fotos eu estava sempre me chamando de gorda. Nunca me achava magra.
Esta minha observação neste momento da minha vida é bastante importante pois voltei a comer e me sentir culpada, um sintoma iminente do retorno do meu complexo de inferioridade.
Em palavras mais simples: VOLTEI A ENLOUQUECER.

[Leia aqui a história do meu complexo de inferioridade]

Mas o legal de enlouquecer depois de ter adquirido algum conhecimento é que você consegue ter a percepção de que está enlouquecendo.
Em sã consciência consigo ainda ter o discernimento de duvidar que talvez toda esta minha obsessão por um corpo mais magro adquirida desde que perdi meus 16 quilos seja apenas, realmente, só uma paranóia.
Quem sabe eu não esteja perdendo a minha juventude encucada com essas tolices?
Perdendo boas comidas. Perdendo boas pessoas ao meu redor por me sentir gorda demais ou feia demais para me envolver com elas.
Perdendo, principalmente, bons momentos de paz com a minha consciência.
É muito provável que daqui a mais uns dois, três anos eu olhe essas minhas fotos de hoje e sinta falta do corpo que eu reclamo tanto atualmente. Exatamente como eu faço quando vejo as fotos do passado.
Só que aí já será tarde demais.
Porque quilos você pode ganhar ou perder em qualquer etapa da vida.
Esta minha loucura pode me custar algo muito mais caro, custar a minha juventude.
Porque a beleza da juventude quando for embora, ao contrário dos quilos, não voltará mais.


"Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude.
Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder
e a beleza da juventude até que tenham se apagado.
Mas, pode crer, daqui a vinte anos, você vai evocar as suas fotos e
perceber de um jeito - que você nem desconfia hoje em dia
quantas tantas alternativas se lhe escancaravam à sua frente,
e como você realmente tava com tudo em cima.
Você não é tão gordo(a) quanto pensa!"

Trecho do texto Filtro Solar