segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Daqui pra frente

Quem me acompanha sabe que eu venho por aqui sempre escrevendo que decidi ser feliz, resolvi anular meu complexo de inferioridade e que semana passada deixei que as lembranças se tornassem, de vez, só lembranças. Todas essas ações refletem a minha atitude decidida de que a minha vida é daqui pra frente.

O passado é algo que se dermos a chance nos acorrenta e nos impede de irmos em frente, mesmo que cronologicamente o tempo siga adiante. É duro errar feio no passado e passar a vida se arrependendo do que fez. O arrependimento, na verdade, é que uma das diversas amarras que não nos deixa viver o presente.

Não concordo com aquelas músicas que dizem "me arrependo só do que não fiz", que bobagem! O arrependimento é fundamental para que se não cometa o mesmo erro no futuro. É uma auto-análise de assumir que se errou. E mais, o arrependimento é fundamental para o perdão.

E, apesar da importância do arrependimento, não dá para passar a vida se arrependendo, amarrado ao erro do passado. O tempo não volta, mesmo que você esteja muito arrependido do que fez.
É preciso se arrepender, aprender e seguir.

E seguindo, talvez tenhamos a chance de nos deparamos com uma situação idêntica a do passado. A terra não é redonda? E para isso vai ter servido o aprendizado que o arrependendimento trouxe.
Porque quando a vida der este 360º, será a hora de fazer a coisa certa.

Apesar de todo este valor que as pessoas dão ao presente e ao futuro, o passado é, sim, muito importante. Ele é um parâmetro de comparação. Ele é o caderninho de anotações que não nos deixa esquecer coisas importantes. Só que a vida é agora. E, portanto, é o agora que pode me fazer feliz.

E para ser feliz, de verdade, como eu me propus, foi necessário puxar toda a extensa corrente que dolorosamente me prendia. Claro, que puxando a corrente o passado veio junto, já que era a ele que eu estava amarrada. Então, ali, cara a cara, olhei dentro dos seus olhos, desatei as correntes, me desprendi e disse: - minha vida é daqui pra frente.

"Quem cuidou de mim foi Deus com o seu amor de Pai. Quem me amparou foi Deus"

"Daqui pra frente, tudo vai ser diferente..."

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O presente embrulhado

Sabe quando pedimos tanto um presente, tanto, tanto, tanto [ufa!] e enfim o presente chega. E o presente vem naquele embrulho lindo, cheio de laços, vários papeis. Nossa, que pacote lindo! Dá vontade de nem desfazer.

Mas claro que o que o que tem dentro é o que realmente importa e partimos para desembrulhar. E descobrimos que, apesar de querermos muito o conteúdo, desamarrar os laços não é assim tão fácil. Os nós são extremamente apertados. Os papeis não desgrudam uns dos outros. Uma grande dificuldade.

A paciência vai se esgotando, a irritação aumentando. Vamos usando muito mais a força do que a inteligência para abrir o pacote. E desembrulhar o presente se torna um esforço tão grande e tão cansativo que nos faz perguntar se realmente queremos tanto assim o que tá dentro. Se o conteúdo merece todo aquele esforço.

E é realmente assim que chegam as coisas na vida, embrulhadas. Os presentes não chegam de graça. A dificuldade de desembrulhar o pacote é o que nos faz dar o real valor para o conteúdo. E se, por ventura, toda a dificuldade nos faz desistir de abrir o pacote e deixá-lo de lado, significa que não queríamos de verdade.

Nem sempre o que tá dentro do pacote é um presente do jeito que imaginávamos. Pode ser que o embrulho seja mais bonito que o presente ou que o conteúdo não valha o esforço. Pode ser até um presente de grego, mas ainda sim é melhor tentar desamarrar este laço do que só ficar olhando o pacote. Se o que tem dentro é uma surpresa ou uma decepção, só há um jeito de saber: desembrulhando o presente.


segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Aquarela de criança

Se tem uma coisa que eu sou e quem me conhece sabe, é bem moleca.
Apesar de trabalhar, de ter responsabilidades de gente grande, gosto de acreditar que nunca esqueci a criança que tem em mim.
Ontem, ao ensinar a tarefinha da minha princesinha irmã mais nova Amanda Isabelle eu senti a saudade enorme de pintar.
Pintar mesmo, com lápis de cor ( como pedia a tarefa dela ).
E o grande resultado desta saudade foi uma reunião na mesa de jantar entre mim, ela, Albertinho ( o irmão mais novo ) e a Carol ( minha prima ).
Uma reunião com lápis de cor, giz de cera, pincel e folhas em branco para simplesmente desenhar e pintar, como um grande jardim de infância.
E quão bem faz ser assim criança... não deixar que o dia-a-dia te tire a pureza,
te tire a ternura. Que o veneno não te corrompa a alma.
Eu sou muito chorona, ainda como uma criança... mas a grande diferença é que elas não guardam mágoas...
Eu ainda pulo, brinco, corro, caio no chão e por mais que muitos por aê nem entendam e possam nomear a minha molecagem de loucura, é apenas criancice.
E olhem bem,
criancice não é infantilidade.
E há de se saber bem a linha ténue deste limite.
Há hora e horas na nossa vida.
Hora de encarar as coisas com os olhares de crianças, mas a razão tem que obedecer a maturidade. Porque a responsabilidade bate a porta, na verdade, às vezes ela não bate não, ela invade. Mas as crianças tem quem se preocupe por elas, os adultos não.
Porém não vale muito a pena deixar que a responsabilidade mande em você, é você que tem que mandar na responsabilidade.
Não vale a pena deixar de brincar com os amigos, de sorrir, de nadar, de pular, de confraternizar com as próprias crianças só porque nós somos gente grande e como gente grande temos que dar exemplo.
Mas ser gente grande não é ser gente chata,
pq o mundo pode até ser sério,
mas nós temos que ser FELIZES!

Que exemplo maior podemos dar se não o de contribuirmos para colorir o mundo com alegria?
Porque para deixar em preto e branco já existem pessoas demais. :T

Consideremos que o mundo é uma grande aquarela e cada um pode escolher a cor que quer ser,
desde as mais vibrantes ás mais fúnebres.
Escolha a sua, com o sentimento de uma criança e a responsabilidade de um adulto.


" Numa folha qualquer Eu desenho um sol amarelo E com cinco ou seis retas É fácil fazer um castelo...
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar...
Não tem tempo, nem piedade ...
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença,muda a nossa vida. E depois convida A rir ou chorar... Numa folha qualquer Eu desenho um sol amarelo, Que descolorirá! "


*texto tirado do fundo do baú mas que vale muito para comemorar o dia das crianças de hoje.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Voltaram, mas passaram.

Esta semana foi uma semana cheia de lembranças, lembranças que ainda são muito fortes no presente, mesmo que já estejam comemorando 1 ano de existência. E eu acho que é por isso mesmo que nos últimos meses eu tenho me pegado tão desmotivada da vida, justamente porque ela não está nenhum pouco colorida como exatamente no ano passado. Essas lembranças me balançam...

Sempre disse que o que é meu volta, e que se não voltar é porque nunca me pertenceu. Esta semana eu pude mesmo conferir isto. O destino trouxe de volta, com a exatidão de datas, as lembranças fortes do ano passado. E sinceramente, eu acho que as trouxe só me fazer acordar e perceber que elas realmente passaram. Contraditório o que eu acabei de dizer, voltaram, mas passaram.

Vai ver as coisas precisam mesmo aparecer na nossa frente, de carne e osso, pra vermos que elas podem até ter sido, em outros tempos, boas e maravilhosas, mas o momento delas passou e não dá pra ficar se lamentando porque no presente as coisas não estão tão emocionantes do jeito que eram.

Eu tive a grande sorte das coisas voltarem com o calendário cronometrado. É engraçado, curioso. irônico, eu diria. Quem sabe se elas não estivessem aqui me circundando novamente eu não estivesse "ah meu Deus, ano passado, neste momento, eu estava tão feliz".

É, eu estava mesmo. É fato. Mas não dá pra fazer das lembranças boas um grande fantasma do agora. Foi preciso ver o passado frente a frente pra perceber que ele realmente fez a função dele: passou. Pra perceber que lembranças podem ser sim muito fortes, muito presentes, muito saudosas, mas ainda sim, são, apenas, lembranças...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Professor e o Estatístico

Ela tinha os dois.
O professor ela seduziu. Do estatístico, ela aceitou a sedução.
Sentia-se safada, mas gostava do sabor de se sentir assim.
Para não conflitar, precisou se planejar:
O almoço era do professor. O jantar era do estatístico.
Ela, o prato do dia.
Se viu envolver pela compreensão do professor.
Se viu encantar pela inconstância do estatístico.
Admirou a inteligência de ambos.
Apaixonou-se sem diferenças.
Não conseguiria abdicar de um para estar com o outro.
Queria os dois.
Juntos, foram o triângulo mais equilátero.
Dividiu os beijos mais sinceros, as declarações mais românticas e os orgasmos mais intensos.
Para ela, eles não tinham nome. Eram, simplesmente, "meu amor".
E quanto do seu sentimento ela os dedicou.
Doou-se integral.
Amarrou-se a eles em uma teia de linha fina e cortante.
Um dia a linha quebrou. Feriu-se.
Ainda sangrando, não renunciou um ao outro.
Jogou com as duas peças até o fim do jogo.
O jogo acabou. Perdeu os dois:
o professor e o estatístico.
Perdeu a si mesma.

Ficou sozinha.


Baseado em fatos surreais

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Eu decido ser feliz

Ontem, eu tive uma insônia das brabas, fiquei até às 4h da manhã acordada e depois tive que levantar às 7h30 para ir trabalhar. Quer motivo melhor, logo pra mim, para passar o dia mal humorada? Mas minha decisão foi justamente ao contrário. Passei o dia com uma energia contagiante.

Mas isto teve uma boa razão para acontecer. No meio da noite, ali deitada, tentando dormir, eis que algo me desperta e eu me sento na cama e faço uma oração. E que oração cheia de sinceridade esta que eu fiz. Era mesmo abrindo o coração para Deus. Todas as orações deveriam ser sempre assim, porém, infelizmente, alguma delas saem automáticas. Mas a da madrugada foi espontânea, levantei, sentei na cama e orei. Não havia mais ninguém ali, só eu e Deus.

Hoje eu fui para a Novena. Quanto tempo eu não ía, que dívida. Na verdade, quem acompanha meus posts viu que eu estou tomando uma série de decisões importantes e que mudam minha maneira de pensar. Porém, estas decisões estavam muito independentes de Deus. Ops, independente dEle? Eu não sei se meu livre arbítrio chega a tanto. Mas estavam, no mínimo, muito distantes. É, distância, esta é a palavra. Eu estava distante da fé. Talvez por isso que, mesmo tão decidida, eu ainda estivesse me sentindo tão infeliz nestes últimos tempos.

A oração de ontem me acordou pra vida. Acho que mais, me devolveu pra Deus. Hoje, ao ir à novena, senti a saudade que eu estava de ser acolhida pelo Espírito Santo. Eu estava tão focada no meu egocentrismo de vida desmotivada que deixei de perceber Deus em coisas simples, como no vento que mexia meus cabelos na hora do Pai Nosso ou na Lua linda e amarela que estava no céu.

No dia de hoje eu tive diversas desculpas pra ter passado o dia reclamando, como a velha chata que eu estava me tornando, ainda mais que eu nem dormi. Porém, a
alegria sentida vinha de dentro para fora, independia do meu sono tão carnal.

A vida é mesmo feita de decisões. Decidir levantar, ir ao cinema, vestir azul, ficar de bom-humor. Tudo é uma questão de decidir. E a minha decisão é mais complexa do que simplesmente estar bem-humorada. Hoje, ficou bem claro com as minhas orações que EU DECIDO SER FELIZ.

E ser feliz, além de uma decisão, é um exercício. Existirão dias que me farão chorar, dias que me farão estar de mal-humor, dias que eu vou querer explodir. E eu tenho direito de ter todas estas emoções, mesmo sendo feliz.
Deve ser por isso que eu andava tão burocochô ultimamente, porque minhas emoções desmotivantes estavam me devorando.

O meu exercício não é não sentir estas emoções, porque senão eu estaria negando a minha condição de humana. A grande tarefa é não deixar que elas sejam mais duradouras que a minha felicidade, que não é uma emoção, mas um sentimento. Encerrando, eu bato o martelo e decido ser feliz. Acrescento: nenhuma felicidade é 100% completa se não estiver acolhida por Deus.

Amém!




"No controle está o meu Deus. Tudo governa!"

domingo, 4 de outubro de 2009

Virei a cara

Enfim, eu virei a cara. Um a um, eles cruzaram meu caminho este ano na sequência em que o destino os colocou na minha vida, no passado, na sequência em que me magoaram. Meus ex queridos amores, que tanto me fizeram chorar, que tanto me ensinaram quão cruel pode ser um babaca e hoje recebem apenas a minha face virada.

O primeiro buzinou e eu virei a cara. O segundo, virou colega do meu amigo e mesmo que estivesse com ele, eu virei a cara. O terceiro, pior dos piores, mereceu mais que isso, mereceu o especial de fim de ano da Globo, o show da virada. Mas ainda faltava você, o que me ensinou a dor do desprezo, e você entrou pela porta, e eu, acostumada a passar mal quando te via, ufa, passou : virei a cara.

Sentimentozinho doce este do desprezo. Até um pouco venenoso, assumo. Um mal necessário [mais mal do que necessário]. Uma bombada no meu ego, maquiagem pra minha auto-estima, tratamento pro meu complexo de inferioridade.
Tem gente que vira a página, eu prefiro virar a cara.

Pode até parecer maldade, vingança de menina mimada. E pode ser tudo isso também, mas caramba, eles nunca vieram aqui me pedir desculpa pelas coisas que fizeram comigo, por que eu tenho que olhar pra eles com algum tipo de educação? Eu não tenho que desculpar automaticamente só porque parou de doer. Ah, me poupe, mereço, ao menos, dar uma sacudida na minha vaidade. É o mínimo que a presença deles pode me oferecer.

Mas eu ainda quero chegar a uma marca maior.
Eu, espero que daqui alguns anos eu nem precise mesmo lembrar que um dia as coisas doeram. Que eu nem precise sentir vontade de virar a cara, porque gostar de virar a cara é ainda admitir que eu os conheci. Quero chegar ao princípio da invisibilidade. Não os perceber.

Mas saindo da questão superficial do alimento ao ego, virar a cara pra eles significa muito mais. Significa ter superado as marcas que eles fizeram. Não viro a cara pra que eles se doam com o meu desprezo, porque eu não acredito que eu faça toda esta importância na vida deles, eu viro cara porque realmente não sinto vontade nenhuma de direcionar a palavra pra pessoas desta espécie. E
deles, como não tenho amnésira, só fica o exemplo pra não cometer os mesmos erros novamente. Não virei a cara soh pra face bonitinha [nem tanto] deles. É mais, virei a cara pro passado!