quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Longe de casa há mais de uma semana...

Longe de casa há mais de uma semana e eu começo a ter conclusões sobre essa minha estadia na Princesinha do Solimões. Estadia essa que posso muito bem chamar de moradia, uma vez que não faço a mínima ideia de quando voltarei a morar em Manaus.

A primeira semana não foi fácil. E não digo por mim, não pela saudade que senti de casa, não por ter que acordar mais cedo e chegar muito mais tarde do que a rotina normal em Manaus, não por estar trabalhando o triplo, não por ter que passar minha roupa, não por não ter TV a cabo, não pela internet daqui ser péssima, não. Mas por todas as manhãs ouvir a voz triste da minha avó ao telefone.

Nada foi tão difícil quanto sentir que eu era responsável pelo sofrimento dela. E, desta tristeza que me partia, vieram as dúvidas. Será mesmo que valia a pena estar longe assim? Será que eu sou tão egoísta a ponto de fazer minha avó sofrer com as minhas decisões? E aí tudo que já estava difícil ficou bastante pior. Como na música que dá título a este texto "Não sei por que que eu fui dizer bye bye".

Contei cada dia que passou e todo amanhecer eu dizia "menos 1". E quando o sábado chegou, eu acordei feliz. Era dia de ir para casa. Então, no abraço choroso da minha avó, avô,tia, priminha eu pude descobrir que poucas coisas na vida são tão boas quanto voltar pro lugar onde as pessoas aguardam sua chegada.

Este final de semana foi bastante importante para todo mundo que rodeia a minha vida. De alguma forma a sensação psicológica de distância e tempo foi bem maior que 2 horas de trajeto e 1 semana.

Dormir em casa, almoçar em casa, ir ao shopping com a minha avó, sair com meus amigos, brincar com a minha priminha, rever minhas pessoas ocasionou um ganha- ganha na minha vida. Do meu lado, eu pude recarregar as minhas energias ao lado deles, porque não há energia melhor do o sentimento de quem te quer bem. Mais importante que isso, fez com que minha avó percebesse que eu não estou tão longe assim e como eu disse pra ela " não fica triste, sempre vamos estar juntas". Aliás, ela percebeu tão rápido que até queria que eu trouxesse minha roupa da semana pra ela lavar... coisas da Super D. Angione.

A semana que estamos e que começou no feriado (15) - aliás feriado pra quem? Eu estava trabalhando - iniciou com outro sentimento. Bem diferente daquela agonia de contar os dias, ela chegou com a expectativa e ansiedade para que tudo dê certo. Um sentimento feliz, vontade de fazer as coisas progredirem. Afinal, não há motivação maior na minha vida do que ouvir a benção da minha avó com a voz de quem está bem.

E seja o que Deus quiser. Uma semana de cada vez.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Adeus, Aline.

Cheguei a fase do choro. Ainda preciso arrumar minhas malas, mas o choro mesmo já começou.
Vou abandonar a maior zona de conforto da minha vida: a minha casa. Nunca morei em outro lugar, nunca me mudei, nunca passei mais de 15 dias longe daqui.

Quando eu era pequena e ficava de férias da escola tinha que passar alguns dias na casa do meu pai, dias a mais que um final de semana, afinal estava de férias. Sempre me programei pra passar 15 dias, era o máximo que eu conseguia suportar longe da minha avó.

Agora, chorando, lembro muito daquela Aline da infância. É uma dor bastante parecida. Mas agora, ao contrário da minha infância, ela não é uma consequência da escolha alheia - a separação dos meus pais - ela é fruto da minha própria escolha.

Essa escolha é um pouco maior que simplesmente sair de casa. É uma decisão, dentre muitas, pela maturidade. E cada a escolha, uma renúncia, alguém me ensinou.

Só amadurece de verdade quem abandona a zona de conforto. Só o desconforto é capaz de gerar um crescimento consistente. Eu não sei quem disse essa conversa pra boi dormir, mas eu acreditei.

Comigo vai só o otimismo mesmo. Preparação de gente grande tenho ainda não.

Ao me ver chorando assim vejo que tenho tanto ainda daquela Aline que ía passar o final de semana na casa do meu pai e ligava antes do tempo para minha avó vir me buscar.

Não sei o que é não viver na minha casa. Não tenho a mínima ideia. Não me digam que é aqui perto, porque não é. É longe, é muito longe de tudo que eu já vivi durante toda a minha vida.

Esses últimos dias são de despedidas, almoços, happy hours, beijos, abraços, mas claro, tudo muito superficial, porque das pessoas mesmo eu não me separo. Talvez perca algum namoradinho, mas meus amigos ainda serão meus amigos, meus pais ainda serão meus pais e minha avó será sempre essa fortaleza que ela é pra mim em qualquer lugar geográfico que eu esteja no planeta terra.

A despedida real e dolorida é de mim mesma. A partir de domingo cada dia que eu viver será um passo que eu me distanciarei daquela Aline pequena que chorava na casa do papai com saudade da vovó.

O único Adeus que realmente vou dizer é pra essa Aline. E abandoná-la, apesar de necessário, dói demais.
É, morrer deve doer menos que amadurecer. Segunda-feira é o primeiro dia do resto da minha vida... Adeus, Aline.

domingo, 24 de outubro de 2010

Cadê o planejamento?

É melhor eu correr, senão talvez eu não consiga acompanhar o ritmo que minha vida tomou. E tomou sozinha, com pouca participação da minha vontade.

Se me dissessem que as coisas que acontecem agora iriam acontecer realmente, eu daria uma gargalhada e discordaria. Isso seria bem típico de mim porque eu sou tolamente presunçosa e nunca acredito que as coisas irão fugir do meu planejamento. Simplesmente concordo quando dizem que o mundo gira ao meu redor e pra falar a verdade, até gosto.

Mas eu? Eu não sou dona de nada da minha vida neste ano - talvez nunca tenha sido. A última decisão que realmente posso dizer que tomei foi a de sair do meu último emprego e isso foi no ano passado, desde aí esse tal mundo que gira ao meu redor girou pra onde ele bem quis girar.

Surgiram oportunidades que eu simplesmente disse "eu vou" "eu quero" "sim" como quem decide aceitar um copo de água oferecido. Na verdade eu não planejei absolutamente nada neste ano. Eu aceitei 2010.

E 2010 aconteceu, acontece ainda, e da forma mais desafiadora possível. O que me faz duvidar, e se nem tudo precisar ser realmente assim tão planejado, e se o segredo da vida for realmente o "deixar acontecer" que minha prima Jaíne sempre me aconselhou a usar?

Claro, decisões pensadas são mais seguras que decisões repentinas, mas em nenhum dos casos o risco de ter sido uma decisão equivocada é extinto. A margem de erro está sempre lá, pra mais ou pra menos.

E ainda usando a metáfora, o copo de água que eu aceitei tomar pode me engasgar, mas também pode aliviar a minha sede. E sede eu tenho.

domingo, 19 de setembro de 2010

Só um espaço

Ontem eu fui pra um pagode, e acreditem, me diverti. E se vocês vissem o tipo de pagode que eu fui teriam mais dificuldade ainda de acreditar nessa confissão. Aceitei que não gostava da música, que não encontrei pessoas bonitas, que o lugar era horrível, mas que a conversa com alguns amigos era algo que me alegrava e me fazia sorrir. Dei o espaço.

Tenho reclamado bastante que a minha vida está sem emoção. E não é realmente que ela esteja ausente de emoções, se considerarmos o meu lado profissional, pode-se até dizer que cada dia é uma emoção diferente. Mas vejo que as emoções se concentraram totalmente em um lado só porque eu fechei qualquer outro campo da minha vida. Sufoquei o espaço.

Como eu vou me divertir se eu nem ao menos for a qualquer outro lugar além do meu trabalho? Como as emoções das quais sinto falta irão acontecer na minha vida se eu não parar de racionalizar os processos? Qual o valor de uma diversão e de um frio na barriga?

O espaço que damos para as coisas que queremos que aconteça em nossa vida é fundamental para que elas, de fato, aconteçam. É como querer ganhar na mega-sena sem se quer apostar um jogo. É preciso parar e dar um espaço no tempo, na agenda, no trabalho... na rotina pra fazer aquilo que vivemos reclamando que não fazemos, pra acontecer aquilo que vivemos dizendo que só não acontece com a gente.

Às vezes as oportunidades nos encontram, nas outras vezes temos que nos encontrar antes.E em algumas vezes só é preciso dar um espaço.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Meu saco cheio

Hoje foi um dia daqueles que fiquei de saco cheio.
E aqui em Manaus se tem uma ajudinha para o saco encher mais rápido: o calor.
Me aborreci cedo quando descobri que gastei demais em meus cartões de crédito e vou até pagá-los, mas vou ficar sem dinheiro no mês.
E aí fiquei mais puta ainda quando não consegui controlar a minha enorme vontade de tomar refrigerante. Não preciso de mais refrigerante, minhas coxas já possuem a sua marca nas diversas celulites existentes.
Falando em coxas, meus quadris estão cada vez mais largos e isso é um indício de que estou engordando, pois sou anormal e não engordo por inteira, viro um monstro da cintura pra baixo.
Não, isso não é uma vertente do meu complexo de inferioridade. Durante o final de semana isso ficou provado quando tentei comprar uma calça jeans e nenhuma dava em mim porque não passavam justamente - e põe justo nisso - nos quadris.
Observem que a última situação evidencia dois motivos para eu ficar ainda mais aborrecida comigo mesma: primeiro, engordei; segundo, se meu cartão de crédito está passando do meu orçamento por que eu estava querendo comprar uma nova calça jeans?
E todos estes são motivos muito bons para eu ter passado o dia de saco cheio hoje.
Ah, sim, vale acrescentar que o transporte público precário desta cidade do qual eu dependo também colabora bastante, mas a sua colaboração é tão participativa que reclamarei dele em um post exclusivo.
Ah, mas teve uma coisa boa no meio de tudo isso.
Hoje, na loja, juntando uns trocados de cada um, fizemos uma festinha surpresa pra um colega da limpeza. Tinha pão com patê, pizza, parabéns e bolo com b.
E o aniversariante ficou tão feliz ao ver o cenário, que, depois do discurso voluntário que o obrigamos a fazer ele foi às lágrimas.
" Obrigado, é só o que eu posso dizer. Nunca fizeram isso pra mim. Só quero agradecer a vocês. Muito obrigado". E chorou.
Então, depois disso eu só posso mesmo me envergonhar de ficar de saco cheio por motivos tão estupidamente superficiais como os de cima - menos o transporte público.
E posso agora me aborrecer comigo mesma novamente, mas por um motivo decente. Por considerar que o universo gira em torno das minhas celulites e ser ingrata com o saco que a vida me deu.
Porque realmente o saco da minha vida está cheio: cheio de saúde, família, amigos, um emprego e dinheiro o suficiente - ainda- pra pagar meus cartões e meus refrigerantes.
Em retratação, eu termino este texto agradecendo ao meu saco e que ele continue cheio por muito tempo.
Obrigada!


quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Tão jovens...tão bonitos...tão... vazios.

- Texto redigido para o portal de notícias D24 >> http://blogs.d24am.com/alinepostigo

É impressão minha ou a maioria dos adolescentes de hoje não estão mais conseguindo reunir o tico e teco para trabalharem em prol de uma causa menos fútil?

Em uma conversa recente com uma jovem de 16 anos, linda por sinal, tive a ligeira impressão que a maioria dos colegas que ela convive estão no mesmo nível de conteúdo que ela está, ou seja, nível nenhum.

Sim, fútil todo mundo é um pouco. Eu sou, você é e que chato se todo mundo ficasse só comentando sobre política e os livros da Clarice Lispector por aí. Mas existe um nível de futilidade a ser praticado, principalmente para mulheres bonitas, que já são discriminadas logo de cara. Aliás, mulher bonita tem sempre que provar que é inteligente… claro, se ela for mesmo.

E aí eles sabem com detalhes o último clip da lady Gaga e a nova boate. Mas dificilmente sabem, nem por alto, sobre as notícias em evidência. As meninas se preocupam com quão liso estão seus cabelos e em que nível de anorexia estão nesta semana, os meninos com os aros dos carros e os centímetros do braço e as garrafas de “Red”.

São estes mesmos jovens de 16 anos que já possuem a responsabilidade de escolher alguém para votar. E tudo bem se eles fizerem péssimas escolhas, porque tem muito adulto fazendo também. Mas fica extremamente complicado exercer esse direito de cidadão (até o de escolher mal) se eles não têm a mínima noção de quais candidatos concorrem à Presidência. Por favor, ao menos pra Presidência, já que é número menor de candidatos que o de Deputados.

Isso é tão triste. Eles são tão jovens, tão bonitos… tão… vazios. E não que eu fosse a grande menina madura aos 16 anos, mas me recuso a acreditar que eu era assim. Não, nem eu, nem os meus. Nós, ao menos, assistíamos a algum jornal da TV, nem que fosse ao que antecedia à novela. Nosso nível de alienação nunca foi tão grande quanto aos que vejo pelos lugares que frequento.

É realmente lamentável. A alienação é uma grande prisão. É um analfabetismo mental. Você não consegue perceber, nem interpretar a realidade a sua volta, assim como um analfabeto não consegue entender as letras.

E assim como é um preconceito considerar que as mulheres bonitas são burras, também seria injusto dizer que só os jovens com situação monetária acima da média são alienados. A alienação não tem nada a ver com classe social, ela não é privilégio dos que tem mais dinheiro.

Também não é desculpa não conseguir entender determinada realidade só porque você não a viveu, se fosse por isso teríamos todos que passar fome para conseguir perceber a miséria que existe no mundo.

E não é culpa do capitalismo, do culto à beleza, da moda, do consumismo, da internet, dos professores, da internet, das propagandas, não, não é culpa de nada disso. A informação está aí, muito mais acessível que antes, escolher dar uma olhada no que acontece fora do nosso orkut é só uma questão de escolha.

O que me preocupa mesmo é que com um ano a mais, em média 17 anos, esses mesmos jovens vazios estarão assinalando em formulários de vestibulares o que terão que fazer pelo resto de suas vidas. E 1 ano é muito pouco para esse avanço de maturidade. Só tenho medo pelo choque que terão ao descobrir que nas opções de graduação não há nenhuma caixinha de seleção para marcar Big Brother Brasil.

O exercício da simpatia

- Texto redigido para o portal de notícias D24 >> http://blogs.d24am.com/alinepostigo

Desde o início do ano eu comecei a trabalhar com atendimento ao cliente, portanto, pra fazer diferente da maioria dos serviços prestados em Manaus tive que aprender a arte de ser mais que educada, a arte de ser simpática.

Acreditem, para mim isso era realmente um grande exercício. Não que eu fosse mal educada, mas fazer questão de ser a miss simpatia não era um dos meus focos de vida. Eu até gostava mesmo do posto de antipática ou metida que as pessoas me davam antes de me conhecerem. Quão tola eu era…

Mas atender clientes realmente tem mudado a minha vida. E quando você começa a considerar que todas as pessoas que você possui alguma influência também são, indiretamente, seus clientes, o exercício de ser simpática passa a ser dobrado.

Quantas vezes falamos mal daqueles que passam pela gente e nem dão bom dia. E quantas vezes somos iguais a eles? Quantos “tudo bem? ” dizemos sem estarmos nenhum pouco interessados em saber. Ah, e se você estiver mantendo o contato pela primeira vez então, esperar um segundo encontro pra ser simpático é um grande risco, pode ser que a pessoa não lhe dê esta outra oportunidade.

E mesmo que você acorde com muito mau-humor na segunda-feira, como de costume, faz toda a diferença dar um ” bom dia ” com educação e um ” Bom Dia” com um sorriso acrescido de um ” como foi seu final de semana? “. E de segundas em segundas a simpatia que, inicialmente, era um exercício diário acaba entrando no sangue e passando a ser natural.

De repente, o que era só educação, que por exercício virou simpatia, sem que menos se perceba acaba se tornando carinho. E o ” como foi seu final de semana? ” já não é mais mero cortejo político , mas sim uma pergunta que realmente lhe interessa, porque agora você se importa com as pessoas que estão ao seu lado.

E se já não bastasse o grande benefício de ter se tornado uma pessoa menos egoísta e que movimenta mais os músculos do rosto para sorrir, reciprocamente ganha-se o carinho das pessoas que te contaram como foram os finais de semana delas e também se importam como foi o seu.

A simpatia conquista as pessoas. E não há nada mais precioso do que ter pessoas que nos querem bem. Esta é a nossa verdadeira rede social. Porque estas pessoas nos abrem portas e proclamam o nosso nome com alegria. É muito triste ser uma pessoa antipatizada.

Não estou aqui incentivando ninguém a ser falso. Até porque a simpatia forçada ou interesseira não conquista ninguém. Mas é válido lembrar que não importa o quão inteligente, eficiente, competente você seja. Se você não conquistar as pessoas haverá sempre uma lacuna a ser preenchida na sua vida. Existirá o “mas”.

Podemos escolher sempre sermos só educados, e tudo bem que já estaríamos em destaque, mas, convenhamos, mesmo que muita gente se esqueça, educação é obrigação de todos nós. Podemos fazer ainda melhor neste mundo de iguais, podemos exercitar a simpatia que há entre nós e conquistas as pessoas. Afinal, miss simpatia também ganha faixa…

sábado, 7 de agosto de 2010

Eu vou me matar

Eu vou me matar. Nada melhor do que o dia do meu nascimento para fazer isso (8/8), aliás. Calma, antes que vocês pensem que eu sou tão exibicionista que resolvi publicar minha carta de suicídio na rede mundial de computadores, esclareço, matarei apenas aquilo que não serve mais pra mim.

Desde o fim do ano passado muitas mudanças aconteceram, novos pensamentos, novas atitudes, novo emprego, novo comportamento. Isso é realmente um ponto muito positivo, mas ainda resta um lixo neste novo cenário. É necessário matar aquilo que não me leva pra frente.

A chegada dos meus 24 anos é uma boa oportunidade de começar a colocar em prática esses homicídios. Digo colocar em prática porque não significa que só porque eu decidi que vou matá-las, que elas irão morrer. Talvez a morte seja lenta, dia após dia. Ninguém muda do dia pra noite. Desconfie de quem fez isso porque a mudança é um processo demorado e geralmente dolorido.

Mato tudo aquilo que de alguma forma me mata um pouco. As paixões não correspondidas, os complexos de obesidade e feiúra, os dramas, as tolices, os egoísmos e as coisas terrestres que me afastam das coisas do Alto. Mato-as e torço para que elas morram e não ressuscitem.

Me mato, torcendo para que assim eu viva mais, eu viva plena. Eu aprenda. Me mato hoje, para que, novamente, eu possa nascer em mais um ano completado.

Feliz Aniversário, Aline.


quinta-feira, 29 de julho de 2010

Marketing em conjunto

O setor de Marketing dentro de uma empresa ganhou muito mais importância nas decisões de competitividade nos últimos anos. Muitas estratégias de foco no cliente externo são inteligentemente valorizadas todos os dias, mas vale acrescentar que grandes esforços da área de Marketing também estão se voltando para quem está do lado de dentro da marca.

Mais do que um esforço de Recursos Humanos, o Endomarketing é uma grande estratégia de construção de valor percebido para a imagem da empresa. O grande objetivo do Marketing de Relacionamento é além d fidelizar o cliente, elevá-lo ao nível de advogado da marca. E como fazer com que clientes defendam a marca se os próprios colaboradores não perceberem a imagem com valor?

Houve o tempo em que a guerra do Marketing acontecia no PDV, mas hoje o campo de batalha é outro, a guerra é travada na mente do consumidor e independente se este consumidor possui ou não uma relação empregatícia com a marca, a relação existente deve ser levada em consideração.

O Marketing atual requer visão holística "pois tudo influencia tudo e tudo está interagindo com tudo". As pesquisas de marketing avançam para entender os desejos dos clientes enquanto as pesquisas de clima organizacional procuram entender as expectativas dos colaboradores, de modo que o resultado venha a ser único: o valor percebido na imagem da marca.

Afinal, nada adianta ter o melhor composto de marketing (preço, praça, produto e promoção) se o cliente esbarrar no mau atendimento do colaborador insatisfeito, ou se depois do lançamento de um produto com a campanha publicitária mais milionária no horário mais caro assistido pelo target, a declaração negativa de um funcionário no twitter sobre o produto lançado colocar tudo a perder.

Atitudes como esta estão muito comuns na era da interatividade, não é a tôa que diversas empresas restringiram a participação de seus funcionários em redes sociais, tentando inibir arranhões onerosos na marca causados por quem está do lado de cá.

Ainda que seja um alto investimento, acredito que esforços conjuntos de Endomarkentig e Marketing Externo tem muito mais chances de trazerem resultados significativos na construção de valor à marca do que esforços solitários de marketing.

Aliás, penso que esforços mercadológicos solitários já não trazem mais resultados significativos nos tempos de hoje onde tudo está tão tecnologicamente multimídia. Atualmente, não precisa muito esforço para que táticas isoladas de marketing tenham resultados pouco lucrativos, bastam apenas 140 caracteres.

domingo, 18 de julho de 2010

Vão-se os celulares

E ontem eu fui vítima da bandidagem alheia, furtaram d.e.s.c.a.r.a.d.a.m.e.n.t.e o meu celular. O adjetivo fica por conta da meliante ter tirado o celular que estava apoiado no meu lado na pia do banheiro de um shopping da cidade em apenas 3 segundos.

Não eximo a minha culpa da falta de atenção, devo mesmo ser mais atenta e cuidadosa com as minhas coisas. Mas, sinceramente, fica muito difícil, eu, moça de família boa, conseguir competir com a habilidade pro mal das pessoas que me rodeiam.

Mas a ocorrência precisa ser redigida não para tons de reclamação. mas para descrever como a minha reação quanto a isso foi brilhante. Resolvi, enfim, seguir o conselho de uma grande paixão da minha vida que retrucava os meus dramas com a seguinte frase " as coisas só te atingem porque você deixa elas te atingirem". Não é que era verdade? Mesmo que eu ficasse com raiva quando ele dizia isso.

E se eu já tinha vivido um dia anterior maravilhoso, já tinha saído do cinema depois de ter assistido um filme bastante divertido e se já tinha comprado uma blusa nova para sair com os meus amigos, iria um simples celular acabar com todas as coisas boas do meu dia? Não, um celular não.

É preciso dar a importância correta a cada coisa que acontece na minha vida. Sem super ou subestimar nada. Sem excessos de confiança ou excessos de pessimismo. Não estou distribuindo dinheiro para dar o celular para qualquer marginal, e óbvio, o fato me chateou. Mas ainda assim é só um celular, poderia ter sido minha carteira, pior, poderia ter sido a minha blusa nova (aí sim eu ía ficar puta!).

Os dramas só fazem a gente perder tempo. Vou ter que comprar um celular novo mesmo, resgatar o meu chip, recuperar o número das pessoas e todo este transtorno, me aborrecendo muito ou só me aborrecendo o suficiente. Vão-se os anéis, ficam-se os dedos ( ou seria vão-se os celulares, ficam as blusas novas?).

Então, o que fiz e que eu realmente posso fazer é desejar que a ladra passe muito bem (bem longe de mim). Porque ela até levou o meu celular, mas a minha paz de espírito continua aqui. Telefonicamente incomunicável, mas aqui.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Jogo perdido é jogo esquecido


No texto anterior eu falei das minhas conclusões em aproveitar o tempo da minha juventude.


Chegando a um hiperlink de constatações, vislumbrei a epifania de que nada na minha vida me fez perder tanto tempo do que gostar de quem não gostou de mim.

Quanto tempo se perde procurando agradar quem não nos quer, encontrando formas de fazer com que a pessoa gosta da gente e no final das contas, simplesmente sofrendo por ela não gostar. E claro, sim, ela pode no final das contas passar a gostar de você, mas não há como saber se foi por que você se moldou ao estilo dela ou simplesmente porque insistiu demais.

Uma vez eu gostei de um garoto que não gostava de mim. Mentira, diversas vezes eu gostei de garotos (e senhores) que não gostaram de mim. E eu, hoje em dia, percebo que tempo jovem que eu gastei nisso. Afinal, por mais que eu não fosse essas enlouquecidas que perseguem, insistem e se humilham, os dias que poderiam ter sido menos emocionalmente desgastantes não voltarão mais.

Também pequei diversas vezes por não deixar claro que gostava do cara, apesar de acreditar que um cara sabe quando uma mulher gosta dele. Mas como, algumas vezes, nem sempre se enxerga o que está a um palmo do seu nariz, hoje em dia, sem medo de ser feliz eu assumo: "gosto de você".

E aí, meu leitor, ou é cartão vermelho ou é pênalti. Se for pênalti, muita competência para fazer o gol, porque nada está garantido até que a bola entre. Mas se for cartão vermelho, saia. Mas saia mesmo. Deixe o campo e espere o final da partida no vestiário, se ela ainda o interessar.

Assim como reclamar com o juiz não faz ele retirar o cartão vermelho, de nada adiantará tentar entender porquê quem se gosta não gosta da gente. Passe a pensar no próximo jogo, neste você está expulso, não há o que fazer.

Não perco mais meu tempo com quem não quer ou consegue ou simplesmente não gosta de mim. Perdi tempo demais até com isso. Agora, jogo perdido é jogo esquecido. O tempo das lamentações passaram. Pessoas que não nos querem são como jogos em que o jogador não pode mais estar em campo e influenciar no resultado da partida. Se não há o que fazer, pra que remoer?

Posso até me apresentar pra jogar, acredito que ao menos para 'desencargo de consciência' os sentimentos precisam ficar claros. Mas não há certeza de nada, se der pra fazer o gol, maravilha! Mas se não der, valeu a experiência. Continua-se o treino porque a próxima partida é imprevisível e pode começar daqui a pouco e ter um resultado diferente.

No amor, assim como no futebol, cada jogo é um jogo. A diferença é que no futebol é mais fácil e um pouco menos dolorido.

domingo, 11 de julho de 2010

Conclusões de um final de semana com 23 anos

Durante as últimas semanas a última coisa que tenho aproveitado é a minha juventude. Mas este final de semana foi diferente. E como foi bom sentir que se tem vinte e poucos anos, principalmente se você realmente tem 23 anos, como eu.

Responsabilidade é fundamental para atingir as minhas metas de crescimento profissional, mas se a ausência de foco é super prejudicial para quem tem metas, o excesso de foco também não é algo que privilegie.

Eu adoro o meu trabalho e adoro essa visão que ele me proporciona: 'hoje eu estou aqui, mas se eu seguir com responsabilidade e competência daqui a algum tempo estarei lá'. Mas de alguma forma ou por alguma forma eu acabei esquecendo que a minha juventude (lazer, amigos, namorados) precisa ainda ser vivida.

Por mais que por muitas vezes eu me vista e me sinta com 30 anos pelo nível de exigência imposto multiplicado pelo nível de exigência que eu me imponho eu, ainda, até dia 8 de agosto, ao menos, tenho 23 anos.

Depois de dois meses muito intensos no grau de dedicação profissional, este final de semana eu me dei folga. O cansaço, desculpa de todos os finais de semana, mesmo ainda estando presente, foi ignorado. Fui viver os meus vinte e poucos anos com muita disposição e intensidade.


E depois da conclusão que o final de semana foi maravilhoso, da sexta à noite até o anoitecer de domingo, eu realmente chego a conclusão que os meus quase 24 anos precisam ser mais valorizados. Tenho que aproveitar ao máximo os benefícios que a minha juventude me dá, mesmo que eles tenham alguns preços, eles ainda são muito baratos.

Se tantos mais velhos suspiram de saudade pela juventude, deve ser porque ela realmente é uma fase muito boa e que só damos o real valor quando passamos dela. Eu não quero chegar aos meus reais 30,40,50 anos arrependida de não ter sido jovem enquanto era jovem.

Tenho muita sorte de ter uma vida profissional tão legal. Mas é preciso viver cada hora no seu lugar. A hora de ser mais velha e de ter vida de mais velha, chegará. Não é a minha pressa que irá adiantá-la. Eu não quero ser nova com uma alma chata, amarga e ranzinza, porque eu admiro demais quem é velho com espírito jovem.

Eu não 'já tenho' 23 anos, eu ' só tenho quase 24 anos'. O foco, a responsabilidade, as metas, a exigência não são antônimos de juventude. Não tenho feito isso muito bem, mas sei que conciliar os meus dois mundos (profissional x pessoal) é o meu maior desafio, mas nem precisa ter mais idade pra saber que também será uma grande recompensa.

"Mas, pode crer, daqui a vinte anos, você vai evocar as suas fotos e
perceber de um jeito - que você nem desconfia hoje em dia
quantas tantas alternativas se lhe escancaravam à sua frente,
e como você realmente tava com tudo em cima.
Você não é tão gordo(a) quanto pensa!"

Trecho do Texto Filtro Solar

terça-feira, 22 de junho de 2010

A taça também é minha

Interessante essa fase de Copa do Mundo, todos numa só vibração em prol deste time que colocamos no aumentativo e chamamos de seleção, que de ÃO não tem nada, ao menos por enquanto.
E entre um jogo e outro, quase unanimemente, pensamos "imagine quando for em 2014". Enquanto todo mundo está fazendo os planos futuros de como estará daqui a 4 anos e que jeito conseguirá tirar proveito da Copa no Brasil eu fui na contra-mão e me perguntei:
Onde e como eu estava há 4 anos?
Pode até parecer um exagero, mas 80% do que eu era, não sou mais. Aliás, sou menos.
Sou menos eufórica, menos nervosa, menos impaciente, menos ansiosa. Ainda na classe do menos, posso dizer que as coisas que eu fazia por impulso diminuíram consideravelmente também, não que ainda não existam, porque, sinceramente, um pouco de impulso faz bem de vez em quando. Dá um certo toque de humanidade no cérebro mecânico.
Outra coisa a se avaliar nesta releitura da Copa passada é que se tivessem me perguntado onde eu estaria em 2010, eu jamais diria que estaria aqui sendo esta que eu sou. Naquela época eu jamais teria querido ser esta Aline. Pra ser bem sincera, provavelmente eu me acharia uma chata (talvez, hoje em dia, eu também me ache assim um pouco).
A verdade é que em 2006 não haviam planos muito longos e existiam poucas certezas. Não havia nenhuma preocupação com 2010, cada dia era cada dia. No máximo, na segunda-feira se pensava o que iríamos fazer, eu e meus amigos, no final de semana. Não havia visão.
E se só sobraram 20% de coisas que não mudaram, me orgulho de dizer que boa parte desta porcentagem se dá às alianças sólidas que construí durante toda a minha vida que me permitem ainda assistir aos jogos com os mesmos amigos de 4 anos atrás. E dentro desses 20% também acrescento os meus valores, a minha personalidade forte, o amor a minha família e um pequeno detalhe: eu ainda estou solteira desde aquela época.
Todo o resto que mudou (que de resto não tem nada), apesar do menos, transformou a minha vida em MAIS. Tanta gente que fica por aí dando murro em ponto de faca e eu pude ter uma transformação enorme em apenas 4 anos. 4 anos não é suficiente nem pra mudar a política amazonense, minha mudança só perde mesmo pras mudanças de namorado da minha prima desde a última Copa, mas isso também é um detalhe.
A Copa de 2010 é diferente de todas as outras que passaram, porque hoje em dia esta Aline que está escalada tem muito mais consciência do jogo e com dedicação e confiança tem todas as chances de marcar o gol. E, se Deus quiser, levantar a taça.
Espero que o Brasil também...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

As músicas guardam os sentimentos

As coisas passam.
Mas como eu já disse diversas vezes por aqui, tudo que passa leva um pouco de nós e também deixa alguma coisa.
E com certeza, as músicas da época passada ficam no armário dos achados e perdidos.
Você pode pensar que esqueceu.
Mas não temos amnésia, apenas superamos.
As coisas só passam a não influenciar mais na nossa vida como influenciavam antes.
E quando passam, pode ser que deixem lembranças boas ou que não desejemos que aquele momento vivido não volte nunca mais na sua vida.
Contudo se, num momento qualquer do futuro, bem distante do outrora acontecido, tocar a trilha sonora com a qual as emoções foram vividas no passado, não há como escapar, a lembrança voltará à memória.
E isso independe de ser uma recordação saudosa ou detestável.
Quem nunca teve a sensação nostálgica ao ouvir uma melodia da infância, seguida da expressão "bons tempos aquele!"?
O mesmo acontece quando preferimos ouvir propaganda eleitoral no rádio do que escutar aquela canção que lembra um sofrimento.
E mesmo que você não mude de estação, lembrará que aquela música tocou em um momento em que as coisas não aconteciam como você desejava.
Porque de alguma forma misteriosa, as músicas conseguem transmitir a sensação exata do que foi sentido quando elas serviram de background do momento.
Deve ser por isso que os casais apaixonados fazem a questão de terem uma música, com a esperança de que cada vez que a música toque, sejam lembrados. Que a canção que embala o romance eternize o momento e de alguma forma os eternize também. Porque tudo que se quer quando está apaixonado é que aquela felicidade dure para sempre.
E, um dia, a paixão passa [ou não].
Mas a canção escutada terá o poder de nos fazer viajar no tempo. E não há amnésia que impeça isso.
Em suas partituras, as músicas guardam os sentimentos.
Mesmo que depois que o tempo passe, eles já se tornem desnecessários na nossa vida, e sejam só coisas sem importância que deixamos sujas e empoeiradas no armário dos achados e perdidos da nossa memória, do nosso coração.

domingo, 16 de maio de 2010

A satisfação de proporcionar a satisfação

Tive a minha primeira experiência inesquecível na empresa.
Com 1 mês como Trainee da loja do Shopping, tive a oportunidade de atender uma cliente bastante nervosa pelo telefone. Apesar dela ter pedido para falar diretamente com meu gerente, me propus tentar resolver o problema dela. Ela aceitou.
E a responsabilidade, portanto, agora era da trainee.
No decorrer da conversa ela se acalmou, e depois de umas ligações e e-mails enviados, consegui resolver o problema da cliente.
Podia parecer um alívio para a Senhora, que teve seu pequeno problema resolvido.
Mas para mim, era bem mais, era a oportunidade de proporcionar diretamente a satisfação da minha primeira cliente.
Fiquei feliz por ter resolvido o problema dela. Fiquei feliz por mim também, por ter conseguido.
Mas minha felicidade foi além.
Depois de uns 20 minutos, a cliente retornou a ligação para loja, pediu para falar comigo pelo meu nome 'Aline' só para me dizer que tinham ido na casa dela resolver seu problema. E para me agradecer.
Ligou para me agradecer por eu ter feito só a minha obrigação. Não é incrível?
E acrescentou que iria à loja só para me conhecer.
Só a ligação desta cliente já me fez valer o mês inteiro de treinamento pesado.
Nunca me passou que ela realmente pudesse ir lá para me ver.
Mas os clientes da empresa são realmente surpreendentes.
E depois de uns dias, a minha cliente foi à loja, perguntou por mim 'Aline' e ao me encontrar segurou a minha mão, se identificou, perguntou se eu lembrava dela.
Como eu iria esquecê-la?
E olhando nos meus olhos e ainda segurando a minha mão, ela me agradeceu.
E mais, pediu desculpas por ter ligado exaltada.
Eu sempre li nos livros de marketing o valor de satisfazer o cliente, mas nunca nenhum dos conceituados marketeiros havia descrito a sensação de proporcionar esta satisfação.
É uma sensação muito boa de dever cumprido.
Ainda mais quando você encontra em seu caminho uma cliente especial como a minha.
Eu é que tenho que agradecê-la por ter me proporcionado esta sensação que me fez perceber em linhas tão sensíveis como o atendimento ao cliente pode fazer diferença não só na minha carreira, mas também no meu crescimento pessoal.
Essa experiência me faz não esquecer de agradecer as pessoas que prestam algum serviço para mim, quando assumo a posição de cliente.
Não que eu não já faça isso regularmente, mas agora vivendo o outro lado, percebo o quanto isso motiva o atendente e o quanto faz toda a diferença.
E mais, me faz perceber a importância de tratar quem nos atende pelo nome e não pelos "moços e moças" que falamos por aí.
Será que se usássemos as técnicas de atendimento ao cliente com quem nos atende não seríamos melhor atendidos?
Enfim, tenho certeza que ainda me depararei com muitas situações como esta, e que ainda terei muitos clientes com os quais poderei ter a satisfação de proporcionar satisfação a eles.
E como explica a primeira lei do marketing de All Ries "O primeiro é sempre lembrado" e eu sempre lembrarei quem, como e o quão especial foi proporcionar a satisfação da minha primeira cliente.
Porém, não só por ser a primeira ela será lembrada, mas pelo aprendizado, pela meta-experiência que atendimento me proporcionou.
A lembrança desta cliente será sempre especial.
Obrigada, Dona Ivanilde.

O tempo de Deus

Hoje, fui à missa. Nas palavras do Padre comentários sobre o tempo de Deus.
Enquanto ele falava, lembrei dos últimos acontecimentos deste ano, que certamente, foram da vontade e do tempo de Deus.
Lembrei dos meses que fiquei desempregada, sendo que em Janeiro eu tinha duas propostas quase certas, mas que por um motivo que eu não faço a mínima ideia, elas desandaram completamente. O "quase" fez toda a diferença.
E apesar de estar enlouquecendo com o ócio, e no meu tempo o momento de voltar a trabalhar já estar passando da hora, pro tempo de Deus a tal da hora ainda não havia chegado. Passou -se janeiro, fevereiro e só em março eu voltei a trabalhar.
Esses dois meses de espera, apesar de angustiantes, foram muito pouco se comparado aos 22 anos que esperei pra ver meus pais conversando amistosamente.
Ano passado, minha mãe foi me buscar na casa do meu pai e enquanto me esperava ficou sentada no sofá com ele interagindo sobre assuntos cotidianos. Essa cordialidade recíproca entre eles era um cenário extremamente diferente do qual eu convivi na minha infância.
E eu sofri tanto e quis tanto nos meus tempos de criança que isso fosse possível. Mas não era no meu tempo.
Já neste ano, a minha Páscoa foi realmente de Ressurreição, durante a missa daquele domingo, tive a oportunidade de ter a minha mãe de um lado e o meu pai do outro e poder rezar segurando a mão dela do lado esquerdo e a mão dele do lado direito.
Demorei 23 anos pra saber o que é segurar a mão do seu pai e da sua mãe ao mesmo tempo. Naquele dia, do tempo de Deus, eu pude saber.
Esses são só alguns exemplos, exemplos só da minha vida. Mas existem inúmeros outros tanto na minha, quanto na sua que podem comprovar que o tempo de Deus é o mais sábio para nós.
Quantas coisas que pedimos, pedimos, pedimos e não somos atendidos de imediato. Mas depois, quando até já esquecemos, o pedido se realiza.
E quando atendido, até pensamos, que talvez seja tarde demais.
Só porque as coisas não acontecem do nosso jeito, não significa que elas não aconteceram da melhor forma para nós.
Nem sempre estamos preparados para receber o que pedimos. E Deus deve saber disso.
Apesar de já não estar mais nas minhas orações de adulta que meus pais tenham um convívio amistoso, cada vez que eu os vejo conversando eu vejo que nenhuma das minhas orações de infância foram desprezadas.
Deus, não no meu tempo, no tempo Dele, não deixou de me atender.
Será que eu daria tanto valor ao meu emprego se eu não tivesse provado o que é ter nenhum?
Será que cada vez que eu visse meus pais conversando seria tão especial se não fossem os 22 anos que esperei pra ver isso?
O tempo de Deus tem uma razão, por mais que não consigamos entendê-la.
Deus sempre traz, na hora certa, as melhores coisas pra nossa vida.
É preciso ter paciência, confiança e entrega.
É preciso saber deixar as coisas de Deus entrarem em nós.

Amém.

domingo, 9 de maio de 2010

O mundo que gira ao meu redor

Se alguém diz que você é especial, quer dizer que, de alguma forma, você é diferente das demais pessoas. Certo?
E se o mesmo alguém diz para todas as pessoas que passam na vida dele que elas são especiais, logo, você não é diferente das demais, é igual.
Portanto, sua especialidade foi anulada com uma frase de um discurso decorado.
Quanto mais eu amadureço, contraditoriamente eu ainda caio em ciladas tão reincidentes, como a do "você é especial".
Essa semana eu ouvi que eu sou dramática e que, por ser leonina, eu acho que o mundo gira ao meu redor. Eu ouvi isso a vida inteira. E, talvez, eu seja e ache mesmo.
A diferença é que o mundo que gira ao meu redor é muito diferente do mundo que anda girando por aí na vida de umas pessoas.
Por exemplo, no meu mundo as verdades são verdades.
Elas não são frases ocasionais ditas para conseguir algo em favor próprio.
Se eu digo "você é especial" ou similares como "saudade" "sinto sua falta" "você me faz muito bem" "não quero te perder", tenha certeza, que no meu mundo, isso, quando pronunciado, é verdade.
Eu não declaro palavras que representam sentimentos tão bonitos só para satisfazer a minha promiscuidade sexual. Eu, não.
E por atitudes mentirosas terem um peso tão criminoso no mundo que gira ao meu redor é que a minha indignação pode soar aos olhos alheios como besteira.
Não é besteira, não é drama.
É que eu ainda não consigo aceitar atitudes como estas, porque o meu mundo é muito diferente desses que giram por aí.
No mundo que gira ao meu redor a promiscuidade não vale mais que o sentimento.
No mundo que gira ao meu redor a verdade não é um discurso decorado.
A verdade é verdade.
Sou especial ou só idiota?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Só respeito

Engana-se quem pensa que o amor ou a paixão é o que as pessoas mais prezam em um relacionamento.
Mesmo os relacionamentos mais simples, como aqueles de uma noite só, aqueles de 1 hora só, quanto os mais profundos, como os de uma vida só, sobrevivem mesmo do respeito que os parceiros dedicam.
Respeito não é algo tão difícil assim de ser praticado, se você tratar as pessoas como gostaria de ser tratado, já estaria no meio do caminho para alcançá-lo.
Vejamos, ninguém é obrigado a gostar da gente simplesmente pelo fato de gostarmos dela, absolutamente. Mas se tivermos só um pouquinho de responsabilidade, não alimentaremos este sentimento sem poder retribuí-lo. Isso seria tratar o parceiro com respeito.
E se não podemos retribuir esse gostar em tamanho proporcional, dizer a verdade também seria muito respeitável da nossa parte.
Sumir e não dar nenhuma explicação, mesmo que você considere que isso seja o melhor a fazer, é mais que falta de respeito, é baixo.
Se você entra pela porta da frente em uma festa na qual foi convidado, no mínimo, se despede de quem te convidou. Não saia sorrateiramente pela porta dos fundos.
E se, se divertiu, bebeu e comeu de graça deveria também agradecer. Mas educação não é pra quem quer, é pra quem pode.
E eu não estou falando de educação em relacionamentos, só o respeito já estaria a contento.
Se não vai ligar, não diga que ligará. Se não vai aparecer, não diga que virá. Se você não pode gostar, não diga que gostará, não diga que gostaria...
Engulam as frases imbecilmente feitas como "eu não te prometi nada". Ela é realmente muito desagradável e ainda por cima faz a pessoa do outro lado se sentir uma idiota.
Não é preciso dizer "eu prometo" para cumprir com a palavra. Para as pessoas de respeito a palavra dada é contrato.
Consigo suportar amar e não ser amada. Consigo suportar ser preterida. Consigo suportar receber menos do que me dou.
Sim, consigo suportar desconfortos ainda maiores.
Mas a falta de respeito é intolerável. É insuportável.
É indesculpável.
E se você se você se identificou como vítima das diversas faltas de respeito citadas, não se rebaixe. Num mundo de iguais, quem faz diferente se destaca.
Respeito não precisa ser recebido para ser entregue.
Respeito tem muito mais a ver com quem doa do que com o merecimento de quem vai recebê-lo.
Pratique o Respeito.
Comece por você mesmo, amplie-o aos seus relacionamentos.
Como diria o Presidente da Empresa na qual trabalho "a maioria das pessoas não quer um relacionamento exagerado, elas só querem ser tratadas com respeito".

sábado, 1 de maio de 2010

Eu desisto

Eu desisto.
E apesar de na maioria das vezes a reação de desistir ser associada à covardia, eu acredito que em determinadas situações, é preciso ter muita coragem para tomar tal atitude.
Situações como aqueles relacionamentos falidos de 30 anos, em que se uma das partes tomar a decisão de cair fora vai ter que enfrentar o mundo para que isso ocorra.
Nos acostumamos com a infelicidade, com a desmotivação, com o pouco.
E o costume faz parecer que tudo aquilo que estamos vivendo é tão normal que temos medo de arriscar algo novo.
O novo é desconhecido e também um risco probabilístico de dar certo ou de dar errado.
O costume não é nada novo. O conhecemos muito bem e, por mais que o convívio seja enfadonho, conseguimos conviver. Conseguimos sobreviver.
Às vezes abandonar tudo que foi construído durante muito tempo não é irresponsabilidade, não é covardia. É preciso ter humildade pra aceitar que foram feitas escolhas erradas no passado e que por acomodação ou, quem sabe, só por teimosia não deixamos tudo para trás e vamos em busca do que nos realize.
É mais fácil continuarmos a abrir uma porta que sabemos onde vai dar do que abrirmos uma porta nova que tem 50% de chance de ter um jardim do outro lado, mas também tem a outra metade de chance de ser um deserto.
E depois que escolhemos a nova porta, caso a escolha não nos agrade, vai ser muito difícil conseguirmos voltar pro lugar em que estávamos. São raras as vezes que temos oportunidade de voltar.
É preciso ter coragem pra muitas coisas, desistir também é uma delas. Principalmente pra desistir de ser infeliz.
Eu sou corajosa. Eu desisto.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Simplesmente, acontece

Existem muitas histórias de vida de pessoas que idealizaram, trilharam o caminho, persistiram e conseguiram. No final desta história há sempre o "eu batalhei muito pra chegar até aqui". Aplausos, é justo.
Em contrapartida, existem coisas na nossa vida que foram obtidas pelo fator surpresa, que não chegaram se quer a serem desejadas, que dirá planejadas. As coisas simplesmente aconteceram...
Não muito longe de nós, existem histórias de casais que viveram anos ao lado um do outro sem se perceberem, então, inesperadamente eles se beijaram e descobriram que eram o amor da vida um do outro. Se você não for muito romântico, ainda posso citar aquele seu colega que estava de bobeira por aí e de repente fez um comentário com alguém que era conhecido de outro alguém e tinha uma oportunidade de emprego que era feita no encaixe pra ele e hoje ele é super importante na empresa.
Algumas situações naturalmente mudam nossas vidas. Não procuramos, não batalhamos, não esperamos por elas, afinal como esperar por aquilo que nem se imagina pra si?
Não tem ao que justificar estes acontecimentos, vai depender muito da crença, pode ser Deus, pode ser o Destino e pode ser só porque era simplesmente pra acontecer.
Não desmereço, de forma alguma, as pessoas que só conseguem o que tem porque lutam muito por elas. Tampouco acredito que devemos esperar que as coisas PUF!, aconteçam diante de nós, mas devemos estar atentos para elas.
Todos os dias milhares de situações simplesmente acontecem conosco. Fatos que podem ser grandiosos exemplos como os supracitados, mas podem ser também pequenos, despercebidos e o pior, desvalorizados.
Como aquela avenida que você jurava que ía estar engarrafada, mas não, ela estava livre justamente no dia que se você chegasse mais cedo iria fazer a diferença. Ou como o ônibus que você perdeu no dia que estava mais cansado, aí em seu pensamento, você caluniou todo o cosmos, mas, milagrosamente, nem demorou pro próximo passar.
É bem verdade que tudo que é conseguido com sacrifício é mais valorizado. Mas não é porque não houve nenhum esforço da nossa parte para estes misteriosos acontecimentos que vamos desmerecer a presença deles em nossa rotina.
O acaso é bem-vindo e merece o devido reconhecimento. Talvez nem sejamos merecedores dele, mas precisamos ser gratos quando ele modifica a nossa vida com boas surpresas. Afinal, ele também pode modificá-la com infortúnios.
É bom que sejamos amigos do acaso, porque pode ser que um dia, quando estivermos tentando algo muito importante há bastante tempo, já tivermos dado tudo de nós e feito por completo e exaustivamente o que estava ao nosso alcance, mas mesmo assim não tivermos conseguido o resultado que esperávamos, pode ser que precisemos que as coisas, por si só, simplesmente, aconteçam.

domingo, 18 de abril de 2010

A Copa do Mundo já chegou

Depois que eu vi um cliente comprar uma TV de 42" de quase R$ 10.000,00 e comentar que queria o produto para ver os jogos do Brasil, tive certeza: a Copa do Mundo já chegou.
O fato realmente me surpreendeu porque ainda não estou nenhum pouco empolgada com o evento. Apesar de ser enlouquecida por futebol, os jogos da seleção não tem despertado em mim muita paixão já há alguns anos.
Mas depois da compra da TV, publicitariamente, comecei a reparar, ao meu redor, a motivação pro evento, já que dentro de mim ela não existe, ainda.
E não só para a saída de TVs das vitrines , mas também dentro da TV a Copa do Mundo realmente já começou. E começou com uma qualidade fantástica.
A maior parte dos VT's já utilizam o verde amarelo. Aliás, os comerciais estão muito bons. Dá gosto de vê-los e caracteristicamente tupiniquim a maior parte deles apelou para o humor para ganhar a atenção do telespectador. Funcionou.
Dá realmente pra achar graça da propaganda da Skol fazendo os " hermanos" virarem a casaca a cada gole redondo que eles davam.
E o "virar tieeteee" no meio do comercial da Vivo dá todo o toque à dancinha do internauta.
Quem merece aplausos também é a VW com o seu comercial trazendo a ligação do carro GOL com a vida do jogador Robinho. Particularmente, dos dois que assisti, prefiro o filme em que o Robinho é o " Rooobssonnn" nos gritos furiosos de um senhor que tem seu carro amassado pelos chutes da pelada infantil de domingo, típico mesmo de antigamente. [assista ao vídeo]
A qualidade dos comerciais brasileiros está cada dia melhor, e já conseguimos perceber isso não só nos filmes produzidos pelas agências de sul e sudeste. Aqui em Manaus já tem muita coisa boa sendo feita também, por poucos, ainda, mas o avanço é cada vez mais progressivo.
A diferença das nossas produções para as do mercado regional é que aqui o desnível entre o excelente e o péssimo é de uma curva de montanha russa.
Estamos em Abril ainda, e daqui até a Copa se instalar até nos corações mais arredios, como o meu, ainda veremos muito show de criatividade na mídia.
Eventos como a Copa do Mundo dão chance às empresas de produzirem mais que o trivial diário, permitem um espetáculo de Marketing. Espetáculo em que ganha o produto anunciado, os criativos produtores e os torcedores, quer dizer, os consumidores.
Só vai faltar mesmo a Seleção Brasileira ganhar...


domingo, 11 de abril de 2010

Não sinto mais sede

Essa semana tive oportunidade de ver que algumas emoções negativas finalmente sairam da minha vida. Em uma realidade não tão distante assim eu mencionei algumas pessoas para quais eu acreditava que voltaria se elas retornassem em minha vida.


Mas quando as pessoas não voltam no momento certo, o momento passa.
E mais que o momento, o sentimento também passa.
Esta semana eu vi as duas últimas pessoas com as quais eu talvez ainda guardasse algum sentimento inacabado. E sejam estes sentimentos quais fossem, passaram.
O cotidiano os trouxe a minha vista, ocasionalmente, apenas para eu constatar que eles não existem mais. E não só me alegra o fato da sensação de tormento que eles me causavam ter ido embora, mas também a realidade de eu não querer que eles voltem.
Mais, muito mais até, me alegro de eu não sentir vontade alguma de voltar para eles, como um dia senti. Senti tanto que cheguei a sufocar.
E hoje em dia, não sinto vontade que eles voltem nem para eu sentir o gosto delicioso e picante de ter que rejeitá-los. Apesar deste gostinho muito ter prestigiado a minha auto-estima nas vezes em que aconteceu.
Minha vida deu salto extraordinário, e onde eu aterrisei não há mais espaço para estes sentimentos que não são nobres, como o do gostinho delicioso e picante.
Às vezes, sinto que dormi e quando acordei haviam se passado 10 anos.
E realmente ao vê-los esta semana pareceu que eles viveram na minha vida há uma década.
Uma década, sem dúvidas, é tempo suficiente para que as mágoas tenham se apagado, para que as saudades terem se dissolvido... (ou não).
E é bom de vez em quando se chocar com o passado. O choque pode trazer inúmeras considerações favoráveis para o presente.
Uma delas, sem dúvida, é nos permitir ter uma exata percepção da realidade atual.
E ao avistar estes "fantasmas do Natal passado" percebi em plenitude que a realidade atual não tem mesmo mais nenhuma correlação com a situação em que eles pertenciam.
Gostaria de ressaltar novamente que alegro-me com isso.
E não pensem que este texto é para "cuspir no prato que comeu".
Pelo contrário, revalidarei sempre positivamente a experiência que os meus "fantasmas" avistados essa semana me proporcionaram, pude aprender com a dor que eles me causaram. Alguns que passaram na minha vida nem a oportunidade de aprender me deixaram...
Eu não vim aqui dizer que " desta água não beberei", eu só, desta água, não sinto mais sede.
Escolho ser feliz, mas se tiver que sofrer, prefiro sofrer por dores novas do que pelas de antigamente.
Por fim, acabou mesmo. Minha vida é daqui pra frente.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Amélia moderninha

Me perguntaram esta semana se eu era fiel?
Respondi afirmativamente. É verdade, sou. E até um pouco demais.
Gostaria até de devolver na mesma moeda o que fazem e fizeram comigo, mas acho tão contraditório você fazer aquilo que você critica nos outros.
Esta semana descobri que tenho mais uma característica que pode ser usada contra mim por estes homens que não percebem o pote de ouro (eu) que eles têm na mão.
Nesta última sexta-feira, passando a camisa de um senhor com o qual eu não tenho absolutamente nenhum compromisso, constatei: SOU AMÉLIA.
E eu venho dando indícios deste sintoma já algum tempo. Um dia destes estava aprendendo a fazer nó em gravata. Treinando consecutivamente até aprender de verdade.
Todas as minhas amigas estavam conversando e eu estava aprendendo com o namorado de uma delas a fazer o tal nó. Quando questionada por qual motivo eu estava aprendendo aquilo, justifiquei: - Pra saber fazer na gravata do meu marido quando eu casar.
Quem vê superficialmente a jovem de 23 anos com Graduação, MBA e um emprego legal imagina que ela vá ser uma workhollic daqui há alguns anos, que ela vá ser rica, que ela vá ser Presidente do Brasil, qualquer coisa, mas Amélia, não.
Sinceramente, eu com esses meus sonhos Disney de casar, ter filhos e fazer nó na gravata do meu marido, me decepciono ó. Logo eu que já levei tanto na cara por ser uma moça boazinha com quem não merecia.
Mas é culpa da minha avó, o exemplo de melhor esposa que eu tive a vida inteira.
Além de cuidar de todas as tarefas da casa, ela é fiel, mãezona, companheira e serve a comida do meu avô até hoje. Comida que ela mesma faz com altíssimo nível de excelência dentro de casa, por sinal.
E engana-se quem pensa que minha avó por ser Amélia é submissa, Dona Angione é muito segura do que quer e leva meu avô no chinelo. Se meu avô for o cabeça desta família, certamente minha avó é a coluna.
Não que a Amélia que existe em mim vá cozinhar, passar roupa ou ir pra beira do tanque (até porque hoje em dia tem máquina de lavar). E claro, que se meu marido depender de mim para servir a comida dele todos os dias, ele vai emagrecer.
Mas eu não me imagino e nem quero ser uma esposa relapsa que não sabe como funciona a rotina da sua família, que não sabe nem se o ferro de passar da sua casa precisa ser trocado.
Quero saber se as camisas de meu cônjuge estão sendo bem passadas, se ele se alimenta direito e se o amaciante usado não estraga o tecido de suas roupas. E neste pacote também vem a fidelidade, a lealdade, o companheirismo, o amor.
Paralelo a isso quero trabalhar e crescer profissionalmente, quero ter minha independência financeira para comprar meus sapatos, mas não tenho nada contra se ele pagar meu cartão de crédito sem reclamar. E o bom de ter seu dinheiro é que se um dia houver reclamações eu mesma passo a pagar a minhas faturas, como já faço hoje.
E na hora de eu e ele irmos trabalhar, antes de assumir a workhollic competente que serei, vou poder fazer o nó de sua gravata e manifestar a Amélia que eu sempre quis ser.
Uma Amélia moderninha, mas, ainda assim, mulher de verdade.