sábado, 1 de maio de 2010

Eu desisto

Eu desisto.
E apesar de na maioria das vezes a reação de desistir ser associada à covardia, eu acredito que em determinadas situações, é preciso ter muita coragem para tomar tal atitude.
Situações como aqueles relacionamentos falidos de 30 anos, em que se uma das partes tomar a decisão de cair fora vai ter que enfrentar o mundo para que isso ocorra.
Nos acostumamos com a infelicidade, com a desmotivação, com o pouco.
E o costume faz parecer que tudo aquilo que estamos vivendo é tão normal que temos medo de arriscar algo novo.
O novo é desconhecido e também um risco probabilístico de dar certo ou de dar errado.
O costume não é nada novo. O conhecemos muito bem e, por mais que o convívio seja enfadonho, conseguimos conviver. Conseguimos sobreviver.
Às vezes abandonar tudo que foi construído durante muito tempo não é irresponsabilidade, não é covardia. É preciso ter humildade pra aceitar que foram feitas escolhas erradas no passado e que por acomodação ou, quem sabe, só por teimosia não deixamos tudo para trás e vamos em busca do que nos realize.
É mais fácil continuarmos a abrir uma porta que sabemos onde vai dar do que abrirmos uma porta nova que tem 50% de chance de ter um jardim do outro lado, mas também tem a outra metade de chance de ser um deserto.
E depois que escolhemos a nova porta, caso a escolha não nos agrade, vai ser muito difícil conseguirmos voltar pro lugar em que estávamos. São raras as vezes que temos oportunidade de voltar.
É preciso ter coragem pra muitas coisas, desistir também é uma delas. Principalmente pra desistir de ser infeliz.
Eu sou corajosa. Eu desisto.

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