quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Tudo Bem?

Caramba, às vezes eu acho que dormi e sonhei com tudo ó. Só pode. Porque não dá pra acreditar que todas aquelas palavras ditas para mim foram tão da boca pra fora assim. Pior que isso, que todo aquele sentimento fervilhando virou um aceno de mão seguido de um “tudo bem?”.

Ok, as coisas passam, a paixão não é eterna, mas é isso que ela vira, um tudo bem? Tudo bem o cacete. O que aconteceu com as promessas que você me fez? Onde estão todas aquelas palavras bonitas. Ah, vale lembrar que eu nem pedi pra ouvir nada, você disse porque quis, e eu não sou surda, eu ouvi.

O problema das pessoas de hoje em dia é que elas pensam que te amo é bom dia. Bom dia você dá quando abre uma porta de manhã. Nem sempre você deseja que a pessoa tenha mesmo este dia assim tão bom, mas se educado você for, o bom dia será pronunciado.

Mas 'te amo' ou 'eu prometo' ou 'nunca vou me afastar de você' são coisas sérias, que precisam ser ditas com responsabilidade. Quem me dera se as pessoas pudessem ser processadas por dizerem estas coisas tão involuntariamente.

Sabe qual é o outro pó da questão, é que as pessoas julgam as outras por si mesma. Se você é infiel com seu parceiro, provavelmente será desconfiado, pois já que você faz, por que a pessoa que está ao seu lado não pode fazer também? E este é justamente o meu problema, eu sou incapaz de dizer sentimentos que não sinto. Conto no dedo indicador o único homem para quem disse 'te amo' e apesar de naquela época até achar que era verdade, hoje acho que foi meio precipitado da minha parte.

Pois então, como eu sou incapaz de declarar sentimentos inexistentes, eu julgo as pessoas por mim mesma, e acredito que o que elas me dizem é verdade. Se eu não tenho ninguém para me dizer ao contrário e não sou uma maluca neurótica desconfiada, o que eu, tola, faço? Acredito.

Tsc, Tsc. Sinceramente ó. Eu não estou sofrendo não, não pensem que é isso. Eu só mesmo me questiono pra onde vai a ética das pessoas? Sim, porque ter responsabilidade com o sentimento alheio é uma forma de ser ético. Acho que só eu e o pequeno príncipe mesmo que concordamos com a inesquecível verdade “tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”. Se a pessoa não vai poder se responsabilizar, porque faz questão de cativar?

Sabe, nunca vou entender essas coisas de canalhice, foge da minha capacidade de raciocinar. Graças a Deus! Prefiro continuar a viver no reino do Pequeno Príncipe do que virar um monstro. Mas já que seu sentimento por mim virou um involuntário 'tudo bem?' Eu respondo daqui do meu planetinha: - tá tudo bem, sim! Melhor agora!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Receita da Torta

Um dia desses eu fiz uma torta de morango. Eu segui a receita direitinho e ela ficou do jeito que tinha que ficar, idêntica a da TV, bonita até. Mas a torta era só aparência, não era gostosa. Não era ruim, mas não era de comer e repetir.

E metaforizando a experiência da torta de morango com a vida, dá pra perceber que nem tudo que tem uma receita toda certinha tem o melhor sabor. Não existe uma fórmula ideal para ser feliz.

Algumas amigas minhas estão grávidas antes do planejado, e esta não era a receita de vida que elas seguiam. Uma xícara de graduação, duas colheres de carreira profissional, misture tudo a um casamento, aguarde dois anos e pode ter um filho.

Caramba, quem disse que isso dá certo? Onde que está escrito que existe planejamento para ser feliz ou que elas serão mais ou menos felizes se o filho vier antes de todos os outros ingredientes?

O mesmo vale na hora de escolher alguém para estar ao seu lado. Junte um rosto bem afeiçoado, acrescente inteligência com pitadas de maturidade, veja no rótulo se o produto vem sem filhos e sem casamentos, salpique paixão à gosto. Reserve por um tempo até o relacionamento desenvolver e pronto, pode levar para o altar.

Se todas essas receitinhas dessem certo, a vida seria tão mais simples. Acho que elas até seriam vendidas na farmácia. E elas podem até ter um bom resultado mesmo, afinal a minha torta saiu perfeita aos olhos de quem vê. Porém, se nem as receitas de comida vem com a garantia que serão gostosas, como essas fórmulas de vida planejada poderão ter alguma garantia da felicidade?

E a receita da torta de morango era, mesmo, bem fácil, mas ela estava tão sem gosto....

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Ainda bem

No post anterior eu me referi as férias que tirei de mim. E fui fazer um monte de coisa que eu já não fazia mais, pensava eu, por falta de tempo. Mas não era não por isso. Era pura falta de vontade mesmo.

Já não combina mais comigo essa vida de festinha. Me sentia um pato fora d'água nas baladas que fui semana passada. Não combina mais conviver com aquele monte de gente de beleza impecável, mas sem nada na cabeça. Olha, não que eu me ache superior a ninguém, mas eu sou melhor do que aquele bando de pessoas vazias.

Outra coisa que também não dá mais pra mim é o ficar por ficar, juro que eu até tentei, juro que eu até fui fazer pra saber se eu ainda sabia como era. Eu fiz e eu sabia como fazia ainda. Só esqueci como era ruim. Tinha esquecido que quando acaba não tem nada, não tem carinho, não tem emoção. Pior que isso, a pessoa não some da sua frente. Gostaria de comprar uma pílula pra amnésia.

Nestes poucos dias de férias fiz coisas que fazia no passado, porém no passado, eu não percebia o quanto elas não valem nada. Pode ser que no começo eu tenha me afastado deste mundo vazio por falta de tempo e por dedicação aos estudos e trabalho, mas então, porque quando o tempo aliviava eu não voltava pra essas coisas?

Hoje, nas vésperas do retorno da agitação, eu percebo que eu não voltava porque esse tipo de vida não dá saudade. Ninguém sente falta das coisas que não nos acrescentam. E aquela vida de baladinhas e pegações inuteis, apesar de divertida, na época, não me trouxe grandes lições.

Porém, não me arrependo não, foi bom ter vivido isso antigamente e foi bom ter ido ver como estão as coisas agora. Isso não é um julgamento, por favor, não acho que esse tipo de mundo esteja errado, só não é uma vida que combine mais comigo. Não é meu mundo. Olhar tudo isso só me fez crer que, na verdade, as coisas não mudaram nada. Eu é que mudei bastante, ainda bem!

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Férias de mim

Ainda me faltavam 10 dias de férias no trabalho. Resolvi tirá-los por agora, depois do meu aniversário. E me dei férias. Eu realmente me dei férias. Me desliguei de tudo que eu me obrigo durante todo o ano.

Diferentemente das férias passadas, em que viajei pro Rio de Janeiro, desta vez eu não tinha pra onde ir não, o mais longe que cheguei foi ali em Rio Preto da Eva. Eram férias só para aliviar a tensão.

Mas acabei fazendo uma coisa que eu nem me dei conta, eu que imaginava que só iria descansar do pesado mês de julho no trabalho, acabei de me aliviando de todas as obrigações que me imponho todo os dias.

Primeira coisa que eu fiz de imediato foi acordar meio-dia. Adoro acordar meio-dia. Na verdade mesmo, odeio é acordar cedo. E para trabalhar tenho que fazer isto todos os dias. Dormi tarde e acordei mais tarde ainda. Levantava mesmo só pra ver a novela do vale a pena a ver de novo.

Como para acordar cedo e ir trabalhar eu preciso dormir bem, senão minha vida acabou, todas as festinhas durante a semana foram canceladas há muito tempo da minha rotina diária. Mas durante essa semana de férias, eu voltei para elas. Tirando a terça-feira que eu usei para carregar uma bateria reforçada, eu saí segunda, quarta, quinta e sexta-feira.

Quando saio também não curto ficar bêbada e você entende bem o porquê se assistir um vídeo que tem aqui ao lado. Mas não é que até desta obrigação da sobriedade eu me isentei? Isso mesmo, na quarta-feira rolou até um pilequinho.

Mas o mais surpreendente fica mesmo pra paranóia do regime. Nem eu acredito que me dei férias disto. Nada de caminhadas, nada de exercícios, nada de laxantes. A minha loucura não é só estas vaidades neuróticas não, ela tem um fundo psico-traumático. Eu fui uma adolescente enorme de gorda (qualquer dia eu conto esta história aqui), portanto eu me tornei uma pessoa tri mega paranóica na parada de emagrecer depois que perdi muitos quilos de lá até cá.

O legal desta semaninha é o fato de eu não estou dando muita bola pra isso. Tenho comido e comido mesmo. Este final de semana então, nem se fale. É claro que depois de comer eu coloco a mão na barriga ainda, como sempre faço, e também sinto aquele sentimento de culpa terrível que tenho toda vez que como. Mas já é um começo...

Como tenho uma tendência bem acentuada para engordar, engordei bem. Minhas roupas denunciam isso e por causa desta loucura também não tenho me olhado no espelho. Apesar de ser bem narcisista, me dei férias até do meu reflexo.

Apesar de mais gorda, eu me sinto mais leve. É bom de vez em quando sair de si mesmo, se dar férias das milhares obrigações que você se impõe. Eu sou uma pessoa que exijo muito de mim mesma, deve ser por isso que estas férias me aliviaram tanto a cabeça. É bom nos desacorrentarmos de nossas exigências, às vezes.

Porém este momento alforria não dura pra sempre, até porque eu não quero mesmo me tornar uma pessoa falida (porque ir pra balada é caro) e nem obesa novamente. Amanhã as coisas já vão se caminhando para sua volta ao normal. Ainda terei uns diazinhos antes de retornar ao trabalho e poderei dormir até meio-dia, que maravilha. Mas as baladinhas e a boca nervosa já se encerram no raiar da segunda-feira. E de conclusão: - É, foi bom. Mas quanto será mesmo que eu engordei?

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Como dar um fora?

Quantos foras eu já levei na vida? Sei lá, um monte. Acho que nem foram um monte sabe, acho que foram uns poucos e bons. Uns foras estilo Lauro Eduardo que terminou o namoro por meio da minha prima. Ou uns foras estilo Alexsandro Yuri curto e grossos, como um tapa na cara. Hoje em dia quando eu vejo como eles estão fico me perguntando se eu não deveria mandar flores agradecendo a dispensada.

Mas o texto de hoje não é pra falar destes babacas do passado não. É pra dizer que eu prefiro uma centena de vezes levar um fora de alguém do que dar o fora em alguém. Existe algum manual daqueles estilo auto-ajuda para encarar esta situação? Se alguém souber, por favor, me recomende.

Até hoje eu nunca aprendi a dizer as palavras certas, sempre, claro, ponho a culpa a mim, " eu gosto de outra pessoa " ou " eu estou dedicada aos meus estudos " e agora mais crescidinha eu conto com a ajuda do " eu estou trabalhando muito ". Tudo isso para tornar menos cruel o " eu não quero ficar com você ".

Lembro do primeiro garoto que eu beijei, lá nos meus 14 anos em Búzios no Rio Grande do Norte (é, eu tive que sair de Manaus pra beijar alguém). Anderson, era o nome dele e logo depois daquele pensamento " beijar é só isso? " eu percebi que eu já não queria mais o rapaz. Este foi o primeiro fora que eu dei na vida. Pior que isso foi eu ter dado a desculpa que eu gostava muito de um garoto aqui em Manaus e por isso não rolava. Até aí tudo bem, mas eu não contava que na semana seguinte eu iria me apaixonar por um outro cara e ficar com ele o restante de todas as férias na frente do garoto que eu dispensei. Sinceramente, acho que pago por isso até hoje...

A verdade mesmo é que às vezes eu até tento ir gostando com o tempo, ir construindo um sentimento, mas eu não consigo não. Eu tenho que gostar ali no primeiro beijo, não leve o gostar aqui pro sentido amar para todo sempre, é um gostar estilo quero mais vezes. Quando não rola esta vontade de imediato, dificilmente rola depois.

Porém, como eu sou teimosa, às vezes eu tento ver no que dá, mesmo sabendo que não vai dar em nada. E aí eu me ferro, porque eu fico me sentindo culpada em dar o fora. Ainda mais se eu, me conhecendo, criei a situação. Eu nem acredito que eu sou tão boazinha a este ponto.

O problema é que eu não sei se me calando eu magoo menos ou se dizendo a verdade pra pessoa. Seria agora a hora de usar a estratégia "minhas palavras não podem melhorar o silêncio". É claro, que, pra bom entendedor, meia palavra basta. Nesta caso nenhuma palavra também faz entender. Se depois do primeiro encontro a pessoa não te atende, não te retorna as mensagens é porque, óbvio, ela não quer mais encontrar com você.

Todo mundo tem dias de caça e dias de caçador. E é por isso que eu me culpo. Porque eu já estive do outro lado e eu sei como é chato o eco do
"o que será que eu fiz de errado?". Neste momento como caçadora eu digo que, sinceramente a pessoa não fez nada de errado. E vai ver eu também não fiz quando eu era a caça. Só não rolou pra mim como não rolou pro meus algozes do passado.

Não há uma maneira certa de dizer que não se quer alguém. Se a pessoa gostar de você, isso sempre vai magoar um pouco. Porém há maneiras educadas. Ninguém precisa ser imbecil como o Lauro ou o Alex. Mas não dá pra ser tão boa samaritana quanto eu, que fico me sentindo culpada. Acho que me saio melhor quando levo o fora, porque até um pé na bunda me leva pra frente.

Se não existe uma maneira ideal, existe ao menos, o melhor momento. Não escravize ninguém pela sua indecisão do te quero ou não te quero. Esta culpa ao menos eu não carrego. Eu sei que a hora certa pra dizer tchau é o início, ao menos a pessoa não tem tanta coisa pra lembrar de você. Pensar assim alivia mais a minha culpa. Porém, mesmo consolada, eu ainda não sei com qual das pernas eu impulsiono o meu pé.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Confissões de um primeiro encontro.

Primeiros encontros são determinantes pro começo de um relacionamento? Ah, se forem, o meu primeiro encontro de hoje não determinará nada. Sinto-me até mal em dizer isso. Fico aqui todo dia pedindo alguém legal, aí do nada aparece alguém, reconhecemos, legal, mas eu não tenho química nenhuma com a pessoa.

Eu realmente devo ser muito exigente mesmo, quero mais que alguém legal, quero até química. E eu não senti nada disso hoje, aliás eu só senti vontade de voltar pra casa. Meus últimos tres encontros com o mega trio professor, colega de trabalho e mergulhador foram cheios de paixão. Rolou aquela conexão logo de cara. E eles são minhas últimas referências e já faz tanto tempo. Neste de hoje não. Não rolou foi nada.

Isso me deixa tão confusa. Sempre fui uma pessoa que se não gostasse de cara, não gostava nunca mais. Se eu não tiver aquela atração ali no primeiro encontro, a vontade de conversar mais um pouco na hora de se despedir, se essa magia não rolar, dificilmente eu consigo ficar com a pessoa uma outra vez.

Sei que é precipitado descartar uma pessoa no primeiro encontro. Me sinto até rejeitando a oportunidade que a vida me trouxe. Mas não sei não... me conheço, conheço meu corpo. Se ele não se manifesta, dificilmente minha cabeça se manifestará. Todas as vezes que eu tentei me forçar a gostar da pessoa porque ela tinha qualidades e era l.e.g.a.l, acabei não aguentando a pressão e fiz a pessoa sofrer.

Não sou mal educada. Se a pessoa vem me buscar na minha casa, me elogia, me trata bem, paga um jantar pra mim e me pergunta: - Gostou de hoje? É claro que eu respondo: - Adorei! Só que eu minto muito bem e as pessoas acreditam em mim. Por um dia até se aguenta essa forçação de barra. Mas é diferente ser educada um dia e ser falsa o tempo todo. Não nasci com esta vocação. Sei fazer, mas não gosto.

Mas porque eu estou tão preocupada mesmo? Foi só um primeiro encontro. E quem disse que a primeira impressão é a que fica? Vai ver o cara não tinha nada de errado. Acho até mesmo que ele não tem. Num dizem que todo mundo merece uma segunda chance, então vai ver que deve ser eu que não estou tão a fim de gastar o cartucho de tinta para uma segunda impressão. =\

sábado, 8 de agosto de 2009

Adeus, dois patinhos na lagoa

Oito do oito de dois mil e oito, a rima que eu precisava para começar os meus 22 dois anos. Reparou que só tem número igual até agora? Só os especiais têm isso. Até aqueles chinesinhos resolveram bater os tambores tudo igual neste dia. Que olimpíadas que nada, era só pra anunciar o meu aniversário. E o que foram estes 22 ein? Nossa, cheio de experiências que eu nunca vou esquecer, que me fizeram crescer mais 22, mesmo que eu não saiba o que é ter 44.

Naquela hora que eu apagava as velinhas azuis de estrelinha que eu comprei pra colocar no meu bolo, eu olhava em volta: 98% das pessoas que eu convidei foram para a única festa de aniversário que eu fiz eu pra mim mesma em toda a minha vida. Caramba, gente da minha infância, gente recente, mundos diferentes, pessoas que eu conheci ao longo de 22 anos de história. Naquela hora eu percebi que eu fiz laços. Eles não passaram despercebidos na minha vida e eu não passei despercebida na vida deles. Era recíproco. Era carinho. Obrigada Deus, eu tenho pessoas que me querem bem.

E foi com esta idade de números iguais que eu tive a honra de me envolver com o professor, o colega de trabalho e o mergulhador. Parece até nome das crônicas de Nárnia, mas estes homens me fizeram parar e pensar na música do Frejat: “com quem você se envolve? Cuidado!” Aprendi o poder da sabedoria do “antes só, que mal acompanhada”. Nenhum outro que tenha passado na minha vida conseguiu fazer com que eu me sentisse tão completa quanto fizeram esses três.

Estes homens me cresceram, me tornaram mais humana com suas lições, com suas críticas e com a devoção que a mim tiveram no tempo que eu estava com eles. Mais mulher que menina. Cada vez que os encontrava, me encontrava um pouco mais. Mas o mais importante é que fui tão feliz quando vivi esses romances que não me importa se eles não podem ser meus do jeito que o mundo aceita. Enquanto eu aprender com as lições que eles deixaram, de alguma forma, eles me pertencerão. Aos três, minha gratidão e saudade.

Ah, claro não dá pra esquecer que foi com vinte e dois aninhos que eu consegui o meu segundo certificado, MBA em Gestão de Marketing. E ainda repetindo o sucesso do TCC anterior, de graduação, o mesmo 10 vai estar lá no histórico escolar, carimbando o meu documento de CDF assumida. Este TCC trouxe mais do que troféus para meu currículo, trouxe mais pessoas especiais e inteligente, que me fazem crescer, pra perto de mim.

Quase encerrando os dois patinhos na lagoa, veio a volta ao Rio de Janeiro, nas primeiras férias profissionais, registradas em carteira, com remuneração oficial, que eu tirei em toda a minha vida. Mas desta vez o reencontro com a apaixonante beleza carioca não regressou cheio de lágrimas, como das primeiras vezes que a visitei. Agora eu vinha só com a saudade de voltar pra casa e o objetivo de continuar a minha meta rumo ao crescimento. Desembarquei no Aeroporto Eduardo Gomes sem dor, sem choro, sem decepções e com a camisa tricolor que marcava a lembrança deliciosa de ter visto meu fluminense fazer um gol no Flamengo, no Maracanã.

Oito do oito de dois mil e oito, oitenta e oito milhares de coisas boas pra contar. Até as ruins foram boas. Soube, já nesta minha última semana, que eu estou adorando ficar pra titia, minhas amigas estão grávidas. Tudo que chorei, tudo que sofri, tudo que eu não gostei que acontecesse, no final, só trouxe um saldo positivo. Nada, nenhuma vírgula dos meus vinte dois anos aconteceu sem motivo, estavam todas confabuladas para que eu me tornasse uma pessoa melhor. E eu me sinto assim. E é assim que eu quero ser sempre. É a minha decisão.

Falando de família, foi com 22 anos que eu pude ter uma das mais bonitas emoções, ver minha mãe e meu pai sentados no mesmo sofá conversando, sem discutir, sem competir, apenas conversando. Eles são separados desde que eu tinha 1 ano de idade e na lembrança da minha infância inteira eu só os vi se degladiando. Eu levei 22 anos pra ver eles ali, apenas como meu pai e minha mãe. Mas eu vi.

Agradeço, Deus, por que não me abandonaste, nunca. Nem quando eu, tola, pensei que estava só, Tu estavas aqui dentro. Minha família é toda do jeito errado pra que tudo sempre dê certo. E se tudo na vida tem um preço Deus, obrigada por ter me dado minha família de graça.

Muito obrigada a todos os que me lêem, os que vieram aqui ler só para me dar parabéns, aos que gostam do que eu escrevo, aos que estiveram comigo em momentos dos meus vinte dois anos. Nossa, o quanto vocês me fazem bem, até quando me fazem mal. Muito obrigada mesmo!

Os meus vinte e dois anos não foram só sorrisos, teve muitas lágrimas também, tem até as que eu estou derramando agora ao escrever este texto, mas ninguém nunca disse que crescer não doía. Crescer dói, mas eu escolhi ser grande e pago o preço da minha escolha.

Só uma data mágica como oito do oito de dois mil e oito poderia me trazer todas essas lições de vida. E como tudo que de bom passa na nossa vida nos faz sentir saudade, confesso, já estou com saudade dos meus dois patinhos feios na lagoa. Mas vamos em frente, que a lagarta, aqui, precisa virar borboleta. Adeus 22, se tornem um cisne. Bem-Vindos 23 anos!

Você tem orkut? Clique e veja o álbum das minhas multifaces. É liberado.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Paixão Antiga


Acredito, de verdade, que as coisas que não estão mortas podem voltar a qualquer minuto. E penso isso com a paixão também. Tim Maia em uma de suas músicas falava que "
Paixão antiga sempre mexe com a gente, é tão difícil esquecer. Basta um encontro por acaso e pronto começa tudo outra vez ".

Quando o sentimento acaba de verdade, fica a lembrança, e dependendo de como foi o momento passado pode até ficar também aquela saudade nostálgica de uma época que se foi feliz. Mas isso é bem diferente de quando escondemos o sentimento de nós mesmos, por qualquer motivo.

Pra onde vai o sentimento forte quando temos que nos separar de nossos apaixonantes? Existem pessoas que interromperam suas paixões enquanto ela ainda estava no auge da sua vitalidade. Talvez pelos velhos bordões " gosto dele, mas não dava mais certo", " gosto dele, mas ele mora longe" "gosto dele, mas ele é casado".

Mas a paixão não tem nada a ver com qualquer "gosto, mas...". Vai um para cada lado e o sentimento fica, às vezes só com uma das partes, às vezes com as duas. O sentimento se recolhe e fica lá escondido, esquecido, apagado no meio das coisas do dia a dia, mas não morreu. E se ele não está morto de verdade, se ainda tem brasa, qualquer beijinho tolo vira gasolina.

Essas coisas de paixão antiga não precisam dos artifícios da conquista: mega produção, papos inteligentes, perfume, lingerie. Pra paixão reacender basta só uma oportunidade besta, uma troca de olhares, quem sabe um papo inútil. E pode ter certeza, se o sentimento não estiver morrido, é nesta hora que ele vai dar o bote e te devorar. E aí meus leitores, aceitem, como não há muito o que fazer, encare o conselho do Tim Maia: "Deixa o sentimento decidir".


♪♫ Tim Maia- Paixão Antiga






quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Eu, robô


O ministério da saúde adverte: ver o cara que você gosta pode deformar seus sentidos por alguns minutos e transformá-lo numa criatura mecânica não identificada.

Ontem, a minha patologia começou no exato momento que eu me virei e olhei de relance aquele homem lá atrás, na porta da sala dele. Como reflexo, voltei pra posição inicial e abaixei a cabeça disfarçadamente. Tive um surto de fé, geralmente é o que acontece com os doentes, “Senhor, deixa-me invisível neste segundo”.

No local que eu estava, era atendida em um guichê solicitando um tal certificado. Todas as coisas que a atendente estava falando comigo já não eram mais ouvidas a partir da última visão. Foi então que o primeiro sintoma foi detectado: fiquei surda.

Não contente, o homem não voltou pra sua sala. Ele foi passear por onde eu estava. E quando eu ali de costas e cabeça baixa ouvi “muitos atendimentos por aqui hoje?” - disse ele para qualquer uma das outras atendentes, percebi que eu havia dado um diagnóstico precipitado, não tinha ficado surda, pois meus ouvidos ouviam perfeitamente a voz dele. Não era surdez, era audição seletiva. Só ouvia a voz “do tal” (não que ele fale baixo), mas ele estava atrás da parede e eu só ouvia o que ele dizia.

A atendente continuava na minha frente, me dando notícias ruins que eu não conseguia processar, ecoando no vazio dos meus pensamentos ela dizia algo como “suas notas não estão no sistema”. E o pior, eu estava virada pra ela, com quem presta atenção e dialogando com ela. O quê? Eu não sei. Segundo sintoma: piloto automático.

E se não bastasse o “hã?!” mais confuso que eu dei em toda a minha vida pra atendente, o homem voltou e novamente passou a polegadas de distância de mim. E depois do giro de 180° que meu pescoço deu para acompanhá-lo, posso também considerar que minhas articulações estavam molecularmente mais flexíveis. E foi aí que eu percebi que a minha oração tinha funcionado, fiquei invisível. Seria Poder Divino ou mais um sintoma? Será que o fato de eu estar bem no cantinho da sala, atrás das cadeiras, ajudou?

O bom da invisibilidade é que você vê o que quer ver sem precisar disfarçar. E acompanhando cada passo eu vi “o tal” estar do mesmo jeito que eu o vi pela primeira vez. As mesmas calças marrons vestidas quase na altura do peito, seguras por um cinto escuro e com a blusa bege para dentro com botões e mangas curtas. Ainda está gordo, até mais acima do peso do que antes. E depois de todas essas características, encontramos mais um sintoma. Minha visão normal se transformou em visão com scanneamento detalhado do objeto.

Audição seletiva, piloto automático, articulações molecularmente mais flexíveis e visão com scanneamento, ver a pessoa que você gosta lhe transforma num robô? Poderia até acreditar nesta hipótese se não fosse eu estar sentindo, naqueles minutos de transformações, o meu corpo frio, minhas mãos suando e meu coração batendo acelerado como se eu tivesse corrido a maratona São Silvestre com o sol escaldante de Manaus.

Que robô que nada. Eu estava muito viva. E mesmo que todos os dias eu tenha tentado me tornar uma criatura mecânica desprovida desses sentimentos perturbantes, eu ainda não consegui tal feito. A conclusão que posso ter depois deste episódio é que este homem de calças fora da altura normal da cintura ainda me deixa muito mais humana do que eu mesma tinha consciência. Eu não sou um robô, e a grande prova disso é que robô não chora de saudade quando chega em casa.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

A mulher de César


Hoje eu estava ouvindo o Lula dizer na rádio CBN que “o Senado fez infinitamente muito mais coisas boas do que coisas ruins”. E apesar de eu achar o cenário atual do Senado uma vergonha, eu dou razão ao que ele disse sim. Mas infelizmente Sr. Presidente não é assim que a banda toca. As pessoas são julgadas pelas coisas erradas que cometem.

Mas não é das coisas erradas do Senado que quero falar, são das minhas coisas erradas e dos julgamentos que elas me acometem. Como humana que sou, desviei, certas vezes, do caminho que eu mesma acho que é certo e antes que vocês pensem que eu sou chefa de alguma organização criminosa, meu delito é bem menor, apenas me envolvi com um homem casado.

Existem mulheres e mulheres. E dentro dessas existem as que são devoradoras de homens e invejosas da felicidade alheia. E eu, definitivamente, não sou isso. Mas porque será então que quem sabe da minha história fica achando que eu tenho tal vocação?

Algumas coisas acontecem sem que planejemos, o meu envolvimento foi um desses casos. Não, eu não sou a vítima. Gostava do que eu vivia. Mas isso não me faz uma mulher que só queira homens casados, como umas pessoas que já me disseram. Não os quero mesmo. E evitei-os a vida toda. Mas um dia aconteceu, me envolvi.

Então eu retomo a questão do Lula, sou julgada por uma coisa ruim que fiz, todas as outras coisas boas foram jogadas fora no exato momento que não fui mais a moça certinha. O que ninguém entende é que continuei sendo a moça certinha, só que fazendo uma coisa errada.

Por favor, e vale ressaltar, antes que você que comece a me julgar daí também que eu não fui daquelas que ligavam pra casa e infernizavam a titular. Eu não sou uma destruidora de lares, mais que isso, eu não quero ser uma. Acho essas atitudes uma maldade sem tamanho.

Hoje, eu não faço mais as coisas erradas”, mas um erro do passado é pra sempre julgado. Ninguém vai se lembrar das vezes que eu disse não, das vezes que eu disse “vai ser feliz com a sua esposa", mesmo eu nem sabendo quem era a tal. Ninguém vai se lembrar, porque ninguém, na verdade, nem quer saber. As pessoas já estão com seu pensamento pronto mesmo.

Novamente, reforço, não sou vítima, nenhum pouco. Mas também não sou a vilã que me taxam. E veja bem, isso aqui não é um direito de resposta, estou muito mais desabafando, do que querendo me explicar. E que fique transparente que envolver-se com um homem casado é um erro pra mim porque EU vejo como errado, não porque alguém está me dizendo que seja. Certo e errado é só uma questão de percepção.

Existe um ditado que cai muito bem ao que vejo aqui “à mulher de César não basta ser honesta, tem que parecer honesta”. E que vida chata deve ter a mulher de César, sempre tendo que dançar conforme a música que a sociedade escolhe. Mas mesmo eu gostando de ser certinha, por escolha minha, de César eu não quero ser nem amante.

domingo, 2 de agosto de 2009

Duas linhas vermelhas


Quando vimos aquelas duas linhas vermelhas, nosso mundo caiu. E agora passado o susto, eu me pergunto, quanto mesmo de queda tem nessas linhas vermelhas e o quanto de ascensão elas podem nos trazer?
Minha mãe engravidou cedo de mim, dezessete anos. Eu nem consigo pensar na agonia que ela teve quando descobriu. Meu avô era super machista (até hoje), família tradicional e ela, ali, grávida do namorado. E mesmo sob forte pressões, julgada pela família, sem trabalho, sem dinheiro, sem maturidade, eu nasci. Caramba, que coragem da minha mãe. Obrigada!

Hoje, ela é super hiper mega batalhadora, independente, consciente, guerreira. E é isso que me faz perguntar se o meu nascimento precoce não fez da minha mãe esta mulher. Será que ela teria aprendido a lutar tanto se naquele momento não tivesse tido a coragem que de me dar a vida? Quem seria minha mãe se ela tivesse escolhido outro caminho?

As linhas vermelhas que vi naquele teste de gravidez trouxeram a tona tantas lembranças. Tantos arrependimentos. Tantas culpas. Tanta covardia de minha parte. E a esperança de uma segunda chance vinda do Alto. Perdão!

Duas linhas finas coloridas de um vermelho desbotado, capazes de tirar a respiração de quem as vê. De causar o choro mais desesperador que eu já ouvi, de fazer o silêncio daquela sala gritar tão alto que nos impedia de pensar. Linhas finas tão fortes que amarraram tres pessoas a uma pequena vida. Solidariedade, companheirismo. Amizade.

Essas linhas não trazem só o tormento de uma gravidez precoce e não planejada. No meio de todas as decisões que ainda precisam ser tomadas, fica a dúvida se já que na natureza nada se perde, tudo se transforma, se este não foi o jeito encontrado de transformar a vida da gestante. As linhas vermelhas podem representar mais que a gestação de só uma criança, talvez, no avesso do avesso, elas representem também o renascimento de uma vida adormecida. Parabéns Mamãe!