sábado, 8 de agosto de 2009

Adeus, dois patinhos na lagoa

Oito do oito de dois mil e oito, a rima que eu precisava para começar os meus 22 dois anos. Reparou que só tem número igual até agora? Só os especiais têm isso. Até aqueles chinesinhos resolveram bater os tambores tudo igual neste dia. Que olimpíadas que nada, era só pra anunciar o meu aniversário. E o que foram estes 22 ein? Nossa, cheio de experiências que eu nunca vou esquecer, que me fizeram crescer mais 22, mesmo que eu não saiba o que é ter 44.

Naquela hora que eu apagava as velinhas azuis de estrelinha que eu comprei pra colocar no meu bolo, eu olhava em volta: 98% das pessoas que eu convidei foram para a única festa de aniversário que eu fiz eu pra mim mesma em toda a minha vida. Caramba, gente da minha infância, gente recente, mundos diferentes, pessoas que eu conheci ao longo de 22 anos de história. Naquela hora eu percebi que eu fiz laços. Eles não passaram despercebidos na minha vida e eu não passei despercebida na vida deles. Era recíproco. Era carinho. Obrigada Deus, eu tenho pessoas que me querem bem.

E foi com esta idade de números iguais que eu tive a honra de me envolver com o professor, o colega de trabalho e o mergulhador. Parece até nome das crônicas de Nárnia, mas estes homens me fizeram parar e pensar na música do Frejat: “com quem você se envolve? Cuidado!” Aprendi o poder da sabedoria do “antes só, que mal acompanhada”. Nenhum outro que tenha passado na minha vida conseguiu fazer com que eu me sentisse tão completa quanto fizeram esses três.

Estes homens me cresceram, me tornaram mais humana com suas lições, com suas críticas e com a devoção que a mim tiveram no tempo que eu estava com eles. Mais mulher que menina. Cada vez que os encontrava, me encontrava um pouco mais. Mas o mais importante é que fui tão feliz quando vivi esses romances que não me importa se eles não podem ser meus do jeito que o mundo aceita. Enquanto eu aprender com as lições que eles deixaram, de alguma forma, eles me pertencerão. Aos três, minha gratidão e saudade.

Ah, claro não dá pra esquecer que foi com vinte e dois aninhos que eu consegui o meu segundo certificado, MBA em Gestão de Marketing. E ainda repetindo o sucesso do TCC anterior, de graduação, o mesmo 10 vai estar lá no histórico escolar, carimbando o meu documento de CDF assumida. Este TCC trouxe mais do que troféus para meu currículo, trouxe mais pessoas especiais e inteligente, que me fazem crescer, pra perto de mim.

Quase encerrando os dois patinhos na lagoa, veio a volta ao Rio de Janeiro, nas primeiras férias profissionais, registradas em carteira, com remuneração oficial, que eu tirei em toda a minha vida. Mas desta vez o reencontro com a apaixonante beleza carioca não regressou cheio de lágrimas, como das primeiras vezes que a visitei. Agora eu vinha só com a saudade de voltar pra casa e o objetivo de continuar a minha meta rumo ao crescimento. Desembarquei no Aeroporto Eduardo Gomes sem dor, sem choro, sem decepções e com a camisa tricolor que marcava a lembrança deliciosa de ter visto meu fluminense fazer um gol no Flamengo, no Maracanã.

Oito do oito de dois mil e oito, oitenta e oito milhares de coisas boas pra contar. Até as ruins foram boas. Soube, já nesta minha última semana, que eu estou adorando ficar pra titia, minhas amigas estão grávidas. Tudo que chorei, tudo que sofri, tudo que eu não gostei que acontecesse, no final, só trouxe um saldo positivo. Nada, nenhuma vírgula dos meus vinte dois anos aconteceu sem motivo, estavam todas confabuladas para que eu me tornasse uma pessoa melhor. E eu me sinto assim. E é assim que eu quero ser sempre. É a minha decisão.

Falando de família, foi com 22 anos que eu pude ter uma das mais bonitas emoções, ver minha mãe e meu pai sentados no mesmo sofá conversando, sem discutir, sem competir, apenas conversando. Eles são separados desde que eu tinha 1 ano de idade e na lembrança da minha infância inteira eu só os vi se degladiando. Eu levei 22 anos pra ver eles ali, apenas como meu pai e minha mãe. Mas eu vi.

Agradeço, Deus, por que não me abandonaste, nunca. Nem quando eu, tola, pensei que estava só, Tu estavas aqui dentro. Minha família é toda do jeito errado pra que tudo sempre dê certo. E se tudo na vida tem um preço Deus, obrigada por ter me dado minha família de graça.

Muito obrigada a todos os que me lêem, os que vieram aqui ler só para me dar parabéns, aos que gostam do que eu escrevo, aos que estiveram comigo em momentos dos meus vinte dois anos. Nossa, o quanto vocês me fazem bem, até quando me fazem mal. Muito obrigada mesmo!

Os meus vinte e dois anos não foram só sorrisos, teve muitas lágrimas também, tem até as que eu estou derramando agora ao escrever este texto, mas ninguém nunca disse que crescer não doía. Crescer dói, mas eu escolhi ser grande e pago o preço da minha escolha.

Só uma data mágica como oito do oito de dois mil e oito poderia me trazer todas essas lições de vida. E como tudo que de bom passa na nossa vida nos faz sentir saudade, confesso, já estou com saudade dos meus dois patinhos feios na lagoa. Mas vamos em frente, que a lagarta, aqui, precisa virar borboleta. Adeus 22, se tornem um cisne. Bem-Vindos 23 anos!

Você tem orkut? Clique e veja o álbum das minhas multifaces. É liberado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Agora que você sabe o que eu penso, que tal me dizer o que você pensa sobre isso. =)