domingo, 16 de maio de 2010

A satisfação de proporcionar a satisfação

Tive a minha primeira experiência inesquecível na empresa.
Com 1 mês como Trainee da loja do Shopping, tive a oportunidade de atender uma cliente bastante nervosa pelo telefone. Apesar dela ter pedido para falar diretamente com meu gerente, me propus tentar resolver o problema dela. Ela aceitou.
E a responsabilidade, portanto, agora era da trainee.
No decorrer da conversa ela se acalmou, e depois de umas ligações e e-mails enviados, consegui resolver o problema da cliente.
Podia parecer um alívio para a Senhora, que teve seu pequeno problema resolvido.
Mas para mim, era bem mais, era a oportunidade de proporcionar diretamente a satisfação da minha primeira cliente.
Fiquei feliz por ter resolvido o problema dela. Fiquei feliz por mim também, por ter conseguido.
Mas minha felicidade foi além.
Depois de uns 20 minutos, a cliente retornou a ligação para loja, pediu para falar comigo pelo meu nome 'Aline' só para me dizer que tinham ido na casa dela resolver seu problema. E para me agradecer.
Ligou para me agradecer por eu ter feito só a minha obrigação. Não é incrível?
E acrescentou que iria à loja só para me conhecer.
Só a ligação desta cliente já me fez valer o mês inteiro de treinamento pesado.
Nunca me passou que ela realmente pudesse ir lá para me ver.
Mas os clientes da empresa são realmente surpreendentes.
E depois de uns dias, a minha cliente foi à loja, perguntou por mim 'Aline' e ao me encontrar segurou a minha mão, se identificou, perguntou se eu lembrava dela.
Como eu iria esquecê-la?
E olhando nos meus olhos e ainda segurando a minha mão, ela me agradeceu.
E mais, pediu desculpas por ter ligado exaltada.
Eu sempre li nos livros de marketing o valor de satisfazer o cliente, mas nunca nenhum dos conceituados marketeiros havia descrito a sensação de proporcionar esta satisfação.
É uma sensação muito boa de dever cumprido.
Ainda mais quando você encontra em seu caminho uma cliente especial como a minha.
Eu é que tenho que agradecê-la por ter me proporcionado esta sensação que me fez perceber em linhas tão sensíveis como o atendimento ao cliente pode fazer diferença não só na minha carreira, mas também no meu crescimento pessoal.
Essa experiência me faz não esquecer de agradecer as pessoas que prestam algum serviço para mim, quando assumo a posição de cliente.
Não que eu não já faça isso regularmente, mas agora vivendo o outro lado, percebo o quanto isso motiva o atendente e o quanto faz toda a diferença.
E mais, me faz perceber a importância de tratar quem nos atende pelo nome e não pelos "moços e moças" que falamos por aí.
Será que se usássemos as técnicas de atendimento ao cliente com quem nos atende não seríamos melhor atendidos?
Enfim, tenho certeza que ainda me depararei com muitas situações como esta, e que ainda terei muitos clientes com os quais poderei ter a satisfação de proporcionar satisfação a eles.
E como explica a primeira lei do marketing de All Ries "O primeiro é sempre lembrado" e eu sempre lembrarei quem, como e o quão especial foi proporcionar a satisfação da minha primeira cliente.
Porém, não só por ser a primeira ela será lembrada, mas pelo aprendizado, pela meta-experiência que atendimento me proporcionou.
A lembrança desta cliente será sempre especial.
Obrigada, Dona Ivanilde.

O tempo de Deus

Hoje, fui à missa. Nas palavras do Padre comentários sobre o tempo de Deus.
Enquanto ele falava, lembrei dos últimos acontecimentos deste ano, que certamente, foram da vontade e do tempo de Deus.
Lembrei dos meses que fiquei desempregada, sendo que em Janeiro eu tinha duas propostas quase certas, mas que por um motivo que eu não faço a mínima ideia, elas desandaram completamente. O "quase" fez toda a diferença.
E apesar de estar enlouquecendo com o ócio, e no meu tempo o momento de voltar a trabalhar já estar passando da hora, pro tempo de Deus a tal da hora ainda não havia chegado. Passou -se janeiro, fevereiro e só em março eu voltei a trabalhar.
Esses dois meses de espera, apesar de angustiantes, foram muito pouco se comparado aos 22 anos que esperei pra ver meus pais conversando amistosamente.
Ano passado, minha mãe foi me buscar na casa do meu pai e enquanto me esperava ficou sentada no sofá com ele interagindo sobre assuntos cotidianos. Essa cordialidade recíproca entre eles era um cenário extremamente diferente do qual eu convivi na minha infância.
E eu sofri tanto e quis tanto nos meus tempos de criança que isso fosse possível. Mas não era no meu tempo.
Já neste ano, a minha Páscoa foi realmente de Ressurreição, durante a missa daquele domingo, tive a oportunidade de ter a minha mãe de um lado e o meu pai do outro e poder rezar segurando a mão dela do lado esquerdo e a mão dele do lado direito.
Demorei 23 anos pra saber o que é segurar a mão do seu pai e da sua mãe ao mesmo tempo. Naquele dia, do tempo de Deus, eu pude saber.
Esses são só alguns exemplos, exemplos só da minha vida. Mas existem inúmeros outros tanto na minha, quanto na sua que podem comprovar que o tempo de Deus é o mais sábio para nós.
Quantas coisas que pedimos, pedimos, pedimos e não somos atendidos de imediato. Mas depois, quando até já esquecemos, o pedido se realiza.
E quando atendido, até pensamos, que talvez seja tarde demais.
Só porque as coisas não acontecem do nosso jeito, não significa que elas não aconteceram da melhor forma para nós.
Nem sempre estamos preparados para receber o que pedimos. E Deus deve saber disso.
Apesar de já não estar mais nas minhas orações de adulta que meus pais tenham um convívio amistoso, cada vez que eu os vejo conversando eu vejo que nenhuma das minhas orações de infância foram desprezadas.
Deus, não no meu tempo, no tempo Dele, não deixou de me atender.
Será que eu daria tanto valor ao meu emprego se eu não tivesse provado o que é ter nenhum?
Será que cada vez que eu visse meus pais conversando seria tão especial se não fossem os 22 anos que esperei pra ver isso?
O tempo de Deus tem uma razão, por mais que não consigamos entendê-la.
Deus sempre traz, na hora certa, as melhores coisas pra nossa vida.
É preciso ter paciência, confiança e entrega.
É preciso saber deixar as coisas de Deus entrarem em nós.

Amém.

domingo, 9 de maio de 2010

O mundo que gira ao meu redor

Se alguém diz que você é especial, quer dizer que, de alguma forma, você é diferente das demais pessoas. Certo?
E se o mesmo alguém diz para todas as pessoas que passam na vida dele que elas são especiais, logo, você não é diferente das demais, é igual.
Portanto, sua especialidade foi anulada com uma frase de um discurso decorado.
Quanto mais eu amadureço, contraditoriamente eu ainda caio em ciladas tão reincidentes, como a do "você é especial".
Essa semana eu ouvi que eu sou dramática e que, por ser leonina, eu acho que o mundo gira ao meu redor. Eu ouvi isso a vida inteira. E, talvez, eu seja e ache mesmo.
A diferença é que o mundo que gira ao meu redor é muito diferente do mundo que anda girando por aí na vida de umas pessoas.
Por exemplo, no meu mundo as verdades são verdades.
Elas não são frases ocasionais ditas para conseguir algo em favor próprio.
Se eu digo "você é especial" ou similares como "saudade" "sinto sua falta" "você me faz muito bem" "não quero te perder", tenha certeza, que no meu mundo, isso, quando pronunciado, é verdade.
Eu não declaro palavras que representam sentimentos tão bonitos só para satisfazer a minha promiscuidade sexual. Eu, não.
E por atitudes mentirosas terem um peso tão criminoso no mundo que gira ao meu redor é que a minha indignação pode soar aos olhos alheios como besteira.
Não é besteira, não é drama.
É que eu ainda não consigo aceitar atitudes como estas, porque o meu mundo é muito diferente desses que giram por aí.
No mundo que gira ao meu redor a promiscuidade não vale mais que o sentimento.
No mundo que gira ao meu redor a verdade não é um discurso decorado.
A verdade é verdade.
Sou especial ou só idiota?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Só respeito

Engana-se quem pensa que o amor ou a paixão é o que as pessoas mais prezam em um relacionamento.
Mesmo os relacionamentos mais simples, como aqueles de uma noite só, aqueles de 1 hora só, quanto os mais profundos, como os de uma vida só, sobrevivem mesmo do respeito que os parceiros dedicam.
Respeito não é algo tão difícil assim de ser praticado, se você tratar as pessoas como gostaria de ser tratado, já estaria no meio do caminho para alcançá-lo.
Vejamos, ninguém é obrigado a gostar da gente simplesmente pelo fato de gostarmos dela, absolutamente. Mas se tivermos só um pouquinho de responsabilidade, não alimentaremos este sentimento sem poder retribuí-lo. Isso seria tratar o parceiro com respeito.
E se não podemos retribuir esse gostar em tamanho proporcional, dizer a verdade também seria muito respeitável da nossa parte.
Sumir e não dar nenhuma explicação, mesmo que você considere que isso seja o melhor a fazer, é mais que falta de respeito, é baixo.
Se você entra pela porta da frente em uma festa na qual foi convidado, no mínimo, se despede de quem te convidou. Não saia sorrateiramente pela porta dos fundos.
E se, se divertiu, bebeu e comeu de graça deveria também agradecer. Mas educação não é pra quem quer, é pra quem pode.
E eu não estou falando de educação em relacionamentos, só o respeito já estaria a contento.
Se não vai ligar, não diga que ligará. Se não vai aparecer, não diga que virá. Se você não pode gostar, não diga que gostará, não diga que gostaria...
Engulam as frases imbecilmente feitas como "eu não te prometi nada". Ela é realmente muito desagradável e ainda por cima faz a pessoa do outro lado se sentir uma idiota.
Não é preciso dizer "eu prometo" para cumprir com a palavra. Para as pessoas de respeito a palavra dada é contrato.
Consigo suportar amar e não ser amada. Consigo suportar ser preterida. Consigo suportar receber menos do que me dou.
Sim, consigo suportar desconfortos ainda maiores.
Mas a falta de respeito é intolerável. É insuportável.
É indesculpável.
E se você se você se identificou como vítima das diversas faltas de respeito citadas, não se rebaixe. Num mundo de iguais, quem faz diferente se destaca.
Respeito não precisa ser recebido para ser entregue.
Respeito tem muito mais a ver com quem doa do que com o merecimento de quem vai recebê-lo.
Pratique o Respeito.
Comece por você mesmo, amplie-o aos seus relacionamentos.
Como diria o Presidente da Empresa na qual trabalho "a maioria das pessoas não quer um relacionamento exagerado, elas só querem ser tratadas com respeito".

sábado, 1 de maio de 2010

Eu desisto

Eu desisto.
E apesar de na maioria das vezes a reação de desistir ser associada à covardia, eu acredito que em determinadas situações, é preciso ter muita coragem para tomar tal atitude.
Situações como aqueles relacionamentos falidos de 30 anos, em que se uma das partes tomar a decisão de cair fora vai ter que enfrentar o mundo para que isso ocorra.
Nos acostumamos com a infelicidade, com a desmotivação, com o pouco.
E o costume faz parecer que tudo aquilo que estamos vivendo é tão normal que temos medo de arriscar algo novo.
O novo é desconhecido e também um risco probabilístico de dar certo ou de dar errado.
O costume não é nada novo. O conhecemos muito bem e, por mais que o convívio seja enfadonho, conseguimos conviver. Conseguimos sobreviver.
Às vezes abandonar tudo que foi construído durante muito tempo não é irresponsabilidade, não é covardia. É preciso ter humildade pra aceitar que foram feitas escolhas erradas no passado e que por acomodação ou, quem sabe, só por teimosia não deixamos tudo para trás e vamos em busca do que nos realize.
É mais fácil continuarmos a abrir uma porta que sabemos onde vai dar do que abrirmos uma porta nova que tem 50% de chance de ter um jardim do outro lado, mas também tem a outra metade de chance de ser um deserto.
E depois que escolhemos a nova porta, caso a escolha não nos agrade, vai ser muito difícil conseguirmos voltar pro lugar em que estávamos. São raras as vezes que temos oportunidade de voltar.
É preciso ter coragem pra muitas coisas, desistir também é uma delas. Principalmente pra desistir de ser infeliz.
Eu sou corajosa. Eu desisto.