sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O que foi bom em 2011, Aline?


Última sexta-feira do ano de 2011, e quando me vi passando às 5h20 da manhã em frente ao All Night Pub, o ano inteiro passou revisto em minha cabeça.
E eu não estava saindo do All Night ou vindo de outra balada, como teria sido em qualquer outro ano da minha vida.
Eu estava me direcionando, após acordar às 4h30 da manhã, para o meu trabalho no interior do Amazonas.
E vale acrescentar que quem me direcionava mesmo, era meu marido. E na minha barriga, eu carregava uma linda neném.
Esta é a minha conclusão de 2011: o abandono total de uma vida que já foi de festas, de baladas, de madrugadas para uma vida de trabalhadora brasileira, esposa e mãe.
Completando, hoje, poucos minutos antes do expediente começar, via Ana Maria Braga, antes de ensinar um arroz que eu vou fazer mais tarde, perguntar naquelas suas crônicas "o que foi bom em 2011? ".
E eu, instigada, entrei no clima e me perguntei:
- O que foi bom em 2011, Aline?
Então eu lembrei da minha passagem rápida há umas horas atrás pelo bar que eu gostava de ir quando solteira, e vi que o que foi realmente bom em 2011 foram todos os fatos que revisei naqueles segundos.  
Foi a experiência que adquiri em minha vida profissional vindo trabalhar distante da minha zona de conforto, apesar dos meus muitos pesares. [ Ô! ]
Foi o homem maravilhoso que conheci, advinha onde? Na última balada que fui sozinha. Que veio a se tornar meu namorado, meu marido, o amor da minha vida e não necessariamente nesta mesma ordem.
Foi meu casamento sem planejamento. Um belo dia cheguei de manacapuru, meu marido foi me buscar no, ainda, Porto de São Raimundo, passamos no cartório e fizemos uma união estável. E nos unimos ué, sem maturidade, sem organização, sem alianças até, mas com um amor e uma vontade imensa de ficarmos juntos um do outro que só cresce a cada dia.
E depois vieram as alianças surpresas, e entre muitas indas e vindas atravessando o magestoso Rio Negro até o horrendo Cacau Pireira naquelas lanchinhas, veio também uma gravidez que não bateu na porta, mas foi muito muito muito bem recebida.
Junto veio a rotina de casar, de morar junto, de se desentender e se entender novamente porque a vontade de se amar é maior que a de brigar, vieram os enjôos, as noites dolorosas dormidas longe um do outro devido a distância causada pelo trabalho em Manacapuru. E veio a Ponte do Rio do Negro.
E em cada diazinho completado no calendário de 2011, existiu a presença de um elemento que fez a diferença deste ano para todos os que eu já vivi na minha vida:
O AMOR!
O amor que eu descobri sentir por tudo aquilo e aqueles que eu tinha perto de mim quando morava em Manaus. Família, Amigos, Shopping...
O amor pelo meu marido, que solidifica cada vez mais o nosso casamento.
E o amor glorioso e Divino que eu sinto por essa bebê que cresce na minha barriga e faz eu me sentir um planeta de tão redonda. Mas que pela saúde dela eu daria a minha própria vida. 
Ainda lembro que comecei 2011 sentada na frente da minha casa, chorando, decepcionada com algumas situações, toda arrumada de vestido rosa e calcinha vermelha, pra ver se encontrava alguém que pra construir uma relação.
Mas vejam só, se eu soubesse que essas cores seriam tão rápidas e poderosas, tinha misturado um bege, um nude, umas cores neutras na produção. rs..
Mentyra! Viveria tudo² novamente, porque foi TUDO MUITO BOM!
E as lágrimas que eu derramei ali, anunciavam o início de uma vida feliz e realizada.
Passei  o primeiro dia do ano de 2011 chorando na minha varanda em Manacapuru. 
Em 2012 eu não garanto não chorar, porque grávida, eu, que sempre fui chorona mesmo, estou ao triplo,
mas minhas lágrimas além de terem como companhia o abraço e consolo do meu princype e da minha pryncesinha, terão uma enorme diferença:
serão lágrimas de felicidade!
E por isso e por muito mais, Obrigada 2011!
E pra muito e muito mais, Bem-Vindo 2012!
 
 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Feliz Natal, Papai Noel.

Querido Papai Noel,
estamos chegando a mais um Natal. E eu acho que te escrevi mais depois de grande do que quando era pequena.
Talvez quando criança eu me contentava mais com o que tinha e depois que virei adulta passei a ser mais exigente.
Exigente comigo, com o mundo, com a vida. Mania de adulto.
Mas esse ano eu não vou pedir nada. Minhas letrinhas só vão agradecer.
Tenho a leve impressão que os Correios acumularam minhas cartas dos anos anteriores e entregaram tudo de uma vez.
E o senhor, como tem uma organização de qualidade, atendeu meus pedidos em acumulado.
Eu passei 6 anos pedindo um namorado pra construir no futuro ao lado dele, um amor, um casamento, uma família.
Mas como os correios acumularam tudo, os pedidos chegaram no futuro que eu tinha programado e em 6 meses todos os presentes chegaram um por um.
E sabe o que me faz te agradecer mais, velho Noel?
O senhor pode até ter demorado um pouco pra atender meus pedidos, confesso que pensei que havias esquecido de mim ou pior que eu não tinha me comportado bem e não merecia presente.
Mas quando meu pedido foi atendido ele chegou muito muito muito caprichado. Só pode ter sido mesmo culpa dos Correios,
E quem pode dizer que teria dado mais certo se todo o processo tivesse acontecido em 6 anos?
Hoje eu vejo que se ele não tivesse demorado tanto provavelmente eu não depositaria neles o valor imenso que deposito. Mais que valor, amor.
Quando meu primeiro presente chegou, achei até que tinham errado de endereço, fiquei com medo de abrí-lo e ter que devolver depois.
Os Correios já entregaram muito presente errado na minha porta. E o processo de devolução é muito burocrático e doloroso.
No entanto, depois que o primeiro bateu na minha porta, foram chegando mais e mais presentes e eu finalmente acreditei que todos aqueles embrulhos lindos eram realmente pra mim. Então, sem medo, abri todos e todos eram perfeitos. Melhor, eram meus de verdade.
Ah! Ía esquecendo, ainda tem um embrulhinho guardado, o mais bonito de todos, que deve ter um pozinho mágico porque a cada mês fica um pouco maior, mas estou seguindo as instruções que tem no bilhete que o senhor mandou direitinho e só vou abrí-lo em Maio.
Mas vou contar um segredo, mesmo sem ainda tê-lo aberto, já amo tanto esse presentinho.  
Por isso, Querido Papai Noel, esse ano minha cartinha só te agradece, porque os presentes que o senhor me mandou fizeram do meu 2011 um Natal o ano inteiro.
O senhor não existe ó! Quer dizer, o senhor existe mesmo!
Não importa se demorou, se acumulou, se atrasou, se aconteceu tudo muito rápido, nada disso tem mais importância agora.
Porque quando atendeste meus pedidos das cartinhas, me deste mais que presentes, realizastes meus sonhos.
Muito Obrigada!
Feliz Natal, Papai Noel.  
 

quinta-feira, 30 de junho de 2011

A vida é implacável - Carta ao filho que um dia vou ter

Quando o filho que um dia eu vou ter tiver idade o suficiente para entender o que é certo e errado vou ensinar a ele o que aprendi ontem: a vida é implacável.

" Bem meu filho, não importa o quão 90% de acertos você tenha, a vida vai lhe punir pelos seus míseros 10% de erros. A vida exige que você seja 100%.

E meu pequeno, não adianta você pensar que vai conseguir ser 100%, porque você é humano e os humanos erram. Portanto, na verdade, você terá sorte se conseguir ser punido ao menos uma vez por cada erro que cometer. Porque se cometer a burrice de cometer o mesmo erro mais de uma vez, você será punido mais uma vez. 

E não importa se seus erros tiveram a intenção de acertos, eles não deixam de ser erros por causa das boas intenções e não passam despercebidos ao tribunal da vida.

E na hora da sua punição, meu amado filho, seja a primeira, a segunda ou a última daquele erro ou de outro, use o conselho da sua mãe: aceite que errou.

Aceite para si mesmo que não conseguiu ser 100%, aceite que precisa pagar pelo que fez, seja por 10% ou por 90%.

Nunca caia naquela besteira de frases prontas do tipo " me arrependo só do que não fiz". Não leve isso a sério, meu amor. Pense antes de fazer. Nunca jogue a culpa de seus erros a outras pessoas. E seja sempre o responsável por si mesmo.  

É muito triste ser uma pessoa que não tem consciência,filhote.

Uma pessoa que destrói o que tem em volta porque não sente culpa. O mundo tem muitas pessoas assim, você vai cruzar com elas, infelizmente.

A culpa leva ao arrependimento.

Mas, arrependa-se na medida certa até o aprendizado.

Não faça da culpa uma corrente pesada que não te deixa seguir em frente. Esse é um dos maiores erros da sua mãe.

O arrependimento vai lhe doer, e caso o seu erro tenha sido o responsável pelo sofrimento de alguém que você ama, lhe vai doer ainda mais, meu amor.

Mas é justamente por ser uma dor que o arrependimento vai lhe ensinar.

Aprenda a não fazer mais, filho. Dê a si mesmo sempre a oportunidade de crescer com os erros que cometeu.

Mamãe gostaria de lhe poupar de todas essas dores, de poder lhe fazer do jeito que ela sempre quis ser: uma pessoa 100%.

Mas o máximo que sua futura mãe pode lhe assegurar, meu pequeno amor, é que os erros, quando realmente arrependidos, são perdoáveis.

Saiba pedir desculpas, saiba pedir perdão. No entanto, filho meu, nem sempre o perdão de outra pessoa vai lhe bastar.

Preste atenção: o erro é seu, a culpa é sua, o arrependimento é seu, o aprendizado é seu, portanto você também vai precisar do seu próprio perdão.

E eu espero que você saiba fazer isso melhor do que sua mãe faz.

Ainda assim meu filho, não esqueça do começo: a vida é mesmo implacável.

Mas nos dá a chance de aprender.

Aprenda a aprender, meu filho!  "

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O passado não é um amigo do facebook


Quando nos relacionamos com alguém temos que conviver com muitas coisas que chegam junto com a pessoa que chegou em nossa vida. Das muitas coisas que acompanham o combo, existe uma que mudança nenhuma pode apagar: o passado.

Quero dizer que quando você conhece uma pessoa fumante, ela pode deixar de ser. Que pode conhecer uma pessoa infantil e ela amadurecer. Que pode conhecer alguém que é até traficante, mas que pode virar samaritano. Mas o passado daquela pessoa sempre ficara registrado, marcado. O passado não muda.

As pessoas chegam em nossas vidas com antigos amores, com marcas desses amores, às vezes chegam até com os amores. E se fossem só os amores, tudo seria ótimo, mas as pessoas também chegam com com os traumas, os erros, com as dores.

Não há erro maior para começar uma relação a dois do que querer apagar o passado de alguém. Já é super complicado estar com alguém e querer mudar seus hábitos e atitudes, que sim, são mutáveis, então imagina querer apagar da vida de alguém o que faz o que ela é hoje e que, só pra lembrar, não dá pra ser apagado.

Seria ótimo se os namorados viessem sem ex-namoradas, se pudéssemos ser para eles a única que existiu e que eles não tivessem ficado com aquela menina que comenta a foto dele no facebook. Mas também seria mais interessante se as namoradas não fossem inseguras e vivessem desconfiadas porque sentem medo de se apaixonar porque já foram muito magoadas pelos carinhas que, por um acaso, também estão em seu facebook. Seria excelente se pudéssemos ter uma borracha, uma corretivo, uma amnésia, um excluir.

Mas seria excelente mesmo se o nosso passado fosse um amigo do facebook né? Que quando faz um comentário inconveniente do tipo "olha, você já passou por isso" ou posta dores, amores, saudades, traumas pudéssemos clicar em 'excluir amigo'. E o facebook faria a pergunta que certamente nos mudaria para toda a vida " Você tem certeza de que deseja remover 'Seu Passado' de sua lista de amigos?". Mas não dá. O passado não é um amigo do facebook.

No entanto, muitas vezes é o mesmo passado que é fator determinante para a construção de um relacionamento. A bagagem que cada um traz consigo, independente do peso que tenha, pode sim ser convertida, a dois, em uma experiência positiva que venha a ser o artifício fundamental para as negociações amorosas de um relacionamento quando expostas em diálogos.

E como diz minha amada avó "só não tem jeito pra morte". Quanto aos antigos amores dos nossos atuais relacionamentos podemos sempre contar com a 2ª Lei do Marketing de All Ryes "se você não pode ser o primeiro, invente uma categoria em que você seja". E quanto a todo resto só existe uma palavra que ameniza o passado - veja bem, ameniza, não muda, não apaga, não exclui - e ela se chama presente.

Pensa um pouco:
Se você pudesse excluir uma postagem do seu passado, qual seria? Se tivesse a chance de excluí-lo como um todo, o faria?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Quanto custa os juros?

Mais uma vez eu estava errada. Sempre comentei em alguns textos sobre a minha solidão. Sobre não ter com quem passear, com quem ir ao cinema, com quem dividir o dia de trabalho... E aí sempre me vangloriei também, batia no peito pra dizer que tinha que ter muito equilíbrio pra saber conviver consigo mesma e ser independente. Não deixar de viver a minha vida porque se é totalmente dependente de um par. Bléh! Balela! Empáfia.

Não que eu discorde disso, nem tampouco que eu estivesse mentindo pra mim mesma, era realmente o que eu acreditava. Sempre vi minhas amigas pulando de namoros em namoros e achava que isso era pela dependência emocional que elas tinham de estar com alguém. E eu geralmente achando que o difícil mesmo era ser sozinha e levar na bolsa a solidão do domingo à noite por toda a semana durante tantas semanas da minha vida. Porque como eu acho que o mundo gira ao meu redor, claro que a minha dor dói mais que a de todo mundo.

Esses tempos de amadurecimento manacapuruense e de compartilhamento das rotações do meu mundo têm mudado muitas das minhas convicções imutáveis. Essa foi uma delas. Fácil é conviver comigo mesma, quando eu não me agüento mais, eu durmo. Fácil é morar sozinha. Fácil é pular de cama em cama sem nenhum relacionamento que ande com você de mão dada. Eu e eu mesma nos entendemos. Difícil é conviver com alguém que não está dentro de você. É mais difícil que matemática financeira...

Morar só não é nenhum mistério. Aquela parada de chegar em casa e não ter ninguém pra conversar, de ter que arrumar a casa sozinho, de fazer as coisas porque não tem ninguém para fazer para você, ah! Isso dá pra tirar de letra. Complicado deve ser chegar na sua residência com um puta de um stress, não querer falar com ninguém e sua esposa começar a reclamar pelo motivo que você considera a maior tolice do mundo mas pra ela é como se fosse a radioatividade no Japão. E mesmo que sua vontade seja mesmo mandá-la tomar catar todos os coquinhos do mundo, você sabe contar até 10, 100, 1000, 10000000, porque você a ama. Sim, você a ama. E a convivência faz parte do amor.

Conviver com outra pessoa é extremamente mais difícil que não ter em quem dar um abraço quando o Fluminense é Campeão Brasileiro. É saber perdoar, saber se calar, ceder, entender, abdicar, compartilhar, ir, voltar, planejar, se decepcionar, chorar, conversar e.. começar todos e mais um monte de outros verbos no infinitivo novamente. Eu absolutamente prefiro limpar a casa 5 vezes seguidas, lavar e passar minhas roupas cheias de vincos, cansa menos.

É preciso paciência. Paciência como aquela que você tem na fila do banco no último dia útil que antecede um feriadão que coincide exatamente com o vencimento daquele boleto que te assalta nos juros. É preciso ter coragem. Coragem como a de quem salta de um avião em movimento em que o paraquedas pode te fazer aterrissar e te dar uma sensação de vitória alucinante, mas pode falhar e fazer você se estabacar. E se alguma vez, há 6 anos atrás, você já se jogou de um avião e quebrou todos os pedaços do seu corpo porque o paraquedas não abriu só que incrivelmente você sobreviveu, saltar a segunda vez exige mais coragem ainda, porque vai ser necessário vencer os traumas e exorcizar os fantasmas.

Então, sob esta ótica, me diz? De onde mesmo que eu tirei a estapafúrdia ideia que ficar sozinha era difícil? A solidão é só um leve incomodo se comparado ao tormento de estar dentro de relacionamento quando você sente vontade e esforça para que as coisas caminhem bem o máximo que elas puderem caminhar - quis detalhar bem esta última parte porque como vocês sabem, tem gente pra tudo e existem pessoas que entram em relacionamentos, mas não sentem essa vontade.

Se você que eventualmente está me lendo é um desses corajosos que se jogam quantas vezes forem necessárias, de bunda, de cabeça, com salto mortal e todas as acrobacias imagináveis. Parabéns! Você tem a minha admiração. Eu, por aqui, vou contando meus trocados e me perguntando quanto custa os juros do meu boleto pra ver se tenho dinheiro para pagá-lo caso eventualmente eu não suporte mais a imensa fila do banco...

quinta-feira, 17 de março de 2011

E se for uma tangerina?

Noite de verão em Búzios - RN, décimo nono dia de janeiro de 2011, ao fundo a música do chiclete com banana que dizia "... tudo, tudo vai dar pé. Tudo, tudo vai dar pé..." e então meu primeiro beijo aconteceu. Desde aí, não parei mais, romances e mais romances – e mais.
 

E é claro que a como passei a infância vendo os filmes da Disney eu aprendi que a cada romance desse eu tinha a grande chance de achar meu príncipe encantado e ter com ele o típico final "felizes para sempre". Então eu cresci, deixei os desenhos de lado (nem tanto) e fui assistir as novelas da Globo e ficou muito claro pra mim que era óbvio que assim como a Jade, a Serena, a Helena,  um dia na minha vida iria chegar alguém que após um beijo iria me fazer sentir como se eu já o conhecesse há anos e que nascemos um para o outro e que iríamos andar à beira da praia correndo um atrás do outro. E de quebra, claro, ele seria um bonitão bem sucedido e inteligente.  ;)
 

        E depois de muitos desenhos, muitas novelas, muito tudo que nos reafirma que no universo existe a nossa alma gêmea, somados aos muitos e muitos romances falidos, vem a pergunta: - cadê a porra desta minha metade da laranja?  Desisto.  Minha alma gêmea deve ter morrido de parto.
 

        Só que um dia eu conheci um amigo (tá bom, era um romance também) que me fez a seguinte pergunta: e se a nossa vida amorosa não for uma laranja, que tem uma metade. Mas se ela for uma tangerina como várias partes?
 

        Uma tangerina? U.m.a t.a.n.g.e.r.i.n.a? A Disney estava errada? E aí eu fui pensando que é, existiram romances que ao meu lado fizeram, por um determinado tempo, um bom par para o meu coração, e que não foi só um que encaixou bem, outros mais também, mas não duraram para sempre - alguns não duraram nem 1 mês que dirá 'para sempre'. Só que para sempre não é uma medida de tempo né? Não é medido no relógio, não é contado no calendário. Aliás, quanto de tempo mesmo é 'para sempre'?
 

         E no meio dos bagos da minha vida amorosa cítrica tiveram uns sim que se pareciam bastante com uma laranja, mas não porque formavam comigo uma metade, mas porque foram um verdadeiro bagaço.
 

Muitos romances, tantas decepções. Algumas geradas sim pelas minhas ilusões, mas muitas também pelo envolvimento impensado com pessoas que absolutamente não possuíam valores. Porque tudo bem se eu te acho o Príncipe e você não é, mas você não precisa ser também o Fred da minha Passione.  
 

        Neste momento que dei um tempo de romances (e já faz um tempo que dei este tempo ein!), em que até pra beijar alguém, por mais muita vontade que eu sinta, eu pense nos prós e contras, as situações amorosas passadas vão ficando mais claras e aquela lavagem cerebral que a Disney e Globo fizeram na minha cabeça vão dando lugar à realidade. O "para sempre" vai sendo substituído pelo "até que dure". E o meu atual "desisto" vai virando apenas um "agora não".  

       

        No entanto, como o futuro pertence mesmo só é a Deus, por hora eu prefiro ficar realmente com a conclusão da conversa que tive essa semana sobre esse assunto com uns colegas...


Talvez a vida não seja uma laranja... E se a vida for uma tangerina?"

- Tem problema não, a gente mistura com cachaça e bebe.


 
P.S: sempre gostei mais de tangerina mesmo ;)

sábado, 12 de março de 2011

1 ano por aqui


1 ano! Engraçado, como é realmente importante pra mim comemorar esses 12 meses que se passaram desde que cheguei na empresa. É como se fosse uma vitória, poder dizer que "sobrevivi". Não, não imaginem que aqui é ruim. Pelo contrário, aqui é muito bom. Tão bom que eu posso dizer que meu atual emprego é como um divisor de águas na minha vida. Sou o antes e o depois daqui.


Absolutamente, 12 de março de 2010 eu era outra pessoa. Ultimamente eu vivo brincando com meus amigos o bordão "eu amadureci", geralmente essa expressão vem depois de ultra mega leseira. Mas brincadeiras a parte, eu realmente me sinto mais madura. E devo muito às experiências que passei na empresa.


E não porque um ano se passou e o natural é que a cada ano que você vive traga com ele mais maturidade. Não foi pelo tempo... o tempo faz muitas coisas, mas não é absolutamente ele que te amadurece. As experiências sim, tem esse poder. E ainda assim, a maturidade não é consequência, é escolha. Ou será que você não conhece ninguém que vive escorregando nas mesmas cascas de bananas?


Aqui eu percebi que eu tenho meus medos, mas na maior parte do tempo eu sou corajosa. Eu realmente sou capaz de largar meu conforto, minha casa, minha família e vir inaugurar uma loja linda do outro lado do rio. Porque quem disse que a gente deve agarrar as oportunidades que nos aparecem devia saber o que estava dizendo...


    Por aqui, eu vi que pessoas, sejam elas clientes, colegas, amigos, podem sempre te trazer algo de bom. Podem te ensinar a ser mais compreensiva do ponto de vista da liderança, ou te tornar mais gentis sobre a ótica da satisfação do cliente. E a satisfação de ser assim é  tão boa que vale a pena levar essas características para sua vida pessoal e ser gentil também com quem está passando na rua e mais compreensiva com as pessoas que fazem parte da outra parte da sua vida.


    Aí eu tive uma absoluta certeza. Nem se eu chegar em um lugar com o manto de freira as pessoas vão ter a impressão inicial da pessoa legal que eu sou (eu sou sim). Elas sempre vão me achar metidas, arrogante e um monte de coisa equivocada a um primeiro impacto. E apesar de eu já não sofrer mais com isso (só um pouco), é uma sensação muito boa quando encontro pessoas que me deram e se deram a chance de conhecer quem eu realmente sou. E a alegria só aumenta quando você vê que essas pessoas passaram a ter até um carinho por você e você por elas.


    E eu ainda podia dizer muito mais coisa, mas isso seria contraditório, porque o que eu mais aprendi por aqui é pensar um pouco antes de vomitar minha opinião e falar só se minhas palavras puderem melhorar o silêncio.  Mas pra falante e sempre cheia de opiniões Aline, essa ainda parte ainda está em obras...
 
Sabe, no fim, -  que não é fim, é só o começo -  eu fico imensamente grata à vida, às pessoas que me disseram sim e às que me disseram não, aos processos, às instruções de trabalho, aos idoc's, às mudanças de lojas que tanto doem, aos chefes, aos clientes, ao primeiro ano, porque a primeira vez sempre é a mais difícil.  

   

Pode até parecer meio sentimentalóide pra quem já tem mil anos de empresa como muitos, porque realmente aqui é um bom lugar pra se estar,  mas pra mim, particularmente pra mim, pra chegar até aqui fiz concessões tão dolorosas, tantas escolhas e tantas renúncias. Escolhas de posturas, renúncias de pessoas. E confessando, meu período de adaptação inicial não foi assim o mais fácil possível, mas, sinceramente, que bom que não foi, porque não me daria esse ar de satisfação de poder dizer - FELIZ - 1 ano por aqui: sobrevivi!  


Que venham muitos outros...

terça-feira, 1 de março de 2011

Não é o que vale?

Muita dedicação ao trabalho. Assim posso definir esse primeiro bimestre do ano.

Absolutamente NADA na minha vida foi tão importante quanto aprender na prática [ e porque não dizer um pouco na porrada ] os processos da minha nova experiência.

Então no meio do caminho da minha exigência comigo mesma e do meu perfeccionismo profissional, existia uma data.  Uma data que jamais poderia ser esquecida, pois ignorá-la é ser extremamente ingrata à vida. Mas foi...

E após o processo de culpa e a vontade de se jogar no rio que tem na frente do meu local de trabalho, foi hora de pensar e pesar: o que realmente vale a pena na minha vida?

Claro que meu trabalho vale muito a pena e tudo que eu tenho aprendido m.u.i.t.o nesta inversão de ampolhieta que minha vida sofreu. E isso é uma conclusão.

Mas tudo deixa de fazer sentido quando eu mato a minha juventude em pról do trabalho. Quando eu mato a convivência com as pessoas que eu amo e me acompanharam sempre pra pensar única e exclusivamente em meu trabalho.

E não é a distância a culpada disso, é o desequilíbrio. É, novamente, o lado ruim da minha exigência e perfeccionismo.

Nada na natureza funciona desequilibradamente. Não seria eu a única peça que iria dar conta do recado. E se eu não aprender a equilibrar desde o começo da minha carreira profissional, talvez fique muito tarde para aprender. O tempo não regride.

Após esquecer a data importante, a vivência deste final de semana foi extremamente importante para elaborar essa linha de raciocínio e comparar.

Ver que vale a pena a minha dedicação profissional, tão quanto aproveitar o carnaval com a amiga que quer conquistar o mundo porque está solteira.  

Que vale a pena falar de papos maduros, mas como é legal falar besteira e rir delas.

E é ótimo pensar mil vezes antes de agir, mas aceitar um convite por sms no impulso também pode te fazer acordar com um sorriso meio leso no rosto.  

Que auxiliar as pessoas a se desenvolverem é muito satisfatório, porém estar ao lado de quem a vida toda segurou a sua mão na hora de atravessar a rua pode ser um momento imensamente gigante inesquecível.

Que sim, é preciso dar atenção aos relatórios de venda e estoque, mas escrever em meu blog me faz tão bem.

E por fim, que o elogio do meu chefe vale muito a pena. É recompensador. Mas compartilhar o abraço, as experiência, as dores e as alegrias, a minha vida com minha família, meus amigos e com os meus 24 anos tem um preço incalculável.

Só a soma de prazeres pessoais e profissionais é que podem trazer realização à vida. E a realização está intimamente ligada à tal da sonhada felicidade.

E ser feliz não é o que vale a pena?

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Amnésia Seletiva

Esquecia aquilo que queria não podia ser lembrado.
Cansou de gostar de quem não gostava dela.
Aborreceu-se de pensar em quem não lhe retribuía pensamentos.
Era simples.
Divertir. Apaixonar. Dormir. Esquecer.
Apertava o botão que construiu para deixar de se magoar.
O botão que preservava seu coração.
Como uma viúva negra, que matava seu parceiro após o coito.
Ela também os matava. Matava em sua lembrança.
Eliminou não só a memória.  
Eliminou  a angústia da espera pela nova ligação.
Eliminou a incerteza do novo convite.
Eliminou a dúvida do 'Se'.
Eliminou a dor da rejeição.
Eliminou o sofrimento.
No entanto, no bolo das eliminações uma perda: a chance de ser lembrar como é ser feliz.
Pagou o preço.
Mas não tinha problema, também esqueceu quanto custava.  
--
. Carpe Diem .

Aline Postigo
Publicitária - (92) 8113-5061
http://www.alinepostigo.blogspot.com/
http://twitter.com/alinepostigo

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Aquele colega

A rotina de trabalho, apesar de muitos stresses, nos dá também alguns presentes.
Sabe aquele colega que não é assim o seu melhor amigo, que você nunca contou nenhum dos seus segredos,
mas que de alguma forma é tão agradável trocar algumas palavras com ele?
Aquele colega que você tá num papo informal e diz que não tá tendo um trabalhão pra fazer uma tarefa diária, aí o cara diz " por que vc não faz assim..." e puft!
Inventaram a pólvora na sua vida.
E toda vez que você faz o processo simplificado que aquele colega ensinou você lembra " Pô se não fosse o fulano!"
É aquele colega que te chateia porque você torce pro time rival do dele. E que faz aquela piadinha na hora do café.  .
Ele não frequenta a sua casa, não compartilha seus problemas, não sabe das suas dores, mas 5 minutinhos de pausa são divertidos ao lado do cara.
Aquele colega que quando você se despede pensa "Esse aí é gente boa!"
Quem não tem um colega assim no trabalho?
Tenho certeza que você do lado daí lembrou de alguém parecido na sua convivência.
Bem, se você tem um colega deste jeito, vá até e pergunte como ele está,puxe um assunto,  implique com o time dele, faça a velha piada de sempre,
Porque o meu 'aquele colega' morreu ontem.
E a morte, pelo drama que carrega com ela, traz com a dor, também a reflexão.
O pensamento de que talvez essa vida que chamamos de nossa e fazemos tanta questão de ser donos, talvez nos seja apenas emprestada.
Penso no tempo que nunca temos para viajar, para descansar, para estudar, para malhar, para ser feliz.
E mesmo mal distribuído, ele ainda é insuficiente para tanto trabalho.
O tempo que nunca temos, um dia, simplesmente, acaba.
"A vida é dura". "A vida é bela" . "A vida é uma caixinha de surpresas".
A vida é realmente tudo isso que dizem que ela é.
Talvez seja até um pouquinho mais.
A morte?
A morte é só instante. 
Mais rápido até que a própria palavra 'Adeus'. 
Vá com Deus, colega.