terça-feira, 30 de junho de 2009

Sanduíche de bacon


Sabe aquele velho ditado de " solteira sim, sozinha nunca "? É pra mim isto não vale, pois solteira sim, eu estou, e sozinha também.
Aí é claro que as pessoas vão dizer " Aline você está sozinha porque quer, bonita, inteligente".
As coisas não são tão fáceis quanto se parece não. E agora são um pouco mais difíceis, ou ao menos, mudaram um pouco.
Antes, há uns tempos, eu estava solteira, mas eu sempre tinha um namoradinho para o final de semana, afinal, eu sou bonita, inteligente... hehehe Então, beijo na boca não me faltava.
Mas aí as pessoas mudam sabe, as pessoas crescem, as pessoas passam a não se contentar com qualquer coisa. É, eu sou uma dessas pessoas.
Apesar de meu corpo se satisfazer naquelas épocas, o vazio que sinto hoje, estando sem ninguém para dar ao menos um beijinho, sentia igual na época em que minha agenda telefônica sempre tinha pra quem discar. O que prova que o provérbio popular " antes só, do que mal acompanhado " é muito sábio.
Como eu vivo fazendo regime, vou usar um comparativo muito útil.
Imagine-se com fome, você come um sanduíche de bacon. Ele mata a sua fome, mas não nutri o seu corpo como uma refeição com proteínas e salada. Porém, sua necessidade de comer foi satisfeita.
Assim foi durante os anos passados, meu coração e meu corpo queriam alguém, queriam companhia, e num resultado imediatista eu fiquei com pessoas que na hora até supriam a minha necessidade física e emocional, mas na verdade não me acrescentavam em nada.
E do mesmo jeito que os sanduiches de bacon comidos constantementes vão detonar seu colesterol, os meus " namoradinhos de final de semana " faziam muito mais mal do que bem.
Olha, ficar sozinha cansa. Tudo bem que todo mundo tem que aprender a conviver consigo mesma e não podemos ser dependentes do parceiro, ok, beleza, eu sei livros de auto-ajuda. MAS FICAR SOZINHA, CANSA, PORRA!
E eu estou meio saturada já, fingindo ter a paciência que eu não tenho até aparecer "alguém legal".
E apesar do amadurecimento, da decisão de querer mais do que a satisfação sexual , do pensamento positivo que se estou sozinha é porque minha hora ainda não chegou e principalmente do regime , de vez em quando dá uma vontade de pedir um sanduíche de bacon por telefone...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Adeus Michael


Michael morreu. E não que eu fosse fã. E nem que eu tivesse baixado sequer alguma música dele.
Tá vendo é esta questão. Enquanto milhares de pessoas já compraram seus LPs, seus Cassetes e depois seus CDS. Eu, na minha geração, com o costume dela, nunca sequer nem baixei uma mp3 do cara que todo mundo dizia que era o cara.

É extremamente chocante saber que ele, o tal do rei do pop, morreu. Quando me dei por gente, Michael já era ele. Já era a estrela, o ícone. Se duvidar já era até branco, a imagem que tenho dele é de um homem branco. Ele estava ali na estante de famosos do mundo. Nas notícias, nas cenas, nos escândalos. Aliás, acho que conheci muito mais o Jackson dos escândalos do que das músicas. Enfim, ele podia fazer qualquer coisa pra mim, poderia ouvir qualquer coisa nos notíciários sobre ele, menos que ele partiu dessa pra outra.

Minha geração não sabe quem era Michael Jackson, a não ser aquelas coisas que todo mundo sabe e que na verdade, não é nada, porque só quem deve saber realmente é ele e quem de fato o acompanhou. E agora ele está morto. E isso nunca me passou pela cabeça, porque ele parecia imortal, oras. Era como um ícone desses americanos, igual a estátua da liberdade, o super homem. Tava lá, na TV.

Igual a mim devem existir muitos, mas não é só porque eu diretamente não vi Michael brilhar que as influências dele não estão por aí. Devem estar muito mais do que eu penso, do que eu consigo perceber. Nas músicas que hoje eu ouço, nos artitas que vejo. E neste mundo de cópias,quantos devem imitá-lo...

Não é porque eu nasci em uma geração pós auge de Jackson que só pegou a irradiação de seu boom, que eu não me choco com a morte repentina dele. Insensível seria aquele que não se chocasse. Mais que isso, alienado. O mundo lamenta o fim triste e misterioso de Michael Jackson.

E isso me fez parar e pensar (as mortes sempre nos fazem refletir). O mundo não dá um stop só porque você é um pop star, aliás o mundo não para nem pra quem é um pop star. A vida continua sendo feita, os rios batendo recorde de nível de águas, os aviões caindo no oceano, os anos passando pra todos, sem exceção.
Michael Jackson parecia imortal e morreu, porém continuará vivo na história. E você, que está vivo biologicamente, o que está fazendo para não passar em branco?


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Aqui jaz um herói

Ela chorava sobre o túmulo a morte de seu herói.

Imaginava como seria agora sem seu super-homem. Quem iria salvá-la. Com quem iria comparar seus novos namorados?

Ali, como uma viúva inconsolável, levava flores. Eram merecidas todas as pétalas, todas as lágrimas. Merecia agradecimentos escritos.

Não houve nenhum mais inteligente que ele. Não conhecera um que soubesse elogiá-la como tal. Só ele a fez articular tantas estratégias para conseguir levar um homem para cama. Nenhum foi mais desejado na intimidade da cama dela.

Sobre a lápide, a constatação dura e cruel de que ele havia sido realmente um herói. Não era apenas um bom homem, inteligente e decente. Tinha mais naquela personalidade.

Os olhos dela enxergaram nele a multiface da superioridade do heroísmo e a humildade dos comuns. Seus abraços a protegiam, seus orgasmos a endeusavam, suas lições lhe presenteavam com a maturidade. Sua paciência a culpava. Seus beijos eram como um grito de gol.

Mas agora não adiantava mais pensar em seus feitos, por mais que as lembranças a fizessem reviver, elas não o ressuscitariam. Era apenas um modo de aliviar a saudade. E será assim durante todo luto.

Com as lágrimas secas, podia agora enxergar perfeitamente a verdade. Tirou de sua bolsa todas as expectativas que havia criado, todas as ilusões, todas as interpretações erradas e jogou por cima do túmulo, junto com as flores.

Antes voltar a viver sua vida, ela ainda pensou nas últimas palavras que ouviu pronunciar no dia em que ele morreu: “não queria te machucar”.Quatro palavras e adeus, o herói morreu. Morrera assassinado pela percepção da realidade. Morte rápida, na velocidade de suas últimas palavras.

O epitáfio dizia " Aqui jaz um herói ". Se tornou um homem comum, tornou-se como os outros da vida dela. Agora, era só mais um.

sábado, 6 de junho de 2009

Sede

Sempre quando eu digo às pessoas que estou sem namorado desde 2005 elas me dizem que deve ser porque eu sou muito exigente.
E eu sempre achei isso uma teoria descabida, não sou nada exigente.
Achava...
Vamos fazer uma avaliação das qualidades pré- requisitos que eu quis em um homem de uns anos pra cá.
Antes, na minha meninice, primeira coisa que me atraía: beleza.
Eu fiquei sim com uns caras bonitos, mas minha sede era pouca.
Daí fui evoluindo...
Passei a prestar atenção na beleza para uma noite, por uma festa, por uns simples beijos.
E na inteligência para almoços mais discretos.
E depois de tantos desperdícios de tempo com uns caras totalmente sem noção, a sede aumentou.
E aí, amadurece daqui, cresce dali e a inteligência superou a beleza.
Para eu estar com uma pessoa por mais de alguns minutos, por mais de uma noite, ela precisaria me acrescentar.
Portanto, a sede que se saciava apenas com a efêmera beleza da atração física passou a querer também acréscimos de conteúdo.
E eu pensei que isso se resolvia com o fato de encontrar um cara inteligente.
Que nada, pega uma mangueira e coloca mais água neste copo.
O cara pode ser bem inteligente e ainda assim ser um perfeito babaca. Pode conversar sobre os mais diversos assuntos, ter argumentos, acrescentar conteúdo, ter aquele papo cabeça e mesmo com tudo isso te fazer pensar " o que eu estou fazendo aqui ".
Beleza x Inteligência x Idiotice são coisas que caminham independentes, mas que podem se combinar.
E eu não quero estar no lugar de ninguém que encontre essas características combinadas em uma pessoa.
E voltando aquele papo de exigente, devo ser mesmo. E não que eu me ache o último pacote de biscoito, é que, obviamente, eu quero o melhor pra mim. E querer o melhor não me faz me contentar com o que tem por aí dando sopa, nem dando em cima de mim, muito menos com o que sobra...
Tem que ter mais! A minha sede é de água potável, gaseificada da fonte, gelada e com gelo.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Bastou olhar pra cima

Hoje eu estava cansada.
E não era só aquele cansaço físico não, era aquele cansaço que não passa quando você dorme, que vem do espírito para o corpo. Cansada de ser boa moça, coisa que sou e até gosto de ser. Mas existem dias, como o de hoje, que não dá vontade de dar bom dia, de sorrir ou de fingir que não me incomodo com aqueles babacões do trabalho me cantando.
Estava cansada de pensar positivo, de acreditar que as coisas vão melhorar, que é só questão de ter paciência.
Fatigada também de ter que fazer regime pra controlar meu peso toda hora, uma vez que a minha tendência pra engordar é destino escrito. Cansada de fazer escova, de usar salto alto, de se maquiar, de tentar ficar bonita. Vontade de ser invisível.
Ai, me canso novamente só de lembrar de tudo que me cansou hoje.
Mas graças a Deus - e realmente a Deus mesmo - é que existem umas coisas que nos fazem ver o quão é pequeno todo este cansaço, toda esta impaciência que acorda conosco em algumas manhãs.
Voltando para casa depois do trabalho um por do sol maravilhoso era avistado lá de cima da ladeira que eu descia. Mágico de tanta beleza. Enérgico por si só, sem precisar de muitas explicações.
Um espaço para um respiro fundo, talvez mais que isso, um desabafo de quem diz:
- É Pai, Tu estás aí.
E a sensação de se sentir mais leve me acompanhou, juntamente com a energia boa que aqueles raios de sol me transmitiram.
Depois disso, chegar em casa, tomar um banho, ir lá fora e ver uma lua maravilhosa enfeitada de estrelinhas brilhantes é digno de copiar o slogan da mastercard para dizer:
- Não tem preço.
É minha gente, não tem preço, taí de graça em cima das nossas cabeças. Talvez o céu tenha estado bonito o dia todo, pronto para receber meu desabafo, mas eu estava olhando muito pra dentro de mim mesma e não pude perceber.
Irônico, não consegui enxergar uma coisa imensa, mas estava dando tanto valor para uma coisa tão pequena, sua insignificância era tanta que a solução estava a uma levantada de cabeça.
Amanhã, os babacas ainda estarão lá no meu trabalho. Eu ainda terei que tomar o horrível chá verde para conter os meus quilinhos a mais e ainda continuarei acreditando que as coisas vão, sim, melhorar - e muito - daqui pra frente.
Mas junto com esses exercícios contínuos de cordialidade no trabalho e disciplina pessoal vem a certeza de que se o chão nos falta, o céu está acima.
Hoje a impaciência e o cansaço acordaram comigo, mas o céu me pôs para dormir.
Pensamento positiiiiiiiiivvvvvvvvvoooooooooooo!!!

terça-feira, 2 de junho de 2009

A Copa de Sucupira!


A Copa 2014 veio para Manaus. Que bom! É um grande salto para incluir minha cidade na qualidade de vida que ela merece ter.
É uma grande notícia pra quem quer ver Manaus deixar de ser Sucupira.

Você tem andado pela cidade ultimamente?
Andado por onde? Pela rua né? Porque calçada não tem aqui não. E quando tem é vaga de carro. E quando sobra um espacinho para se andar, favor não ande de salto alto, porque pavimentada e plana é uma coisa que esta calçada não será.
Ah, tenha bastante atenção também, olhe para frente, você pode esbarrar num camelô.
E neste tempo todo que você andou, avistou alguma lixeira?
Nenhuma, não há lixeiras nesta cidade e apesar de isto não ser uma desculpa para jogar o lixo no chão, é um belo agravante.
Pois bem, continue andando comigo, você vai agora atravessar a rua na faixa de pedestre que serve para quê? Serve pra nada.
Fique bem atento porque os motoristas daqui irão passar por cima de você e ainda te cantar (caso seja mulher).
Agora entre num carro, seja você carona ou motorista e descubra como é divertido desafiar uma das leis da física: dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo no espaço. Mas parece que os motoristas daqui não sabem disso não.
Caso seja um simples pedreste andarilho, como eu , que depende do transporte coletivo urbano desta cidade, sua vida nunca será uma rotina, pois os motoristas daqui adoram a adrenalina de brincar de velozes e furiosos com o ônibus lotado.

Mas não se suicide. Acalme-se cidadão de Sucupira!

A Copa está chegando para mudar Manaus.

E não é só no sentido de infraestrutura que estou falando não. Estou falando de educação e respeito mesmo. Qualidadezinhas que resolveriam bastante os problemas que citei acima. O povo vai ter que se educar pra receber o turismo. Vai ter que respeitar faixa, calçada, lata de lixo, sinal vermelho, contra-mão e pequenas regras que foram feitas pra serem respeitadas oras. Regras que organizam o povo e transforma a selvageria em sociedade.
Pra deixar uma boa impressão não basta só hospitalidade e simpatia, é necessário também educação.
Só um evento como a Copa do Mundo mesmo pra tirar Manaus das sombras da provinciana Sucupira.

E se a Copa 2014 não transformar Manaus, nada mais a transformará.