sábado, 28 de março de 2009

Hoje se pôs. Acabou a pós.

Agora acabou.
Não demorou nem muito, nem pouco. Passou no seu tempo certo e acabou.
Ainda um dia destes eu era pequena, agora eu sou um pouco maior.
Bacharel em Publicidade e Propaganda e agora Especialista em Marketing.
Ô.
Importante sim, mas ainda me sinto pequena.
Não é aquela coisa de nunca estar satisfeito com nada, é que é muito, mas não é o bastante.
Eu fiz um planejamento simples pra minha vida acadêmica, aliás fiz um planejamento curto: graduação e pós graduação.
Mas quando se é pequeno tudo tem um volume mto grande porque olhamos lá de baixo.
Meus planejamentos jah foram alcançados e eu só tenho 22 anos e antes eles pareciam que íam demorar tanto... Mas veja só, acabou.
Hoje, replanejando, ainda na minha pequenez, o Mestrado parece algo tãooo imenso e distante. Mas quando eu tiver concluído, talvez eu tenha mesma sensação de velocidade e pequenice de agora.
Sabe por quê?
Porque tolo é aquele que acha que sabe muito.
Tolo é aquele que acha que o aprendizado se encerra.
Tenho tanta sede de aprender, tanta tanta tanta que tudo que sei se torna um grão pra minha vontade de ser gigante.
Hoje, dia que apresentei meu TCC de MBA, me vejo com os olhos cheios de lágrimas escrevendo este desabafo. Em parte pela minha vitória, humilde, mas minha. Mais uma.
Das noites sem dormir para realizar o melhor trabalho possível, agora só restam lembranças.
Do tempo escasso pra conciliar vida pessoal, profissional e acadêmica, o merecido descanço.
Da exigência quase obsecada que eu tive comigo mesma de sempre querer fazer perfeito e mais perfeito que no último TCC, fica a sensação de dever cumprido.
E no reflexo do espelho, um pensamento merecidamente orgulhoso " é, eu consegui!"
Mas a outra face de minhas lágrimas desabafam justamente a sensação do fim.
Da saudade que vai deixar os momentos de compartilhamento de aprendizado.
Do carinho pela instituição, pelos professores, pela fase única.
Se eu entrei lá tão pequenina dentro de mim, hoje saí um pouco maior.
Este tempo acabou pra sempre. Nunca mais voltar.
E como consolo para dualidade de minhas lágrimas, a conclusão de que pra compensar a volta que nunca haverá, fica mais do que um simples título de especialista, fica a especialidade dos que estavam comigo no papel individual de amigos, mestres, amores ou todos eles em uma só personificação.
Para eles, a gratidão. Para mim, a saudade.
Pequeno pode ainda ser o meu saber, mas gigante é a minha vontade de crescer.

Não importa o meu tamanho agora, a única verdade é que o hoje já se pôs e acabou a pós. Amanhã será um novo começo.


quarta-feira, 11 de março de 2009

A esponja encharcada


As coisas por aqui não andam em primavera. Não andam mesmo. Choros constantes, angústias, desmotivações, saudades, contatações.. d.e.c.e.p.ç.õ.e.s .
Mas tenho feito um esforço enorme pra encarar as coisas do modo "vai passar" e assim venho conseguindo força e venho levantando. Venho tentando ser soberana em minha luta contra a dor.
Mas hoje a máscara caiu. Foi um dia que eu não tive força nem para levantar.
Fiquei no chão. Assumi a minha condição de humana. É porque nós, humanos, achamos que somos Deus. Mas imagem e semelhança não significa igualdade.
Ninguém é 100% forte em 100% das vezes. E hoje eu que já sabia disto, relembrei a mim mesma.

Deixei de lado a síndrome da esponja. A espoja absorve, absorve, absorve e absorve e em determinada hora de tanto ter absorvido, ela fica pesada e transborda, começa a pingar e qualquer toque a torna suscetível a transbordar mais. Hoje eu estava como uma espoja encharcada. Transbordando.
Hoje, eu escondi a minha máscara de Deus de mim mesma e me assumi assim, como sou: uma pequena partícula no universo. E me reduzi a minha pequenês.
Não quis ser forte, não quis me fingir de forte. Não quis esconder de ninguém que tinha fraquezas. Chorei. Desabei. Entreguei-me a mim, assim.
E agora no final da noite eu percebo que o dia de hoje não foi fácil, mas foi necessário. E que esta entrega não me fez derrotada. E aqui vale o parênteses de que assumir fraquezas não significa ser fraco, pelo contrário, é preciso ter coragem para assumí-las, porque dói. É bem mais fácil se esconder atrás do orgulho, da arrogância, da síndrome da esponja.
Porém, como vou construir fortalezas se eu não conhecer as minhas fraquezas?
Como vou levantar se não me deixo cair? Cair é necessário.
É preciso esvaziar a espoja ensopada para que ela possa absorver novamente.
Hoje, a minha esponja está um pouco menos encharcada.

Porque parece até meio PTista, mas "a luta continua".

terça-feira, 10 de março de 2009

Que Cólica.


Hoje, uma amiga me mostrou seu presente de dia das mulheres, ganhou sonetos do Vinicius. Na mesma hora, outra amiga chegava com flores de um admirador.
Eu? Eu tinha acabado exatamente um instante antes de ganhar um bom dia seco e gélido de alguém que eu queria ganhar um abraço molhado e quente.

Coitadinha? Não, eu não.

Foi a solução que encontrei pra conviver no mesmo espaço de todos os dias, ativei o abismo da cordialidade. E ainda que eu ache que esta seja a melhor forma de conviver agora, ainda dói, ainda sinto.
Tenho saudades.
Se saudade fosse dor física, ela seria cólicas.
Já inventaram remédio pra cólicas, das intestinais às mestruais. Mas pra saudade não existe uma solução biofármica, logo pra ela que é lateja como uma cólica aflita e palpitante dentro do coração...
Pra anestesiar a saudade mesmo, só apagando a lembrança.
Ah, mas quase me esqueço, também não inventaram remédio pra amnésia.
Tem até solução pra não esquecer, mas pra esquecer voluntariamente não existe uma fórmula.
Só resta mesmo esperar que o vento dissolva as memórias, que elas se tornem distantes do tempo do hoje. E isto não é o remédio, é um preço pago com paciência.
Mas mesmo quando isto acontecer, quando as memórias estiverem anexadas em um espaço do tempo distante do agora, a lembrança ainda estará ali, guardada em algum pedaço da cronologia da sua vida, pronta para ser relembrada.
E enquanto houver a lembrança, haverá a saudade.

É, que vontade de te esquecer!

Que saudade. Que cólica!

quinta-feira, 5 de março de 2009

O melhor de si



Ando sem dormir, um pouco sem comer, muito sem tempo pra ficar fazendo nada. Parece até sintomas de gente apaixonada, mas é apenas uma pessoa concluindo seu TCC.
Ele mesmo, o Trabalho de Conclusão de Curso. Tê Cê Cê.
Quem estuda vai passar por ele um dia e eu disse " quem estuda " e não quem apenas vai pra aula.
É desgastante, cansativo, por que não dizer C.H.A.T.O.
Mas acima de tudo é recompensador.
E pra quem acredita que este post é CDF, pensa comigo: o que é um TCC? é um projeto acadêmico, certo?
E nada mais justo que eu me orgulhe dos meus projetos, sejam eles acadêmicos ou de trabalho, ou amorosos. É um projeto meu, como qualquer outro. Que dá trabalho como qualquer outro.
Ah, aqui vale um parênteses, dá trabalho quando se quer fazer bem feito.
Tudo na vida, aliás, dá trabalho se é pra fazer bem feito.
E é nisto que eu quero chegar.
Será que vale a pena gastar um pedaço do seu tempo pra fazer as coisas mal feitas?
E aqui eu já não estou mais falando só de TCC. Estou falando de tudo.
Quanto vale um pouco mais de dedicação? Quanto vale um pouco menos?
E não esperem que valha reconhecimento, que valha elogios alheios.
Pra algumas pessoas tanto faz se você fez bem feito ou se você fez de qualquer jeito.
Isto tem que valer pra você. Na imagem do seu nome. No seu auto-reconhecimento.
No orgulho que você sente no "eu consegui ".
É um esforço seu, uma superação sua.
Como os atletas que se superam fisicamente para alcançar o lugar mais alto do pódio.
E não importa se a sua superação não é física, quando você dá o melhor de si sempre existe alguma barreira a ultrapassar. Sejam barreiras suas ou aquelas que colocam pra você.
TODA SUPERAÇÃO É UMA VITÓRIA!
Então, dê o melhor de si.
Dê o melhor de si no seu relacionamento (mesmo que o outro não reconheça),
dê o melhor de si nas suas atividades (mesmo que não te elogiem).
dê o melhor de si nos seus estudos (mesmo que isto te tire algumas horas de lazer),
dê o melhor de si pra si mesmo (mesmo que não acreditem que você pode mudar).
Supere-se.
Para que você não veja o tempo passar e te trazer o duro peso do " eu poderia ter feito mais ".