terça-feira, 10 de março de 2009

Que Cólica.


Hoje, uma amiga me mostrou seu presente de dia das mulheres, ganhou sonetos do Vinicius. Na mesma hora, outra amiga chegava com flores de um admirador.
Eu? Eu tinha acabado exatamente um instante antes de ganhar um bom dia seco e gélido de alguém que eu queria ganhar um abraço molhado e quente.

Coitadinha? Não, eu não.

Foi a solução que encontrei pra conviver no mesmo espaço de todos os dias, ativei o abismo da cordialidade. E ainda que eu ache que esta seja a melhor forma de conviver agora, ainda dói, ainda sinto.
Tenho saudades.
Se saudade fosse dor física, ela seria cólicas.
Já inventaram remédio pra cólicas, das intestinais às mestruais. Mas pra saudade não existe uma solução biofármica, logo pra ela que é lateja como uma cólica aflita e palpitante dentro do coração...
Pra anestesiar a saudade mesmo, só apagando a lembrança.
Ah, mas quase me esqueço, também não inventaram remédio pra amnésia.
Tem até solução pra não esquecer, mas pra esquecer voluntariamente não existe uma fórmula.
Só resta mesmo esperar que o vento dissolva as memórias, que elas se tornem distantes do tempo do hoje. E isto não é o remédio, é um preço pago com paciência.
Mas mesmo quando isto acontecer, quando as memórias estiverem anexadas em um espaço do tempo distante do agora, a lembrança ainda estará ali, guardada em algum pedaço da cronologia da sua vida, pronta para ser relembrada.
E enquanto houver a lembrança, haverá a saudade.

É, que vontade de te esquecer!

Que saudade. Que cólica!

Um comentário:

  1. Amiga....

    quando inventarem remedio pra saudade me dá ta bom... =*
    vc esqueceu de citar que eu anhei tbm chocolates sonho de valsa =}

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Agora que você sabe o que eu penso, que tal me dizer o que você pensa sobre isso. =)