quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O Professor e o Estatístico

Ela tinha os dois.
O professor ela seduziu. Do estatístico, ela aceitou a sedução.
Sentia-se safada, mas gostava do sabor de se sentir assim.
Para não conflitar, precisou se planejar:
O almoço era do professor. O jantar era do estatístico.
Ela, o prato do dia.
Se viu envolver pela compreensão do professor.
Se viu encantar pela inconstância do estatístico.
Admirou a inteligência de ambos.
Apaixonou-se sem diferenças.
Não conseguiria abdicar de um para estar com o outro.
Queria os dois.
Juntos, foram o triângulo mais equilátero.
Dividiu os beijos mais sinceros, as declarações mais românticas e os orgasmos mais intensos.
Para ela, eles não tinham nome. Eram, simplesmente, "meu amor".
E quanto do seu sentimento ela os dedicou.
Doou-se integral.
Amarrou-se a eles em uma teia de linha fina e cortante.
Um dia a linha quebrou. Feriu-se.
Ainda sangrando, não renunciou um ao outro.
Jogou com as duas peças até o fim do jogo.
O jogo acabou. Perdeu os dois:
o professor e o estatístico.
Perdeu a si mesma.

Ficou sozinha.


Baseado em fatos surreais

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