Algumas pessoas entram realmente na nossa vida pra nos fazerem felizes. E elas chegam assim como aquelas chuvas rápidas que temos aqui em Manaus, que caem do nada, fortes, às vezes com trovões até e antes mesmo que possamos nos preocupar, já está maior sol, a chuva acabou.
É claro que se despedir dessas pessoas-chuva dói, porque elas nos fizeram tão felizes, nos fizeram tão bem que o normal é que queiramos que elas fiquem conosco sempre para que esta sensação de felicidade seja permanente.
Mas não há como prolongar, as coisas têm horas certas pra entrarem e pra sairem da nossa vida. E geralmente, quando as prolongamos, elas já não terminam mais do jeito que iriam terminar. Chuva demais causa enchente.
Como já citado no post anterior, tive que me despedir de uma pessoa-chuva recentemente, e depois de 48 horas de ausência não tenho me sentido melancólica, nem triste. Juro que até estranho, porque se eu gostava tanto dela e sofri tanto com o fato de ela ir embora, porque então, agora, não estou a chorar sua partida?
Sabe o que é? É que estou acostumada com pra ser de verdade tem que doer. Quem disse que eu tenho que sofrer pra mostrar que foi verdadeiro o que eu senti ao lado desta pessoa?
Algumas amigas até dizem "que bom que vc não tá sofrendo" e eu fico aqui me punindo por não estar, como se a quantidade de meu sofrimento fosse dar uma proporção da verdade dos meus sentimentos.
E pensando aqui cheguei as minhas conclusões.
Não dá pra sofrer por alguém que me fez tão bem. Não dá. Não é que eu não esteja sentindo saudade, até as sinto. Mas estas saudades não me cortam. Não há lágrimas porque não há mágoas, não há lembranças tristes, só a memória de momentos maravilhosos. A pessoa foi porque a hora dela ir chegou e se ela ficasse um segundo a mais, já não seria mais a hora certa.
Ela chuveu o tempo exato que ela tinha que chuver.
E essa chuva que veio na vida nos últimos 15 dias molhou as plantas, esfriou a terra, fez barulho, deixou um perfume gostoso, refrescou e do jeito que veio, acabou.
Eu ainda tenho pingos dela no meu corpo, pingos que não quero que sequem tão cedo, mas que, involuntariamente irão secar com o passar dos dias. Mas mesmo quando as gotas não umidecerem mais o meu corpo e a terra já estiver seca, a frescor daquela chuva ainda estará na minha lembrança e bastará olhar pela janela, as plantas estarão mais bonitas.
Gostei, mulher-sol. Bjs.
ResponderExcluiradorei o texto, de verdade. pessoas-chuva ? todos já tivemos em nossas vidas. mas talvez seja melhor assim mesmo, não é verdade?
ResponderExcluir:)
É... Taí. Boa designação. Pessoas-chuva de Manaus. Interessante. Mas ó: os pingos são bons, mas às vezes podem atrapalhar. O ideal, tal como ensina o poeta, é seguir lembrando.
ResponderExcluirAline,
ResponderExcluirAdorei a metáfora!
BJs
Ah! me lembrou a música Temporal da Pitty..
ResponderExcluirChega simples como um temporal
Parecia que ia durar
Tantas placas e tantos sinais
Já não sei por onde caminhar.
E quando olhei no espelho
Eu vi meu rosto e já não reconheci
E então vi minha história
Tão clara em cada marca que tava ali.
Se o tempo hoje vai depressa
Não tá em minhas mãos
Cada minuto me interessa
Me resolvendo ou não.
Quero uma fermata que possa fazer
Agora o tempo me obedecer
E só então eu deixo
Os medos e as armas