terça-feira, 24 de novembro de 2009

"Eu tô sofrendo"

Então, a frase do mês para quem conviveu comigo foi "eu tô sofrendo". Infelizmente, ninguém que me conheça superficialmente conseguiu acreditar nisto. A frase, sempre dita em momentos em que eu estava rindo bastante, super animada, parecia mais uma das minhas diversas gozações do que uma verdade da fase que eu estava vivendo.

Pensando, percebi o quanto as coisas mudam de acordo com o tempo, como nossas reações são diferentes quando as decepções já não são mais novidade. Estaria eu em outro lugar que não fosse na minha cama chorando na primeira vez que sofri amorosamente? Impossível. Lembro bem.

Fiz tudo aquilo que faz as pessoas que não reagem: me isolei, fiquei sem fome, telefonei, me desesperei e chorei tanta água quanto da cheia de 2009 no Amazonas. Que bom sabe, porque aí eu aprendi que toda aquela dor (muito parecida com esta) passa.

Então, com qual finalidade eu me isolaria novamente na escuridão do meu sofrimento? Por isso, nada de dramas inconsoláveis. Nada de menina do coração partido. Hoje em dia, posso estar tristinha como for, que me levanto da cama. Nem que seja pra encontrar os meus amigos e durante um momento de muitas gargalhas dizer o meu famoso "eu tô sofrendo" e ninguém acreditar, mesmo que eu esteja, de verdade.

Claro que com todo este discurso parece que sou a toda poderosa que controla o sofrimento. Quem me dera. Como humana e por realmente ter sentido a separação,
tive meus dias de dor (e que dor). Aliás, engraçado como essas dores, que não são físicas, podem doer tanto, como se estivessem perfurando a sua pele.

Mas o legal de amadurecer é perceber que isto é só uma fase. Que a dor não vai ser eterna e que tampouco vai ser a última (mas espero que a próxima demore um bocado). E que se o primeiro momento "tô sofrendo" acabou, esse que eu nem sei mais em qual número está, logo acabará.

É bom se permitir uma noite (e só uma) pra chorar tudo de uma vez pra ver se essa mistura de sentimentos dolorosos vão embora junto com as lágrimas. Não é bom se reprimir. Mas o mais legal mesmo de crescer é que depois de uma noite de cão, acordamos com uma certeza que a primeira dor não nos dava: vai passar!


"Essa abstinência uma hora vai passar"

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