sábado, 3 de abril de 2010

Meu homem invisível

Um dia, conhecerei um homem invisível.
Um homem que só eu possa ver o quanto ele seria bom.
E ele, apesar de invisível, não seria cego e percebendo que eu era extremamente boa também, me pediria para ele.
Namoraríamos e eu me apaixonaria pelos seus beijos no pescoço que ele me daria enquanto estou no seu colo.
Meu namorado invisível ficaria horas se divertindo comigo, mesmo que estivéssemos só nós dois.
Nosso sexo seria tão intenso que seria como se o mundo pudesse acabar ali, no abraço do depois.
E mesmo que toda a minha TPM tivesse causado inúmeras brigas durante a semana, ele se sensibilizaria com as minhas cólicas e iria buscar remédio todo preocupado.
Tolo, ele estragaria a nossa noite por sentir ciúme de mim e faria uma ceninha qualquer em algum lugar, justo no dia que eu vesti aquele vestido preto sensual e combinei com a lingerie para depois fazer uma surpresa.
Mais tarde me pediria desculpas e explicaria que só faz essas tolices porque sente medo de me perder.
De tão invisível, ele seria transparente o suficiente para que eu conseguisse enxergar nos seus olhos suas verdades.
E ele também seria capaz de me estudar o suficiente até aprender a encontrar a minha em meu olhar.
E percebendo que as verdades do meu olhar podem realmente fazê-lo feliz por um longo tempo, me pediria em casamento.
Casaria com meu homem invisível e faria os nós em sua gravata antes de ele sair para trabalhar.
Cuidaria das suas roupas, dos seus papeis, da sua rotina.
Aplaudiria seu sucesso e ele ficaria todo orgulhoso a cada conquista minha.
E por confiar na minha sabedoria, às noites, antes de dormir, ele me questionaria sobre alguma decisão difícil que ele tivesse que tomar dia seguinte.
Ele seria a cabeça da nossa relação enquanto eu pudesse ser a coluna.
Acompanhados, receberíamos os amigos em nossa casa.
Sozinhos, continuaríamos a nos divertir, seja vendo um filme com pipoca, seja indo para balada vez ou outra.
Brigaríamos, nos magoaríamos, enfrentaríamos dificuldades, tentações, traições, mas conjugaríamos os verbos da vida na primeira pessoa do plural.
E a nossa pluralidade se multiplicaria e nos faria acordar de madrugada chorando pois queria mamar.
E seríamos felizes.
Porque em alguma partícula de segundo meu homem invisível foi capaz de me enxergar.
E ele mais que me enxergou, ele me diferenciou.
Construiríamos, juntos, uma felicidade invejável.
Uma felicidade invisível.

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