domingo, 4 de abril de 2010

Possessiva, eu?

Possessiva, eu? Possessiva, sim.
Minha possessividade não é uma emoção baixo nível do tipo do ciúme, é sentimento.
Não é simplesmente uma postura mimada de querer que seja meu, só por ser.
Não é a síndrome do brinquedo novo, aqueles que as crianças pedem até conseguir ganhar, mas, uma vez delas, não ligam mais.
Minha posse é carinhosa.
Em meu domínio as pessoas são cuidadas, são queridas, são amadas, são protegidas.
Mas também são livres.
E ter alguém pra mim não significa prendê-lo em uma jaula.
Aliás, os verbos possuir e prender não tem relação para mim.
As pessoas são convidadas a serem minhas. Elas não são obrigadas.
A escolha de pertencer a mim não me possui.
E uma vez que se decida ficar, a porta não se fecha.
Ela fica aberta, sempre. Porque as pessoas tem o direito de mudar de ideia.
E se for meu mesmo, voltará. Se não voltar é porque nunca me pertenceu.
E o fato da porta estar aberta para que se possa sair não significa que ela ainda estará aberta para a suposta decisão de volta.
Porque, como eu disse, mesmo que a decisão de ser meu seja sua, é necessário convite.
E o convite, sim, ele me pertence.
Por isso, preste bastante atenção caso queira deixar a minha posse.
Possa ser que eu sinta saudade assim que você sair.
Possa ser que eu deixe você voltar.
Mas também há possibilidade de eu perceber que não o quero mais em minha posse.
Pois também é um direito meu mudar de ideia.
Pode ser que a porta esteja trancada.
E a chave?
A chave é minha.

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