domingo, 13 de dezembro de 2009

O antipaixonal

Acho que essa história de amor é a maior furada que existe na face da terra. Talvez seja tudo uma grande conspiração da natureza para que nós, humanos, não nos matemos uns aos outros antes de 2012. Nem sei se isso é realmente tá funcionando porque é só reparar por aí, a violência só aumenta.

Enfim, esse texto não é um texto político, nem religioso para falar da ausência de amor ao próximo no planeta terra. Esse texto é pra falar dos meus hormônios. É, isso mesmo, dos meus terríveis hormônios. Todos esses sentimentos, essas crises de choro, essas saudades, essas dores que as pessoas dizem que é de "amor", na verdade, são só hormônios em ação.

Você se diz apaixonado pelo outro e sente o coração bater mais forte e pensa que são sinais atmosféricos conspirando para a sua felicidade. Patetice sua. É a dopamina, um hormônio neurotransmissor que causa o vício em jogos, drogas, alcool, sexo e naquela pessoa que a primeira vista te parece a perfeição.

Aliás, você só está achando ele perfeito por causa da ocitocina, um hormônio que ajuda as pessoas a ficarem juntas por algum tempo. Acreditem só, nós mulheres, produzimos ocitocina quando estamos amamentando, justo na hora que mais nos sentimos ligadas aos nossos filhos. Interessante não?

Essa fisiologia da paixão é mesmo uma conspiração. Você fica aqui acreditando que foram feitos um para o outro enquanto seus hormônios estão trabalhando para que biologicamente a raça humana se perpetue na terra.

A dopamina é um hormônio da pesada, parente da adrenalina (essa vocês conhecem), faz com que o sexo com o parceiro seja maravilhoso e se causa vício, você acaba querendo repetir diversas vezes. Esse hormônio mau elemento, se junta com a ocitocina, um hormônio bonzinho, que causa a vontade de fazer carinho, o afeto, aquela abraço maravilhoso.

E falando em abraço. Sabe porque que quando estamos apaixonados sentimos vontade de abraçar nosso parceiro depois do sexo, porque a produção de ocitocina aumenta 400% depois do orgasmo. Os cientistas o chamam aí de hormônio do amor, mas pela lógica deveria se chamar hormônio da recompensa. "Se não me fizer gozar, querido, nada de abraço. Direto pro banho".

O revoltante de tudo isso não é o poder que esses hormônios têm sobre você. É o fato de não existir nenhuma pilulazinha pra segurar o estrago que esses marginais fazem na gente, principalmente quando a dopamina e ocitocina do seu parceiro deixaram de existir por você e as suas não deixaram de existir por ele e a lembrança do abraço dele depois do sexo maravilhoso ainda está tão presente na sua mente.

É simples o meu raciocínio. A gravidez também não é causada por uma descarga de hormônios? A progesterona e o estrogênio. E para que se evite fazer neném existem os anticoncepcionais. Então, queridos cientistas, me ajudem a não ficar que nem uma idiota sofrendo por esses babacas que os meus hormônios insistem em me fazer querer. Encontrem logo a fórmula do amor e espalhem pelo mundo um poderoso remédio para dor de cotovelo: o antipaixonal.

Meu coração agradece!


"ainda encontro a fórmula do amor. Ainda encontro, a fórmula, a fórmula do amor"



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