sábado, 19 de dezembro de 2009

Não mexa na ferida

Nos últimos finais de semana passei por umas das coisas mais desagradáveis para uma mulher (ao menos eu acho que nas mulheres doem mais, se leonina, como eu, então). Tive eu o desprazer de ser preterida por outra, por outra mulher.

Então, de imediato, para conter o choque, me apeguei àquelas coisas que as amigas diriam: "você é mais bonita" "ele é um babaca" "ela é sem sal" "sou mais você". E sei lá, não sei se é o meu jeito meio homem de pensar, mas essas coisas não me convencem muito.

Sinceramente, acho até extremamente pior, se eu sou mais bonita, mais legal, mais temperada, porque mesmo que ele preferiu ela? Ah claro, porque ele é um babaca. Isso eu realmente tenho que concordar.

Sou extremamente adepta do que os olhos não veem o coração não sente. Se me avisassem que teria que expor meus lindos olhos "oblíquos e dissimulados" a uma situação desconfortável dessas, trocaria fácil de destino. E ainda tive que viver esse infeliz acaso dois finais de semana seguidos.

E não me venham com a história que tem que encarar com a cabeça erguida. Ah, não sou assim não. Se me incomoda, não olho, desvio o olhar, vou embora da festa ou sento longe. Porque ficar olhando o casal é o mesmo que ficar colocando o dedo em um ferimento ainda não sarado (quase, mas ainda não). Não curto o estilo sadomazo de ser.

Uma vez adotada esta postura eu não tenho os motivos de mulher para confortar o meu ego. Mas também não tenho motivos para perturbar a minha cabeça. Da mesma forma que não reparei se ela era uma baranga (apesar de terem me dito isto), também não sei se eles estavam felizes.

Usufruindo do lema da publicidade "quem não é visto, não é lembrado", para esquecer disto não pensarei mais neste assunto, não contarei às minhas amigas e não lerei mais este post. Quanto mais se fala num assunto que dói, mais chance se tem de reviver as sensações incomodas da situação. Não cutuque a ferida, o dedo sujo pode causar inflamação.

Pelas minhas próprias mãos não colocarei o dedo no meu dodói e evitarei, ao máximo, que ele seja inflamado por qualquer outro motivo. Ainda mais agora, tão perto de sarar de vez. Breve, isso será ridiculamente esquecido por completo. Meu ferimento não deixará nem cicatriz.

Um comentário:

  1. Adorei o post, quando comecei a ler, pensei que estava lendo uma parte da historia da minha vida... adoro teus post.

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