quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Brasil, um país livre - até demais!

Vendo a situação em Honduras percebo o quanto não damos valor à liberdade que temos neste país. Aqui todo mundo diz o que quer, onde quer. Tem manifestação até pra arrumar namorado no Rio de Janeiro. Tem palavras de baixo calão no Senado. E, se isso não resolver, ainda temos os 140 caracteres livres do twitter para desabafar.

Vendo aquelas propagandas dos familiares dos presos e mortos pela ditadura percebo o quanto a minha geração, que já nasceu fazendo o que bem quer da sua irresponsabilidade, não consegue calcular o quanto os jovens do passado lutaram para que hoje pudéssemos escolher nossos representantes. E mesmo assim, temos preguiça de ir votar, escolhemos qualquer um, reelegemos o corrupto ou votamos no irmão do nosso amigo que nem sequer sabemos o histórico escolar.
E claro que mesmo que reconheçamos o valor dos jovens da ditadura, esta avaliação sempre será superficial, porque para nós, cheios de blogs, orkuts, msn's, é quase inimaginável que alguém não possa dizer o que quer, que possa morrer por ter dito. Que possa - minha nossa - ter sido torturado.

Somos mesmo habitantes de um país livre, de homens e mulheres livres. E quanta liberdade tem as nossas mulheres ein? Usam a roupa que querem, mostram os órgãos genitais que querem, onde querem e pra quem quiser ver. Escolhem seus maridos a dedo, casam pelos mais variados motivos e se separam na velocidade da luz por outra diversidade de razões. Enquanto em sociedades distantes elas não podem nem mostrar o rosto, não tem direito à escolha, nem sequer ao orgasmo. Existem culturas africanas que cortam o clitóris das mulheres. Dá pra imaginar as fogosas brasileiras sem seus clitóris?

O que me entristece é o mau uso desta liberdade. Existe tanta coisa errada, digna de usar o direito livre de protestar, mas os jovens preferem usar sua liberdade enérgica para pichar o patrimônio histórico. E os nossos políticos tem tanta autonomia, mas preferem se digladiar numa guerra de partidos e ego do que resolverem os problemas existentes no Brasil. Aliás, eles são tão livres, que roubam o quanto querem, desviam recursos dos necessitados e ainda têm a audácia de se candidatarem novamente. E não é que eles voltam ao poder depois de umas eleições quando seu passado foi, assim digamos, esquecido?

E nós? Nós preferimos mesmo ver as novelas, os telejornais e culpar os políticos, que, como eu disse anteriormente, são nossos porque fomos nós que os escolhemos, do que sair do particular mundinho capitalista de ascensão profissional e pessoal para fazermos alguma coisa em prol deste país. Guardamos nossa energia free para o carnaval e para o futebol. Muita liberdade, pouca consciência. Assumimos o papel de vítima, temos a escolha de ficarmos inertes. Afinal, este é um país independente. País de um povo livre e escravo da ignorância.

2 comentários:

  1. Olá Aline, tudo bem?

    Meu nome é Carlos. Sou da cidade de Machado, sul de Minas. Sou poeta e edoitor do Fanzine Episódio Cultural (2 mil exemplares com distribuição gratuita). Gostaria de receberum exemplar e divulgar entre os seus amigos?
    Caso sim mande me uma mensagem através do e-mail:
    machadocultural@gmail.com

    Aproveitee conheça o meu blog.

    Bjos..você é muito charmosa...

    Carlos
    (35) 329-6106 / residencial

    ResponderExcluir
  2. VOU ANEXAR SEU BLOG AO MEU. DEPOIS PODERIA FAZER O MESMO, POR FAVOR?

    BJOS POÉTICOS

    CARLOS

    ResponderExcluir

Agora que você sabe o que eu penso, que tal me dizer o que você pensa sobre isso. =)